Capítulo 9

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50 comentários nos trazem segunda-feira, se não a gente se vê na quarta.
Um bom domingo pra vcs.
História co-escrita com Kami_Cavalcante

Apesar de me assustar ao ver Felipo parado ali apenas esperando para me pegar na mentira, consegui dar a volta por cima e simplesmente deixá-lo sozinho

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Apesar de me assustar ao ver Felipo parado ali apenas esperando para me pegar na mentira, consegui dar a volta por cima e simplesmente deixá-lo sozinho.

Finalmente seria a minha primeira reunião com o advogado que minha mãe havia indicado. Eu precisava resolver toda a situação com o Bernardo para realmente seguir em frente com a minha vida. Isso estava me enlouquecendo.

Senti-me um pouco intimidada quando o carro parou na frente de um prédio comercial imponente na Avenida Faria Lima, mas rapidamente me recompus e segui para a recepção.


~*~


Quando o elevador abre suas portas no vigésimo quarto andar do prédio é impossível não ficar boquiaberta. Eu sabia que mamãe conhecia muita gente, mas aquilo era surreal. Todo o andar era ocupado por escritórios e pessoas engravatadas que quando não estavam no computador estavam falando ao telefone alheios a quem quer que chegasse.

Com uma placa discreta em um balcão de recepção, era informado: Faria & Lima advocacia. Falei com a simpática recepcionista que me encaminhou até uma sala de reunião e me ofereceu até mesmo champagne, mas agradeci e aceitei apenas uma água enquanto aguardava por José Roberto, amigo de longa data de mamãe.

Não demorou muito e José Roberto chegou, era mais velho do que eu lembrava, com cerca de sessenta anos chegou acompanhado de um rapaz que aparentava não ter mais que trinta anos. Ambos engravatados e com ternos caros. O mais novo mais alto que o mais velho que tinha uma bela aparência. Pareciam pai e filho.

— Luísa! — o senhor mais velho vem até mim e ignora minha mão estendida para me dar um abraço como se me conhecesse a vida toda. — Mocinha, a última vez que a vi, você não tinha mais que cinco anos. Como sua mãe está? Ainda teimosa?

— Como sempre! — respondo sem graça.

— Esse aqui é o meu filho, Marco Lima — o jovem é ainda mais bonito de perto. Alto e com um sorriso lindo que iluminam seus olhos claros. Seu rosto é liso, sem barba e seus lábios volumosos.

Discretamente olho para a mão esperando uma aliança, mas não há nenhum sinal em nenhuma delas. Talvez não seja tão ruim assim... Não! Foco, Luísa! Você está aqui para resolver um problema, não para arrumar outro.

— É um prazer. — falamos ao mesmo tempo.

— Luísa, eu adoraria sentar aqui e conversar sobre você, sua mãe... mas infelizmente eu tenho compromisso. Mas o meu filho é o segundo melhor advogado dessa empresa e vai adorar te ajudar. — diz me abraçando mais uma vez. — Cuida bem dessa garota, Marco. — complementa antes de sair.

Marco foi super simpático e atencioso. Deixou claro que não desejava o meu dinheiro. Aquele era um favor do pai dele para a minha mãe. E sinceramente, me deixou aliviada. Eu jamais poderia pagar.

Uma rápida pesquisa no Google me informou que o amigo da minha mãe, dono do escritório, é apenas o advogado mais requisitado de São Paulo e que já atendeu desde políticos a grandes empresários.

A reunião foi agradável e rápida, Marco avisou que entraria em contato com o advogado de Bernardo o quanto antes para resolvermos a questão do apartamento, mas me garantiu que eu poderia ficar em casa enquanto isso e que, caso eu desejasse poderia até mesmo processar meu ex-noivo, pois apesar de o casamento ainda não ter acontecido, o fato de encontrá-lo em nossa casa com outra pessoa poderia se enquadrar como danos morais, além, claro, dos gastos que tive em relação ao casamento.


~*~


A pedido de Marcel, voltei para a agência para mais uma reunião. Ele queria saber como estava a organização do casamento do meu casal menos favorito: Maria Helena e Felipo.

Expliquei a ele tudo o que já havia sido acertado, desde o local, músicos, algumas partes da decoração, mas que, a partir de segunda, estaria finalizando a escolha do buffet e que o noivo havia informado que me passaria sua escolha sobre as flores.

— Fico feliz que você não tem mais que lidar com a senhorita Maria Helena. — Marcel comenta já ao fim da reunião. Quase aos sessenta anos, meu chefe é um homem bem conservado. Levemente acima do peso e extremamente afável, Marcel é o pai que eu não tive. — Mas me conta, como tem se saído com o noivo?

— Sinceramente, Marcel? Um é proporcional ao outro. — não é de todo mentira. — Faz sentido que se casem, eles se completam. Dois arrogantes e prepotentes que acham que o mundo deve beijar os seus pés! — cruzo meus braços irritada sabendo que beijar não, mas me ajoelharia aos pés de Felipo.


— Entendo. Dessa vez me foi garantido que o casamento não seria adiado novamente, dessa forma você não terá que aguentá-los por mais que dois meses. — diz desconfiado. — A não ser que o noivo arrume mais um motivo para adiar tudo...
— Você acha que isso aconteceria?

— Eles são noivos desde a adolescência, Luísa. E não parecem se suportar. — comenta me encarando como se esperasse que eu falasse algo relevante sobre essas informações. — Muito me surpreende que realmente essa cerimônia está prestes a acontecer. Acho que já faz pelo menos dez anos desde o noivado.

— Isso que eu chamo de paciência. — resmungo. — Bom, pelo menos eles já entenderam suas dinâmicas a essa altura do campeonato. Terminamos por aqui, Marcel? Estou louca por um bom banho.

— Claro! Me mantenha informado sobre qualquer novidade. Sei que não é o seu casal favorito, mas eles realmente estão trazendo muito dinheiro e visibilidade para a nossa agência. — afirma com um sorriso meio a contra gosto. — De qualquer forma, tenha um ótimo fim de semana, Luísa. Manda um beijo para a dona Silvana.

— Obrigada, Marcel, pra você também! — me despeço com um abraço.


~*~


Estava cansada quando cheguei em casa, mas ao mesmo tempo tão animada que cogitei sair para tomar uma bebida, para ser mais exata um saquê. Algumas lembranças me atingiram me levando de volta à última vez que bebi. A noite em que conheci Felipo.

Eu te acompanho. — diz tão ou mais bêbado que eu.

— Eu só vou ao banheiro. — aviso grogue, mas o seu sorriso aumenta. — Seja lá o que você pensou, pode desistir. Não vou transar com você em um banheiro sujo de bar.

— E que tal no meu banheiro? — ele é impossível.

— Quer saber? Eu gosto dessa ideia!

Sinto minhas bochechas queimando ao lembrar dessa cena vergonhosa. Eu, com certeza, bebi bem mais do que deveria. Tento relembrar se verifiquei a existência de uma aliança em seu dedo e só então percebo que nem mesmo nas vezes que nos vimos, ele não usava o acessório.

— Então eu não sou tão culpada assim. — tento convencer a mim mesma.

Na cama com um Bilionário Onde histórias criam vida. Descubra agora