Sobreviver

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Há dois meses, tive a infeliz coincidência de encontrar com ele novamente.
Com o mesmo sorriso sedutor, muita conversa sobre perdão e amizade, me convenceu a conversar com ele. Aceitei beber um chá, para provar que concedir a ele meu perdão.
Quando tentei ir embora, meu corpo ficou estranho, minhas visão escureceu. Não lembro de mais nada.
Acordei em um lugar desconhecido. Amarrada em uma cama, sentindo os beijos daquele homem.

A sensação de nojo e desespero, nao mudou minhas condição. 
Depois de alguns gritos abafados por um pano, ele despiu meu corpo e violentou.
Aquele homem abusou do meu corpo, várias vezes seguidas, durante todo fim de semana.

Quando me deixou em casa disse: Foi ótima nossa noite!
Suas ameaças foram muito convincente. Se eu inventasse algo, ele teria provas que foi sexo concedido, que nosso sexo sempre foi selvagem mesmo. Eu nunca poderia provar nada contra ele.

Precisei ser muito forte, para conseguir olhar seu irmão nos olhos e não dizer nada.

Meu Amor pelo Ruan e o medo de perdê-lo para sempre, me fez esconder tudo que aconteceu.

Ele não poderia saber, eu não iria destruir minha vida ainda mais, por causa daquele homem.

- Que provas esse homem teria, contra você?

- Ele gostava de filmar algumas das nossas relações.
E não era uma ideia agradável, expor vídeos íntimos.

Por fim, eu não denunciei porque seria minha palavra contra os vídeos.
E o medo de perder o Ruan para sempre.

Mas esse estupro, selou para sempre meu destino. Descobrir logo em seguida que estava grávida. Uma dúvida seguida por uma pergunta.
O que eu faço?

A conclusão foi... não tem mais o que fazer.

Eu iria contar a ele hoje, e acabar de vez com essa agonia. Mas aí você chegou, pedido de casamento...
Foi muita coisa pra assimilar.

- Sinto muito... Eve.
Sua situação é muito triste mesmo. Não sei se poderia ajudar... mas posso te dizer uma coisa. Você precisa contar sua versão para o Ruan.

- Não! Não! Eu não consigo!
Pensei que conseguiria! Mas eu não consigo, abrir mão dele iria ser meu fim!
Eu o amo! Não suportaria perdê-lo!

Suas lágrimas de desespero, aumentaram seus soluços.
Enquanto tentava acalmá-la, Ruan apareceu, parecia transtornado, seu olhar com lágrimas. Percebi que ele escutou toda história.
Caminhou em direção a Eve e tocou seu braço.
Me afastei pensando em deixar eles conversando.
Ouvir ele dizer...

-Diz por favor... Eve...
Qual o nome desse homem?

Curiosa voltei meus olhos para eles.

Sem esperar Eve responder, Ruan apertou a mão de Eve e pergunta novamente em desespero.
Suas palavras saíram com muita raiva. Um rosnando de ódio me fez voltar em defesa de Eve.

- Fale Eve! Diga logo o nome dele!
Ele esbravejava, segurando o braço da Eve.

Tentando melhorar a situação, segurei o Ruan pelo ombro.

- Calma Ruan! Temos que ter calma, precisamos pensar melhor. Eve não pode ficar nervosa, se acalme por favor!

Ele parecia não escutar minha voz, porque não me olhou.

- Se não me contar, vou descobrir sozinho!

Ele insistia, enquanto Eve chorava sem parar.

Vou pegar esse canalha, nem que for a última coisa que faço na vida!

Sem resposta, Ruan saiu do quarto, andando muito rápido.
Deixei Eve em prantos e fui atrás do meu irmão.
No intuito de fazer ele parar, segurei sua mão.
Ele voltou seu rosto para mim. Parou um pouco. Respirou. Com um pedido de desculpas, virou e saiu do hospital.

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