Dossiê

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Capítulo 16

A detetive me ligou e marcamos de nos encontrar. Ela me entregou uma pasta. Eu preciso muito que essas informações me ajudem, a provar que ela não é inocente. A detetive me disse que Priscila é esperta, mas não desconfiou de nada.

Se o que a Priscila disse sobre a gravidez for verdade, ela vai ter tudo que quer realmente. Porque do jeito que o Felipe ama sua família, ele fará de tudo por um filho. Essa mulher não merece nada, além de um tratamento  psiquiátrico.

Fui para casa e abrir a pasta, tinha um envelope e um pen-drive. Abrir o envelope, e me assustei. Priscila estava beijando Josh. O que Josh fazia com a  namorada do seu irmão?
Não dá pra acreditar!
Mais fotos da Priscila, agora com o Olavo. Eles também estavam em momentos íntimos dentro do carro. O que essa mulher planejava era muito pior que imaginei.

O pen drive tinham provas de contas recém abertas, email de advogados e contadores da empresa. Conversas com colaboradores. Uma lista imensa de falcatruas.
Mesmo com tantas provas, eu não poderia mostrar o Felipe, até saber como o Josh está envolvido. Se ele tem culpa em todo esse esquema.

Precisava de ajuda, então liguei par Selena e Daniel, para irem até  minha casa. Tudo isso estava ficando perigoso demais, até para mim. Não sei onde ela pode chegar, para conseguir o que quer. Pelo que pude ver, ela quer dinheiro, e tudo que puder tirar de alguém. Sozinha, não vou conseguir fazer nada contra ela.

Quando mostrei as provas para o Daniel, ele quis falar com Felipe imediatamente. Mas conseguir convencê-lo a esperar, pelo menos até descobrir, se a Priscila estava mesmo grávida do Felipe, e o até onde o Josh estava envolvido.

Daniel combinou que ele e a Selena, ficariam com a responsabilidade de descobrir o envolvimento do Josh com a Priscila. E como agora eu sabia do envolvimento do Olavo, era mais difícil ela me enganar.

Pensando em tudo é difícil acreditar, Olavo sempre estava se fazendo de santo, mentindo, eu ainda fiquei preocupada com ele.
Mas vou tentar entrar no jogo, mesmo sabendo que corro risco, tenho que fazer eles pagar.

No outro dia, Felipe estava na sala quando cheguei.

- Bom dia, falei, indo direto para minha mesa.

- Bom dia, ele respondeu, olhando para o computador.

Como todos os dias evitava de olhar para ele. Hoje não resistir,  com tanta informação, e com a trama contra ele, eu fiquei comovida. Eu olhava pra ele trabalhando e pensando. Como podemos nos deparar com pessoas que quer nos fazer mal. Como podem fazer isso a uma pessoa inocente?
Ele nem sequer imagina o que está acontecendo, nem imagina quem é realmente a Priscila.
Ele percebeu que estava olhando e me olhou também.

- Aconteceu alguma coisa Helena?
Você está diferente hoje!

- Diferente eu? Não! Eu só... só estou preocupada com algumas coisas. Mas não é nada. Preciso de um café, voce aceita?

- Está me convidando pra tomar um café?

- Pode ser... você aceita?

- Tudo bem. Mas quero levar você onde tem uma torta maravilhosa.

- Não gosta do café daqui na empresa?

- Gosto sim, mas onde vou te levar, você vai adorar ! Vamos!

- Acho melhor esquecer o café, temos muito trabalho.

- Para com isso...vamos lá!

- Tá bom, vamos!

Andamos em direção ao elevador, escutei a voz que me arrepiou toda. A traiçoeira chamou.

- Felipe! Preciso falar com você, onde vai.

- Estou de saída, quando voltar te procuro!

- Felipe! O elevador abriu eu entrei, o Felipe também. Priscila ficou de fora, olhando o elevador fechar, com muita raiva no olhar.

Ele insistiu para irmos no seu carro. Saímos da cidade, para um lugar perto de um lago, parecia um chalé, ou taberna. Nunca tinha passado por esse lugar. Ele conhecia todos que trabalhavam lá. Cumprimentou e sentamos.

- Posso fazer seu pedido?

- Sim.

Fiquei observando o lugar, era muito aconchegante, com uma grande lareira e mesas de madeira. Flores do campo5 enfeitavam o lugar. Parecendo uma casa de bonecas.
Meu olhos nunca viram um lugar assim. Parecia mágico de tão lindo.
O cheiro de bolo feito na hora,a senháora que servia. O lugar perfeito!
Maravilhada com tudo, não percebi que o Gustavo me olhava.

- Vejo que gostou do lugar.

- É lindo! Como encontrou esse lugar?

- Quando era criança, minha mãe me trazia aqui. Depois que ela morreu, virou meu refúgio favorito.
Esse lugar me faz lembrar dos dias mais felizes, que vivi em minha vida.

A senhora trouxe o bolo, e uma xícara de café. O sabor era maravilhoso. Comi um pedaço e estava mesmo uma delícia.

A lareira aquecia o lugar, e o café quente, me fez querer tirar o casaco.

Ele me encarou e disse.

- Você fica bonita de azul, realça a cor dos seus olhos.

Com seu elogio, novamente sentir o incômodo no estômago. E o calor só aumentou.

- Não precisa ficar envergonhada, é só um elogio.

- Eu sei não é isso, é que estou sentindo algo estranho. Esse bolo tem nozes?

- Não sei, você é alérgica a nozes?

- Acho que sim, não estou me sentindo bem.

Nesse momento minha garganta travou, e o ar começou a ficar pouco.

- Chama uma ambulância! Escutei antes do Felipe me abraçar, e continuou a gritar.

Em pouco tempo, sentir uma picada de antialérgico. Minha respiração começou a melhorar. Uma das clientes estava prevenida, com antialérgico.
Assim que me sentir melhor, Felipe insistiu me levar para o hospital, depois de alguns exames, ele me levou para casa.
Preocupado, subiu até meu apartamento.
Eu fui tomar um banho, enquanto ele esperava na sala, disse que não iria embora, até a Selena chegar. Eu liguei para ela dentro do carro, saindo do hospital.

Quando estava embaixo do chuveiro, lembrei do envelope na mesa da sala.

Sem pensar muito, enrolei na toalha e corri até a sala.
Ele estava com as fotos nas mãos, fiquei parada, olhando em seus olhos sem saber o que dizer.



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