Capítulo 50
Paramos em frente a porta da casa que passei minha infância. Um frio no estômago me incomoda, respirei fundo e apertei a campainha.
O som estridente da campainha me fez lembrar, toda vez que ouvia esse som,
eu estava cheia de tarefas para fazer.
O exterior da casa, parecia estar do mesmo jeito que deixei, quando fui embora. Sua pintura esterna era da mesma cor .Enquanto olhava atentamente os detalhes da casa, uma mulher me surpreendeu abrindo a porta.
Como não a conhecia, pensei ter me enganado, eu não perguntei se ainda moravam na mesma casa. Antes mesmo de perguntar, Ruan apareceu por trás da moça e me apertou entre seus braços. Ele estava forte, alto, mas me agarrava como uma criança com saudades . Fiquei um pouco sem jeito, até o Raul entrar no mesmo abraço.
Quando a demonstração de afeto acabou, olhei para eles atentamente.
Os meus meninos cresceram! Agora eram homens, de barba e músculos, mas ainda eram os meus meninos.
A solidez da nossa amizade e carinho que ficou, nunca vai se apagar.
Com sorriso caloroso o Raul exclamou.- Você está linda!
- Estávamos com saudades!
Expressou Ruan segurando minha mão.No silêncio entre olhares escutamos um raspar de garganta. Nesse momento demos conta, dos olhos curiosos que nos observavam calados. Felipe e a desconhecida jovem estavam sendo esquecidos .
Ruan pegou na mão da jovem e disse.
- Essa é Eve, minha namorada .
- É um prazer Helena!
Eve ergueu a mão, com um sorriso timido no rosto.Depois do cumprimento, apresentei Felipe também, como meu namorado. Depois das apresentações, nos convidaram para entrar na casa.
Eles fizeram de tudo para que eu pudesse ficar confortável. Mesmo assim, o receio de algo ruim acontecer, acendia uma chama de alerta em meu peito, como se fosse um pressentimento.
Enquanto Felipe conversava com os meninos animadamente. Eve saiu em direção a cozinha. Resolvi acompanhá-la, aproveitar para conhecer melhor minha futura cunhada.
- O cheiro está ótimo! Exclamei entrando na cozinha. Ela mechia em uma pamela mo fogão.
Observei as mudança naquele ambiente, toda cozinha tinha sido reformada. Parecia ser recente, estava tudo muito novo.Eve tirou um assado do forno e com um sorriso me falou.
- Espero que goste do jantar, Ruan preparou todos os prato com muito carinho.
Acho incrível como esses dois são loucos por você! Eles parecem crianças quando est estão perto de voce.
Precisa ver como ficaram qiando descobriram que você estava na cidade. Eles ficaram loucos de ansiedade.
Mas não os culpo, você representa muito para eles.Ela parecia saber toda historia, tanto que seu olhar se entristeceu. Rapidamente temtou disfarçar e perguntou.
- Gostaria? Quero dizer... você gostaria de beber alguma coisa?
Ela estava visivelmente nervosa, tropeçou nas palavras até pegar uma garrafa de vinho, serviu uma taça e bebeu. Depois de suspirar, pegou uma taça para mim e disse.
- Desculpe, estou um pouco nervosa, não sou assim normalmente. Não bebo com frequência, não se preocupe.
- Tudo bem...
Respondi, pegando a taça que estava em cima do balcão. Peguei a garrafa de vinho e servi ela um pouco mais. Depois de um breve estalar de taças disse.- Eu também preciso dessa taça de vinho.
Virei todo líquido em minha boca, sentindo escorregar pela minha garganta descendo rapidamente.Nesse momento Raul entrou na cozinha, com o mesmo sorriso faceiro de quando era só um menino levado.
- Vocês estão se divertindo sem me convidar?
Pegou uma taça encheu e brindou em minha taça. Depois de degustar, falou.
- Precisamos comemorar esse encontro!
Vamos levar alguns petiscos e sentar a mesa. Quero conhecer melhor seu namorado.Seu tom de voz, sorriso desconfiado, notei uma pontinha de ciúmes e desconfiança. Mas sempre foi seu ponto forte, defender e proteger família e amigos.
Levamos o vinho, as taças e petiscos para mesa da sala ao lado da cozinha.
Eles haviam preparado uma recepção e tanto.
Depois de algumas taças de vinho e de várias piadas, eu já estava acostumando com ambiente. Estava começando a sentir seguraça, mas o álcool também ajudou.
O Felipe também parecia confortavel, porque conversava com meus irmãos, como se conhecessem há séculos.
Eve também, depois que ficou mais calma, acabou mostrando sua personalidade doce e tranquila.Quando Ruan começou servir o jantar, o senhor Gerson entra inesperadamente onde estávamos.
Ele parecia mais velho que me lembrava. Pálido, cansado e frágil. Parecia ser uma outra pessoa.- Pai!
Exclamou Raul, que levantou arrastando uma cadeira para ele se sentar.- Obrigado meu filho. Não vou me sentar. Gostaria de cumprimentar a todos.
- Sejam bem vindos e tenham uma boa noite!Ele saiu sem me olhar nos olhos, parecia não ter me reconhecido.
Fiquei constrangida e surpresa, talvez um pouco decepcionada.- Nosso pai está tomando medicamentos muito forte, ás vezes ele esquece até quem somos.
Justificou Raul rapidamente.
- O que ele tem? Perguntei assustada com sua aparência.
- Há pouco tempo descobrimos uma doença no fígado. Ele está em tratamento, mas vai ficar tudo bem.
Respondeu Ruan com otimismo.- A mamãe sabe? Perguntei preocupada.
- Não...
Ela nos deixou antes de descobrimos.
Mas depois falamos disso!
Vamos comemorar sua presença, um brinde a nossa amada Helena! Raul ergueu a taça e brindamos.
Mas o incômodo da aparência do meu pai ainda me impressionava.
Ele parecia fraco, vulnerável.
Nunca imaginei vê-lo nesse estado deplorável.
Pela promeira vez senti pena do meu pai. Mesmo repudiando o que ele fazia comigo.Depois do jantar voltamos a normalidade, mas ainda me sentia incomodada com o estado que reencontrei o meu pai.
Felipe notou minha preocupação, tentou um aperto de mão consolador acompanhado de um sorriso sincero. Ficamos nos olhando por um tempo até o Raul interromper a conexáo.

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Destino.
RomanceHelena conviveu com pais cruéis e insensíveis, mesmo muito pequena, ela era responsável por cuidar da casa e dos irmãos. Não teve tempo para brincar ou se divertir. Ela cresceu sem acreditar no amor, buscou superar sua carência pessoal, aprimorou-s...