Resistir

103 20 4
                                    

Capítulo 22

- Bem... eu também consigo ser tolerante, na maioria das vezes.
Vem...vamos sentar um pouco, acho que o vinho está me deixando um pouco zonza.

- Está tarde, vou deixar você descansar. Amanhã pego você às nove?

- Me pega?

- Sim... nossa viagem para a casa de campo! Esqueceu?

- Ah sim! Vai ser um grande teste de elenco para nos dois. Podemos até ganhar um Oscar! Risos...

- Acho que você precisa mesmo descansar. Disse preocupado.

- Nossa que sério! Foi só uma brincadeira. Pode dar um sorriso às vezes sabia?

Ele pegou a taça da minha mão, depois segurou guiando até o quarto. Me colocou na cama, cobrindo-me disse.

- Você é muito especial Helena, serei eternamente grato por tudo que está fazendo por mim.
Tenha uma boa noite!

Fiquei encarando seus olhos por um tempo, ele retirou uma mecha de cabelo cuidadosamente do meu rosto, depois acariciou meu lábio com olhar profundo. Seu toque me fez fechar os olhos, automaticamente. Quando abrir ele não estava mais no quarto.

Fiquei pensando em sua boca, e o meu corpo ficou quente, uma excitação fora do comum. Retirei meu robe de calor, e fiquei de calcinha. Comecei a imaginar ele tocando meu corpo. Derrepente me lembrei que a porta do apartamento estava aberta. Levantei, um pouco tonta, fui  trancar a porta.

Me assustei, porque deparei com o Felipe deitado no sofá. Ele  estava quietinho de olhos fechados, parecia estar dormindo.
Me afastei tentando voltar para o quarto, quando bati num porta retrato na mesinha de canto. Ele caiu e o Felipe abriu os olhos em minha direção. Envergonhada querendo desaparecer, disse.

- Achei que tinha ido embora, então... vim fechar a porta.

Seus olhos percorreram meu corpo quase nu. Tentei cobrir meus seios com as mãos, mas foi inútil. Ele sentou devagar, levantou, sem dizer nenhuma palavra, caminhou em minha direção. Enquanto isso, meu coração parecia que ia sair pela boca. Ele chegou  perto, esticou a mão e acariciou meu pescoço. Depois me puxou para um beijo que me fez derreter em seus braços.

Entre beijos ele sussurrou...

- Helena...se quiser que eu vá embora, irei agora mesmo.
Mas vou deixar claro... não é isso que eu quero.

Estava quase perdendo os sentidos, quando suas mãos abilidosas tocaram meu corpo. Queimei de tesão, com minha respiração ofegante, tentei responder

- Felipe... eu...

- Eu quero você demais! Por favor, não me peça pra ir...
Suplicou me castigando com seus beijos. Com muita relutância, me afastei tentando ser forte, conseguir dizer...

- Quero muito, mas não podemos.

- Porquê?

- Um dia você vai entender, mas agora não podemos continuar.

- Você me quer, sinto em seus lábios, em sua pele arrepiada ao meu toque, sinto nas batidas do seu coração.
Seu olhar, me deixou ainda mais louca de vontade.

Nos olhando intensamente, ele voltou a me beijar. Desistir de resistir e correspondi por inteira. Minha consciência do mal brigava com a do bem.

Parei sua boca atrevida segurando seu  rosto. Encarei seus olhos e meu corpo tremeu novamente ao impasse.

Você merece esse homem Helena! Aproveita o momento! Gritou meu lado insensato. Ao mesmo tempo o outro lado gritava. - Você não pode perder sua virgindade, depois vinte oito anos, com alguém que mal conhece. Você sempre teve controle, sempre conseguiu. Depois de tanto tempo, você tem que ter certeza!

Destino.Onde histórias criam vida. Descubra agora