Capítulo 36
Depois da conversa com o Felipe, ele saiu da sala sem me dar tempo, para dizer mais nada.
Depois encontrei a Priscila, que preferiu ignorar minha presença, em uma reunião.
Liguei para Selena, mas ela não podia conversar, porque tinha um encontro com o Daniel.
Com todo turbilhão de loucuras na minha vida, esqueci de falar com minha mãe.
Liguei para ela e marcamos de nos encontrar. Achei melhor, ela vir ao meu apartamento para conversarmos.Ela chegou um pouco acanhada, reparando minha sala curiosa, perguntou.
- Você mora sozinha?
- Sim... meu trabalho me proporciona uma boa estabilidade financeira.
Fique a vontade...vou pegar algo para beber.- Não precisa se preocupar, obrigada...
- Então...
Porque deixou meu pai?
Perguntei e forma brusca. Ela suspirou apertando a bolsa contra o corpo respondeu.- Eu sei que errei como mãe. Eu te fiz muito mal. Por isso te peço perdão...
É difícil esqueçer tudo que te causei. Sei que nunca serei uma mãe de verdade. Fui. egoísta, anulei meu amor por você, para não brigar com seu pai.
Ele sempre te culpava por existir, falava que você nos afastou, que você foi culpada por nossas dívidas. Usava você como a causa de todos nossos problemas.Por isso eu te abandonei, e você, acabou crescendo solitária.
Me perdoe Helena...agora eu sei o quanto fui inconsequente...
Ela começou a chorar.- O que aconteceu? Porque abandonou sua casa, seus filhos? Porque fez isso agora?
- Eu não suportava mais viver na mentira.
Prefiro revirar o lixo, que voltar para aquele homem. Ele me fez abandonar minha razão para viver.
Ele é uma pessoa má e sempre me ameaçou. Disse várias vezes que me mataria se eu preferisse você a ele. Não tem ideia do que vivi ao lado desse homem possessivo. Peço a Deus para que apareça um homem bom em sua vida. Que você nunca mais sofra por falta de amor, porque eu sei que você sofreu.Suas lágrimas eram tantas, que precisei pegar lenços para ela. Sua declaração afetou meu coração, até eu comecei a chorar.
Por favor, Helena... eu não mereço suas lágrimas!
Suas mãos trêmulas,encostaram na minha, ela suspirou fundo e seus lábios ficaram brancos. Em alguns segundos ela desmaiou.
Mãe! Mãe!
Um desespero apertou meu peito. Peguei o celular e liguei para o hospital.
Enquanto eles demoravam uma vida, para chegar, eu segurava sua mão. Tentava escutar seu coração, mas estava muito fraco. Observei que estava muito magra, talvez fosse fraqueza.Os paramédicos chegaram e fizeram algumas verificações, colocaram ela na maca e a levaram. Perguntei para onde iriam levá-la, eu seguir com meu carro.
No hospital ela recobrou a consciência.
Conversei com o médico ele disse que ela estava mesmo muito fraca.
Depois de hidratar seu corpo com soro, o médico passou repouso e vitaminas.- Eu não posso ficar parada, preciso trabalhar.
Minha mãe disse ao médico com preocupação.- No momento a senhora precisa descansar.
Insistiu o médico.- Ela vai ficar comigo doutor,vou cuidar dela.
Disse olhando seria para ela.- Não... não vou atrapalhar sua vida Helena!
Relutou com voz fraca.- Mãe, não discute! Você fica comigo e pronto!
- Preciso que volte com ela em uma semana, para fazer alguns exames.
- Não precisa doutor, vou ficar bem...
Interrompeu minha mãe.O médico me olhou e disse.
- Faça ela voltar Helena, sua mãe precisa de cuidados.- Prometo que ela vai voltar.
Dr?- Fide dr. José Filde.
- Obrigada Dr. filde.
Disse com simpatia.
Minha mãe olhou e balançou a cabeça ranzinza falando.- Então...podemos ir?
- Assim que acabar o soro podem ir.
Saímos do hospital, eu falei.
- Mãe você foi muito mal humorada. O médico estava sendo simpático.- Duvido de homens com muita simpatia no rosto, Helena.
- Nem todos são iguais!
- A maioria é... pode ter certeza!
Chegamos perto do carro.
- Esse carro é seu?
- Sim...
- Você dirige?
- Sim!
- Nossa! Nunca imaginei que teria tanta coisa!
- Vamos mãe está tarde, você precisa descansar.
Ela entrou no carro e colocou o cinto. Fui devagar até meu apartamento.
- ķķQue felicidade! Minha filha tem carro e casa. Fico orgulhosa de você.
Obrigada mãe... agora descanse.
- Amanhã vou ligar para empresa. Vou tirar uns dias para ficar com você .
- Não precisa... vou ficar bem.
- Eu insisto!
Agora vou pegar uma roupa para você dormir.Ela entrou no quarto indo em direção a janela.
Eu sair, em direção ao meu quarto me sentindo diferente. Um sentimento muito estranho.
Quando deixei minha casa. Pensei que não teria coragem de convidar minha mãe, para vir me visitar algum dia.Agora ela está doente, precisando de mim. Mesmo depois de tudo que passei, não tenho rancor dela. Além do mais, ela pareceu estar arrependida de tudo que me fez passar. Só não me explicou ainda, porque deixou nossa casa.
Peguei tudo que ela poderia precisar e voltei ao seu quarto. Ela dormia profundamente. Deixei tudo no quarto, depois saí fechando a porta.
Mandei mensagem para Selena, contando tudo que aconteceu.
Ela não visualizou, talvez por estar muito tarde.
Pensei em mandar uma mensagem para o Felipe, mas resolvir deixar como esta.Eu queria que tudo fosse diferente entre nós.
Sinto um nó na garganta de pensar, que não vamos ficar juntos novamente.
Sua opção foi injusta, mas sinto que foi necessária. Entendo o que ele fez, talvez faria a mesma coisa para tentar protegê-lo.
Quando a gente gosta, o importante é manter sua segurança.O que parecia ser destino, na realidade foi passageiro, uma relação cheia de dificuldades. Acho que não era mesmo para acontecer.
Minha parte feliz nessa história, é lembrar dos bons momentos que passamos juntos.
Isso, tenho certeza, que não vai ser fácil esquecer.Depois de toda agitação dessa noite, eu dormi mal.
Assim que amanheceu, liguei para Lisa, avisando que não iria trabalhar.
Pedir para mandar tudo que fosse importante por email.Sair do quarto sentindo cheiro do café e do biscoito assado. Me lembrei dos poucos dias, em que minha mãe preparava o café da manhã.
Cheguei na cozinha encontrando ela preparando tudo. Com um sorriso simples me falou.
- Bom dia filha.

VOCÊ ESTÁ LENDO
Destino.
RomansaHelena conviveu com pais cruéis e insensíveis, mesmo muito pequena, ela era responsável por cuidar da casa e dos irmãos. Não teve tempo para brincar ou se divertir. Ela cresceu sem acreditar no amor, buscou superar sua carência pessoal, aprimorou-s...