CAPÍTULO 25:

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Depois que toda aquela loucura na cidade passou a gente foi acompanhar o Bakugou até a polícia, não sei direito porque ele foi lá. Assim que ele saiu a gente finalmente pegou o trem e foi pra casa, nem acreditei que tinha passado a noite toda em claro e como ela tinha sido intensa. Chegando em casa meu vovô me deu um abraço preocupado por eu ter chegado tão tarde.

(Vovô) Graças a Deus que você chegou em casa. Nunca mais faça isso novamente.

(Samy) Calma vovô, eu estou bem... Na verdade eu nem fiz nada.

(Vovô) Não acredito que você foi só pra encher linguiça?

(Samy) Nem isso, eu ainda fiquei entalado em um beco, dei trabalho pro pessoal... Vixe, quero nem lembrar.

Fui tomar um banho quente pra dar uma relaxada e depois cai na cama e dormi um sono bem gostosinho. Acordei já de noite ouvindo alguns barulhos na sala, meu vovô estava revendo a luta do All Might na televisão.

(Samy) *voz sonolenta* Que horas são?

(Vovô) São 19:30 da noite, você dormiu bem?

(Samy) Sim sim vovô, isso começou agora? Devem estar reprisando, todo mundo ficou estasiado com essa luta.

(Vovô) Estranhei uma coisa, tem uma hora que o All Might fica pequeno e meio magro, é como se ele tivesse enfraquecido.

Ouvindo aquilo eu fiquei bem pensativo, eu desci até a área da piscina do condomínio e me sentei em uma das espreguiçadeiras, comecei a refletir sobre o que tinha acontecido na noite anterior e nisso acabei falando sozinho.

{A fraqueza do All Might foi exposta, todos os vilões devem ter visto isso, eles agora vão mais do que nunca nos atacar... E sem o All Might... O que será de nós}

(Samy) O que eu posso fazer se um vilão como o All for one atacar? Nós somos fracos, somos heróis, mas nós somos mortais... Ninguém é invencível. Estou aqui a tanto tempo, eu ainda não estou forte o suficiente... Ainda não, mas quanto tempo eu vou usar essa desculpa?

O vovô estava ali ouvindo todas as minhas falas, ele percebeu que indiretamente eu estava me fazendo de fraco e não deixou isso barato 

(Vovô) Filho? O que está fazendo aqui.

(Samy) Vovô... Só estava aqui relaxando um pouco, depois de tudo isso né... Se bem que eu não fiz lá muita coisa, só na preguiça mesmo.

O vovô então me chamou pra ajudar ele a levar uma encomenda até o terceiro andar, a gente morava no quarto andar, mas ele disse que era uma entrega pra uma das vizinhas. Era uma caixa super pesada e grande, eu peguei a caixa na portaria e fui carregando ela de forma desajeitada até o elevador.

(Vovô) *assobia* Não filho, vem pelas escadas que o elevador tá quebrado.

Quando fui subir o primeiro degrau o vovô vendou meus olhos, ele me disse que fez isso pra eu não desistir de levar a caixa logo no primeiro andar. Comecei então a subir enquanto o vovô ia me guiando.

(Samy) *cansado* já chegou vovô?

(Vovô) Ainda não, vamos lá que a gente mal chegou no primeiro andar.

Fui subindo mais sentindo meus braços queimando, eu não troquei de posição pra segurar a caixa, só ia subindo sem deixá-la escorregar. As minhas pernas começaram a doer um pouco devido a subida rápida na escada.

(Vovô) Vamos Samy, a gente já tá chegando.

(Samy) Deixa eu descansar um pouco vovô.

(Vovô) Calma filho, daqui a pouco você descansa ok? Vamos chegar lá primeiro.

(Samy) *ofegante* tá doendo um pouco vovô.

(Vovô) Eu sei que está doendo filho! Aguenta só mais um pouco ok?

Eu nem sabia que andar eu estava, só sei que o que quer que tivesse dentro da caixa era super pesado. Senti o vovô empurrando minhas costas cada vez que eu tentava parar, parecia que aquele prédio não tinha fim.

(Vovô) Você está chegando filho! Você vai conseguir!

(Samy) Tá doendo! Meus braços estão queimando!

(Vovô) Então barganha com seus braços e continua. Você está chegando filho! Você está quase lá! Você vai conseguir filho! Você está chegando! Você está chegando!

(Samy) Tá doendo!

(Vovô) Eu sei que está doendo, mas você precisa aguentar filho! Você vai conseguir!

Cheguei a um andar qualquer e simplesmente larguei a caixa no chão. Cai de joelhos sentindo meus braços queimando, comecei a chorar um pouco e em nenhum momento tirei a venda, não me julgue ok?

(Samy) *ofegante e chorando* Já cheguei ao terceiro andar? Por favor me diga que sim... Eu não aguento mais.

(Vovô) Olhe filho... Você subiu o prédio todo.

Assim que tirei a venda senti a leve brisa da noite, tinha subido o prédio inteiro carregando uma caixa super pesada.

(Vovô) A pessoas que ainda acreditam em você Samy, se andar por aí derrotado de cabeça baixa seus amigos farão o mesmo. Não me diga que não é forte ou capaz porque o que eu vi hoje aqui mostra o contrário. Você carregou uma caixa de alteres por 10 andares, esse negócio deve estar pesando pelo menos uns 230 quilos. Deus te deu uma individualidade e forças para ajudar as pessoas então me faça o favor de nunca mais ficar sentindo pena de si mesmo porque as pessoas precisam de você... Samy, as pessoas precisam de você.

Olhei pra caixa no chão e vi vários alteres de academia, me levantei e fui até perto da beirada do telhado do prédio, olhei a cidade movimentada e o céu todo estralado que parecia estar sorrindo para mim. 

(Samy) Entendi vovô...

(Vovô) Que bom meu filho... Agora vamos descer, recolhe os pesos e deixa ali no canto por favor que depois os vizinhos do terceiro andar vem buscar.

Aquilo fez a minha ficha cair, eu não sou um simples moleque gordo com uma individualidade, eu sou um aspirante a herói, alguém com assuntos pendentes em casa e uma missão a cumprir. Sim, eu já me lasquei bonito em outras situações esse ano, mas se eu colocar isso na balança junto das vitórias que já tive... Você já sabe a resposta pra isso, até porque leu até aqui e já sabe muito.

No outro dia pela manhã recebi uma visita inusitada em minha casa. O professor Aizawa e o All Might vieram me ver e conversar com o vovô sobre uma coisa interessante.

(Professor Aizawa) Então é isso senhor Chie, os alunos da U.A irão ficar em dormitórios na própria instituição.

Isso era um ato de desespero, queriam ter  os alunos por perto e nos treinar um pouco mais para seja lá o que viesse.

(Vovô) Eu entendo, o Samy está comigo a três anos, mas chega uma hora em que os passarinhos devem deixar os ninhos. Agradeço a ajuda que deram para ele nas aulas, meu garoto aqui é meio turrão e fala pelos cotovelos o tempo todo, acho que ficar com outros alunos mais maduros que ele possa ser bom para ajudá-lo a amadurecer.

(Samy) *Envergonhado* Vovô... Não precisa esculachar também né.

(Vovô) Senhor All Might é uma honra ter você aqui em nossa humildade casa. O Samy te dá muito trabalho nas aulas?

(Samy) Vovô! Qual é!

Depois dessa visita e conversa estranha ficou decidido que eu iria morar na U.A, então eu deveria logo começar a arrumar minhas coisas. Ir morar lá seria legal, mas abandonar o vovô mexia comigo, quer dizer... Desde de que eu cheguei no Japão ele foi meu único porto seguro, sempre me apoiou, cuidou de mim, me ensinou tudo o que eu sei agora. Mas sei que isso é parte da jornada de um herói, a saída do lar, do círculo de conforto em direção ao desconhecido.

{É hora de seguir em frente... Isso vai doer mais nele do que em mim. Mesmo assim... Vou sentir saudades, das brincadeiras, das broncas, da comida, das aulas, do jeito de viver e da tranquilidade daqui}

Nunca contei como cheguei ao Japão e nem minha origem não é? O que acha de um capítulo especial só pra isso?
Se quiser comente "sim".

Continua...

MY HERO ACADEMIA: O GAROTO DOS 4 ELEMENTOS.Onde histórias criam vida. Descubra agora