Capítulo 6

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Estamos em maratona, 50 comentários nos trazem de volta amanhã, se não a gente se vê na sexta.
História co-escrita com Kami_Cavalcante

Lourdes minha falecida babá sempre me dizia que a preguiça é uma amante ingrata

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Lourdes minha falecida babá sempre me dizia que a preguiça é uma amante ingrata. E ela tinha razão.

Eu nunca levava ninguém para o meu quarto, eu geralmente comia as moças no quarto de hóspede, exatamente para evitar que Maria Helena tivesse algum contato, mas com Luísa eu só pensava com a cabeça de baixo.

Ela era sexy, e uma amante habilidosa, uma combinação perigosa para um noivo sem tanta vontade de casar, mas eu não entendi o perigo naquele momento.

Claro que a voz da minha noiva tinha que invadir o ambiente despejando o que havia de mais forte nela, veneno.

Colocar Maria Helena para falar com a secretária havia sido um ato de preguiça principalmente, eu poderia ouvir sem interagir toda vez que ela me ligasse na linha do meu quarto.

Levantei com o pau semiereto, Deus sabe que eu teria fodido com Luísa pelo menos mais uma vez. Mas a princípio tinha uma missão difícil, fazer minha noiva calar a boca.

Peguei o telefone e fui para a varanda, a sensação do vento em meu peito nu, era gostosa, não vou negar, e aliviava os gritos do outro lado da linha.

— Você está noivo de uma Orleans, eu não sou qualquer uma, o príncipe está aqui em casa, e agora ele acha que eu não sou boa o suficiente para meu noivo — suspirei — Eu não ligo se você está comendo essas modeletes que se fazem de atriz, mas eu exijo respeito, você tem 30 minutos para estar aqui, ou vou até o Morumbi, você entendeu?

— Estou a caminho, eu estava dormindo, não envolva minha mãe nisso, me dê uma hora, não quero ver o príncipe de qualquer jeito.

Sabia que ela cederia, foi o que fez.

Ela desligou o telefone e eu respirei fundo, liguei para Carmen a dama de companhia de minha mãe e soube que ela já dormia, pedi para não atender Maria Helena, Carmen era o máximo, sabia que ela protegeria o frágil estado mental de mamãe da fúria fútil e egocêntrica de minha noiva.

Entrei no quarto atrás de Luísa, ela havia fugido novamente, as roupas não estavam mais pelo caminho, não as dela.

Eu me resolveria com ela quando voltasse, era estranho como o perfume dela estava ali no meu quarto a fazendo presente, acho que o mínimo de um casamento era casar com alguém que te completasse na cama.

Fui para o banho, tomei uma ducha gelada e revigorante, coloquei um terno cinza e desci.
Peguei o Porsche na garagem, amava fazer a linha inconsequente para os Orleans, meu sonho era ser expulso antes sequer de entrar na família.

No caminho liguei para Marcel, que informou que não me daria o número de telefone pessoal de Luísa, ela já havia chegado ao limite com minha noiva ligando o tempo todo antes mesmo de marcar a data.

Ele desligou e o pensamento de que Maria Helena tinha o número de telefone dela e eu não me deixou puto.

Adentrei os portões da mansão em Higienópolis, Maria Helena me esperava na entrada com um olhar capaz de derrubar um animal desavisado.

Cumprimentei a família dela, e tivemos mais um jantar chato e sem conteúdo como era sempre que eu estava entre eles.

Meu pai era amigo do pai dela, se um dos dois fosse uma mulher provavelmente teriam casado. Como na geração dele não teve nenhuma moça de sangue azul sobrou para mim.

O velho Ícaro pôde casar-se com dona Ludmila, minha mãe, apenas por afeição e a mim não deu o mesmo direito.

Não precisava nem afeição, uma gota de afinidade, já era suficiente, eu não me entendia com as altas rodas da sociedade paulistana, por isso fui morar na minha modesta cobertura, meu apartamento era apenas cômodo. Não sou um homem de luxos.

Voltei para casa e apesar de tudo estar em seu devido lugar, a presença de Luísa reinava, era a segunda vez que ela fugia de mim, pelo menos dessa vez eu sabia onde a encontrar.

Dormi mal enquanto procurava seu cheiro que sumia rapidamente depois de terem trocado toda a roupa de cama.

O dia amanheceu e me encontrou disposto, tomei um café da manhã reforçado, minha mente já pensava nela na minha cama mais tarde, eu não era de repetir mulher, mas não havia saciado minha sede dela.

Cheguei animado na agência e ela está perfeita, usa um vestido de um tom verde neon, a pele dela fica quase acesa, cada curva está marcada, e ela parece alheia ao impacto que causa.

— Luísa, eu...

— Senhor Brandão e Albuquerque, nosso horário é apenas às dezesseis horas.

Ela transitava com algumas pastas me ignorando quase que completamente.

Estamos sozinhos, por que ela está me tratando assim?

— Luísa me perdoe por ontem? Maria Helena falou muita bobagem e...

— Não faço ideia do que você está falando.

Os olhos escuros parecem inocentes, a boca carnuda está séria, há algo nela que me atrai com tanta força que eu poderia fodê-la ali mesmo.

— Ontem à tarde na hora que saímos...

— O senhor não sei o que fez, eu fui para minha casa, tomei um chá e dormi, caso queira esperar o seu horário pode sentar-se.

E ela saiu da sala, com seus saltos altos deixando a sua bunda ainda mais redonda. Ela era uma terceira versão da mesma mulher, nem a sexy, nem a insegura, era a indiferente que estava ali trabalhando e me deu um chá de cadeira.

Só me recebeu no horário marcado e por mais que eu tentasse falar sobre nós, ela me ignorava e no final trouxe o florista para ficar entre nós dois.

Deus sabe como sai de lá transtornado, e fui direto para a casa de Maria Helena, levei cerca de quinze minutos para conseguir o telefone de Luísa.

Voltei para casa tenso, como um adolescente. Liguei para ela que atendeu no primeiro toque, a voz marcante e sensual.

— Alô.

— Luísa, sou eu, Felipo. Podemos conversar? Tem um restaurante charmoso e discreto na avenida Paulista, eu posso te buscar em meia hora e...

— Senhor Felipo eu não sei quem deu meu número pessoal para o senhor, mas não quero jantar com ninguém, faça esse convite para sua noiva.

— Não quer comer comigo? — a sensação do seu “não” era muito desagradável.

— Tenho comida em casa...

— Quer ser comida aqui em casa, então?

O telefone ficou mudo. Ela desligou, mas não desisti. O problema é que todas as chamadas seguintes foram desviadas automaticamente.

Será que a brincadeira havia magoado ela? Ou será que ela estava de TPM?

De qualquer forma, aquele jogo não acabaria até que eu quisesse!

No dia seguinte tínhamos um encontro às quinze horas, eu sabia vencer qualquer mulher. E com ela não seria diferente.

Encomendei maços de tulipas roxas. Maria Helena sempre as teve como favoritas simplesmente por serem raras e caras.

Às quinze horas fui para lá o mais impecável possível.

O florista me atendeu e eu não vi Luísa.

— Oh, senhor Brandão e Albuquerque, acredito que não conseguiram avisá-lo, mas nossa cerimonialista teve um contratempo. — começa. — Alguém está enviando tulipas roxas para ela e como Luísa é alérgica, sua reunião precisou ser remarcada para amanhã.

Algo me dizia que aquilo não era verdade, que ela estava simplesmente brincando comigo. Mas de uma coisa eu tinha certeza: eu seria o vencedor desse jogo!

Na cama com um Bilionário Onde histórias criam vida. Descubra agora