Capítulo 13
Chegamos na casa, paramos o carro, mas continuamos conversando dentro do carro.
- Não vou deixar você sair. Vou acompanhar de perto tudo que está acontecendo na empresa. Pra ser claro, não estou duvidando de sua palavra, só não quero ser injusto.
- Quero fazer uma proposta. Vou te provar tudo que disse, e se depois, você ainda quiser trabalhar com ela, quero voltar para outra empresa. E tenho mais um pedido se eu ficar, quero trabalhar na sala da Priscila.
- Novamente pedindo pra mudar de sala. Não sei porque te incomoda tanto ficar aqui.
- Não me incomoda, estamos nos dando bem, conversamos abertamente até agora. Conhecendo você melhor, digo que estou surpresa, não esperava que fosse assim. Te julguei por tudo que aconteceu no resort.
- Vamos esquecer aquele incidente. Fiquei nervoso, não sei se entende, mas me sinto responsável pelo Josh.
- Não se preocupe, entendo perfeitamente.
- Obrigado, por tudo que está fazendo pela minha vó.
Nossos olhares ficaram um tempo conectados, até eu dizer.
- Vamos logo, dona Zélia deve estar ansiosa pra me ensinar tricô. Risos...Descemos do carro, ele pegou minha mini mala, e me acompanhou até um quarto.
- Pode ficar aqui, o sofá não é muito confortável para passar a noite. Um sorriso sincero, apareceu em seu lábio perfeito. Novamente nos encaramos, ele que disfarçou agora.
- Pode se acomodar, espero que fique a vontade. Preciso sair, mas volto para o jantar. Tenha um bom dia, com dona Zélia.
Sorriu de descontraído.Um pouco sem jeito eu sorrir de volta, ele saiu e fechou a porta. O clima entre nós está muito estranho. Nunca fiquei assim perto de homem nenhum. Aliás eu nunca tive tempo ou interesse por romances. O relacionamento dos meus pais, não me deixou confortável para me relacionar amorosamente. Intimidade é dar liberdade, eu não contigo ter esse tipo de relação.
Abraços e beijos, são difíceis para mim.
Talvez eu esteja só envolvida emocionalmente, por ver os problemas que o Felipe enfrenta.
O dinheiro não faz mesmo ninguém feliz, e a falta também não. O que faz a felicidade é a paz de espírito, e a aceitação.Desci para encontrar dona Zélia, o quarto dela ficava no pavimento debaixo. Mas escutei sua voz na direção da cozinha. Ela conversava com Nora.
- Josh tem que aceitar que o pai é livre, para ter outra família.
- Dona Zélia, o Josh sempre foi o chamego do seu Jorge, aí dona violet morre, e o seu Jorge esquece do filho, isso não está certo! Ele ainda era um garoto, se não fosse seu Felipe, não sei o que seria desse menino.
- Mas eu me preocupo com o Felipe, Nora, ele não consegue ficar com nenhuma mulher muito tempo. Ele acha que o amor deveria sobreviver, e o seu pai mostrou que o amor só existe enquanto estamos vivos. A falta dos pais, deixou um rastro profundo nos corações dessa família.
- Infelizmente dona Zélia. Mas essa Helena, pode ser nossa salvação, você viu o jeito que Felipe olha pra ela? Nunca vi ele assim com moça nenhuma.
- Ela é mesmo um amor, gostei mesmo dessa garota.
- A senhora também percebeu o jeito do seu Felipe não foi? Por isso resolveu ser boazinha com ela?
- Meu menino merece ser feliz, não quero continuar a ser uma pedra em seu caminho.
Eu gostei de verdade dela, espero não me decepcionar.- Não me parece que ela entendeu a afeição do seu Felipe. Talvez ela seja comprometida, por isso ela não notou.
- Você acha que ela tem namorado?
- Pode ser que sim, qual mulher solteira não ficaria caidinha pelo seu Felipe?
- A senhora pode tentar descobrir um pouco mais sobre essa moça. Eu não gosto da Priscila, não confio naquela moça. Quando seu Felipe viajou ela ficou se engraçado para o Josh.
- Você percebeu também ?
- Nós somos espectadores de tudo Nora, devemos ajuda-los. Violet nos deixou essa missão. Você se lembra?
- Sim, ela nos fez prometer.
Depois de escutar quase toda conversa, voltei as escadas e chamei a Nora.
- Nora? Nora! Continuei andando na direção da cozinha.
Dona Zélia! Vocês estão aí! Fui procura-la no seu quarto. Menti descaradamente.
Estou ansiosa para aprender a tricotar!- Então não vamos perder tempo, o Felipe em breve vai encontrar uma enfermeira, e perderemos essa oportunidade.
Nora, faça aquele cardápio para o almoço, nossa convidada vai adorar!
- Sim senhora! Respondeu num sorriso.
Essas duas são cúmplices, em muitas coisas que acontece nessa casa. Mas será que, estão certas sobre o olhar do Felipe para mim? Acho que estão imaginando coisas. Penso que elas querem tanto a felicidade dos meninos, que tentam encontrar alguém para ajudá-las.
Tentei fazer tricô, mas não é uma coisa fácil. Prefiro fazer meu trabalho, acho que domino melhor as plataformas online.
Dona Zélia, perguntou sobre minha vida, mas eu já estava sabendo o que ela queria com aquele questionário. Quando disse que era solteira seus olhos brilharam. Aquela senhora queria muito que eu fosse a candidata ideal para seu neto. Mas eu não tinha intenção nenhuma, de entrar em um problema. Vivi muito tempo evitando esse tipo de situação. Mesmo sendo por uma boa causa, eu não iria me envolver para agradá-la.
Sou fiel às minhas escolhas, não quero entrar em algo que eu possa me ferir, ou ferir alguém.Almoçamos em um clima divertido, onde dona Zélia mencionou vários episódios de quando dona Violet estava viva.
Ela parecia ser uma mulher admirável, que lutou pela vida até o fim dos seus dias. Morreu por uma doença degenerativa, que acabou drenando sua vida.Felipe assumiu um papel de responsabilidade muito cedo. A história era comovente, mas com dinheiro da família, ele conseguiu controlar e manter a dignidade de sua família. Diferente de mim que lutei para me manter viva, no caos que vivi. Temos histórias diferentes, com dramas que influenciaram nosso futuro.
Enquanto dona Zélia dormia à tarde, pude trabalhar um pouco até a hora do jantar.
Sentamos para jantar quando o Felipe chegou.
Com olhar preocupado ele cumprimentou a vó com um beijo, e a Nora tentando um sorriso. Sentou-se ao meu lado e perguntou.- Como foi seu dia?

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Destino.
RomanceHelena conviveu com pais cruéis e insensíveis, mesmo muito pequena, ela era responsável por cuidar da casa e dos irmãos. Não teve tempo para brincar ou se divertir. Ela cresceu sem acreditar no amor, buscou superar sua carência pessoal, aprimorou-s...