Capítulo 12
Acabei adormecendo novamente, imaginando que estava sonhando. Acordei em uma cama de lençóis macios, então tive a certeza de que não foi um sonho. Felipe me trouxe realmente até o quarto.
Levantei, coloquei os sapatos, olhando pelo quarto, descobrir que tinha um banheiro. Depois de usar o banheiro, arrumar meu cabelo, sai do quarto. Andei até a cozinha com facilidade, estava mais habituada ao ambiente, mas poderia me perder facilmente naquela casa.Nora estava colocando a mesa de café.
- Bom dia Nora! Disse tentando chamar sua atenção.
- Bom dia, me olhou e respondeu sorridente. Vou servir o café, sente-se! Senhor Felipe já vai descer, a senhora gosta de chá ou café?
- Não precisa se preocupar comigo, só um café, está bom. Puxei a cadeira e me sentei.
- A senhora precisa comer, está muito magrinha. Se não comer vai ficar doente.
- Quem vai ficar doente Nora? Perguntou a voz grossa atrás de mim. Eu me virei para ver o Felipe entrar na cozinha, junto com seu perfume recém colocado, recheando o ar com sua presença.
- Dormiu bem Helena? Perguntou se sentando na cadeira próxima a mim.
- Dormir sim, obrigada.
Conseguiu encontrar o Josh? Mudei de assunto, porque me lembrei de ter sido carregada com tanta facilidade por ele.- Ele foi para casa do lago, vai passar alguns dias por lá, vai ser bom para esfriar a cabeça.
- Sua vó já acordou? Preciso dar a ela seus remédios em jejum.
- Eu já fiz isso, pode tomar seu café tranquilamente. Hoje vou entrar em contato com alguns enfermeiros, para conseguir um que fique com ela. Gostaria de agradecer sua boa vontade. Mas a empresa também, precisa da sua ajuda. Enquanto isso, Nora vai nos ajudar a cuidar dela.
- Se não se importar, gostaria de ficar hoje com sua vó, Nora tem muita coisa para fazer. Posso trabalhar daqui, e fazer companhia a dona Zélia. Combinei de aprender a tricotar um cachecol hoje, não quero decepciona-la.
- Tem certeza que quer mesmo fazer isso?
- Tenho sim. Sua vó me lembra muito a minha vó. Eu a perdir na adolescência, vai ser um presente poder ficar um pouco com dona Zélia.
- Se quer mesmo isso, ela ficará muito feliz. Porque ficou descepcionada quando avisei que iria embora. Você conquistou com facilidade o olhar esperto da dona Zélia. Ela costuma ser crítica demais, com pessoas que vem à nossa casa.
- É verdade, você é a única que dona Zélia aceitou cuidados facilmente, sem fazer reclamações. Disse Nora escutando nossa conversa.
- Preciso ir na minha casa, pegar algumas peças de roupa.
- Eu levo você até lá.
Acabamos de tomar o café, e saímos para ir pegar minhas coisas, depois voltar para ficar com dona Zélia.
Dentro do carro, distraída com o painel maravilhoso do carro, me esqueci de colocar o cinto de segurança. Na hora que girou a chave do carro, um apito insistente, avisou a falta do cinto. Ele se adiantou a minha reação de colocar o cinto, passou a mão a minha frente, puxando o cinto, prendendo ao lado, disse.
- Esse carro presa por sua segurança, e eu também.
Falou simplesmente, como se fosse um ato normal, ligou o carro, seguindo caminho que passei para ele. Como se nada tivesse acontecido ele seguiu. Olhei para o vidro e fiquei pensando. Não posso imaginar besteira, ele não fez nada demais.
Chegamos na minha casa, peguei minhas coisas, enquanto ele esperou no carro.
Liguei pra Selena, falei a ela que iria ajudar uma senhora, e resolvi não dizer que era avó do Felipe. Ela poderia pensar que existe algo a mais. Conheço bem a Selena, para saber que ela sempre imagina coisas.Quando entrei no carro, Felipe falava com um médico. Imaginei que estava procurando notícias do pai, ou estava buscando a enfermeira que precisava. Ele desligou e ligou o carro.
No caminho de volta ele me perguntou sobre o trabalho, se foi difícil trabalhar com a Priscila.
- O que ela te falou sobre o que fizemos?
- Ela disse que precisou conversar pessoalmente, com cada um dos operadores marketing. Dando a cada um, uma tarefa diferente.
- Nossa! Vejo que ela seguiu bem informada.
- Ela te contou como ajudei?
- Ela disse que você coordenou o funcionamento de todo o projeto.
- Ela falou como fiz isso?
- Ela não me passou os detalhes. Mas o resultado foi melhor que o esperado. Você deveria estar feliz, sua primeira gestão, com um avanço notável como esse... era pra você estar satisfeita, e não é isso que está parecendo. Você é sempre tão exigente assim?
- O meu esforço pela empresa, não precisa ser recompensado com um sorriso feliz. Não estou satisfeita porque, toda essa história que ela te contou, foi inventada.
- Pra dizer a verdade, Priscila desapareceu, durante todo tempo em que trabalhava no projeto. Nós duas nem sequer conversamos, depois da última reunião. Não sei porque ela tenta de qualquer forma mentir ou enganar. Deve ser um desvio de caráter. Estou certa disso depois do que ela te falou.
Gosto muito do meu trabalho, fiz muito para merecer esse cargo, mas não suporto ter que conviver com pessoas falsas como ela. Gostaria de te pedir para voltar para a outra empresa, onde conheço melhor as pessoas. Não consigo trabalhar direito, pensando que alguém, poderá me sabotar, ou inventar uma história qualquer.- Conheço a Priscila há algum tempo, nunca desconfiei da sua palavra.
- Não quero atrapalhar a amizade de vocês. Mas espero que fique esperto, quanto a fidelidade dela com você, e com a empresa.
- Você abriria mão do seu novo cargo, por causa de uma diferença na forma de trabalhar?
Sorri não acreditando na pergunta.
- Você entendeu tudo que está acontecendo?
A Priscila não me quer na empresa, e vai fazer de tudo pra me atrapalhar. Isso é fato, se não acredita em mim, pode me demitir, se não quiser acreditar.- Daniel confia em mim, pelo meu esforço no trabalho, não porque me acha uma mulher bonita.
- O que está insinuando Helena?
- Não estou insinuando, estou afirmando que trabalhei duro pra chegar onde cheguei. Não preciso de elogios ou sorrisos. Mostro eficiência e mereço ser reconhecida pelo meu trabalho.
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Destino.
RomanceHelena conviveu com pais cruéis e insensíveis, mesmo muito pequena, ela era responsável por cuidar da casa e dos irmãos. Não teve tempo para brincar ou se divertir. Ela cresceu sem acreditar no amor, buscou superar sua carência pessoal, aprimorou-s...