Viajem

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Capítulo 23

Guardarmos a mala, depois entramos no carro e seguimos a caminho da casa de Campo. Depois de ontem estava me sentindo estranha. Felipe permaneceu calado, dirigindo concentrado na estrada, parecia pensativo.

- Você está bem? Perguntou me analisando.

- Estou sim. Posso ligar o som?
Queria fugir de  conversar agora.

- Sim... Claro!

Comecei a procurar por uma música, que tentasse melhorar o clima de suspense instalado.
No rádio, tocava uma música lenta e relaxante, resolvi deixar tocar. O Felipe não disse nada, só dirigiu.
Recostei a cabeça no banco do carro, relaxei o corpo, sem perceber, adormeci.

- Helena! Felipe chamou meu nome.

- Oi, onde estamos? Acordei assustada, ajeitando meu corpo no banco do carro.

- Chegamos!

Olhei para a bela casa de madeira a minha frente.

- Chegaram, finalmente! Dona Zélia exclamou caminhando por uma varanda, em nossa direção. Enquanto Felipe descia as malas, ela me recebeu com um abraço caloroso. Depois de abraçar o Felipe, perguntou.

- Você sabe quem é a amiga que o Josh vai trazer?

- Não vó, ele não me disse nada.

- Tudo bem, vamos entrar? Nora preparou biscoitos deliciosos!

Tentei pegar minha mala, mas Felipe insistiu para carregar.
Enquanto dona Zélia conversava, caminhamos pela casa, até a cozinha.

- Oi Nora!

- Oi Helena! Como foi a viagem?

- Tranquila.

Felipe entrou perguntando.
- A Helena pode ficar na suíte branca, vó?

- Nora arrumou tudo na sua suíte, Felipe. Sei que gostariam de ficar juntos, não precisam fazer cerimônia.

Ele me olhou sem palavras, sabia que seria melhor não debater com dona Zélia.
Depois que saiu da cozinha, dona Zélia começou a contar sobre a história da casa.
Enquanto me deliciava com alguns biscoitos de nata prestava atenção no que contava.

Alguns minutos se passaram e o Felipe não voltou. Resolvi ir atrás dele. Dona Zélia me mostrou o caminho para o quarto, depois saiu. Bati na porta, sem escutar nenhuma resposta, girei a maçaneta e entrei. Ele estava deitado de costas, parecia estar  dormindo.
Resovi nao incomodar, tranquei a porta e caminhei pela casa, tentando conhecer o lugar sozinha.

A casa era grande, com vários quartos, janelas de vidro que rodeavam sua estrutura, mostrando a paisagem externa com árvores e montanhas. Dentro da casa, havia uma enorme sala, com uma grande lareira que aquecia quase todo resto da casa. Apesar de não estar muito frio, as árvores pareciam fazer o local ficar úmido.
Sentindo um pouco solitária, naquele lugar monótono, lembrei do meu celular. Voltei ao quarto para pegar.

Estava sem bateria, esqueci de carregar. Precisa procurar minha mala. Abrir o zíper ele acordou.

- Oi! Está tudo bem? Acabei dormindo...

- Eu estava pegando meu carregador, pode voltar a descansar.

Ele se sentou, me encarando disse.
- Precisamos conversar.

- Não precisamos... podemos esquecer o que aconteceu. Você não precisa se incomodar com isso.

- Incomodar? Isso é sério? Perguntou nervoso.

Fiquei observando seus gestos calada.

- Helena, não sei o que dizer, estou muito decepcionado comigo mesmo. Não deveria ter te tocado daquele jeito.

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