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História co-escrita com Kami_CavalcanteTulipas são flores ótimas para alérgicos, eu sei disso porque Maria Helena evita flores que possam atacar a qualquer alergia da princesa. E a mulher é alérgica a tudo.
Se eu estava certo, Luísa não era alérgica.E adivinhem, claro que eu estava!
Ela saiu da agência colocando óculos escuros, os cabelos dourados ficavam de uma cor linda ao ar livre, minha obsessão era gostosa e o pior tipo de gostosa, a que tem ciência de que é.Andava por aí como dona do mundo, a pose só foi quebrada quando ela me viu.
— Estava te esperando para levá-la ao médico, soube que estava em uma crise alérgica, consegue respirar? — encosto no meu carro e cruzo os braços em sinal de deboche.
— Felipo — ela inclina a cabeça de lado, os cabelos me deixam ver o pescoço, minha vontade é esfregar minha barba nele — Não sei do que está falando.
— Aquele rapaz que você coloca entre nós, pra me proteger dos seus desejos, me disse que a senhorita não estava. Que tinha sofrido uma crise alérgica com as flores que eu te enviei, aí vim aqui pra prestar minha solidariedade e adivinhe, ele se enganou, você está sim.
— Ah foi você que me enviou? Não sabia!
— Quantos homens te mandam flores? — gargalho sabendo que nenhum deles mandaria buquês que valiam um salário-mínimo por hora.
— Não sei, geralmente a maioria dos homens que querem levar uma mulher para a cama novamente mandam rosas vermelhas para pelo menos fingir um romance, mas claro que faz sentido, — me olha com desdém — são as flores que sua noiva Maria Helena gosta, você até deve ter até desconto, quem sabe pegou dois buquês pelo preço de um. Provavelmente nem sabia que flores estava comprando, apenas pediu para alguém fazer isso por você. Mas se fosse inteligente, não pediria que enviassem algo para mim pelo preço, mas sim pela suposta mensagem. Ou você só mandou flores para me mostrar que tem dinheiro e não sabe mandar mensagens?
— Tão agressiva, merece tomar uns bons tapas na bunda — ela abaixa os óculos escuros e olha no fundo dos meus olhos.
Ela sorri, sei que a atração é recíproca, entendo que talvez ela não seja o tipo de ir para cama com um homem comprometido, mas não ligava de ela ser a minha mulher na prática, aturar Maria Helena seria muito mais fácil se Luísa pudesse se aninhar em mim com regularidade.
— Senhor Brandão e Albuquerque, enquanto você fica flertando com outras moças, outros homens podem estar batendo na bunda da sua noiva — ela fala colocando os óculos novamente e olhando insistentemente para a tela do celular.
Eu gargalho, não consigo sequer imaginar Maria Helena beijando alguém com desejo, quanto mais apanhando em algum ato libidinoso.
Minha noiva provavelmente fará sexo única e exclusivamente com intenção de procriar, pensar em ter um filho com ela faz eu parar de rir na hora.
— Viu só? Tem ciúmes e ainda assim é infiel — ela me alfineta, provavelmente interpretando meu silêncio de outra forma. — Talvez devesse simplesmente perguntar o que a sua noiva achou do buquê que suponho que mandou para ela também, quem sabe ela mesma não aceite os tapas...
— Luísa, eu...
— Meu carro chegou — ela diz; e me larga falando sozinho enquanto entra na porta traseira de um automóvel.
Estava quase saindo quando o florista corre até mim.
— Prazer, eu sou o Gael, não sei se recorda de mim! — ele ri segurando uma das tulipas que mandei para Luísa.
— Eu sei quem você é — não sei o que ele deseja.
— O senhor está interessado em Luísa de uma maneira não tão profissional, não é? — arregalo os olhos, e ele continua — Eu sei, o senhor ligou pra Marcel, não é assim que vai ter alguma coisa com Luísa.
O encaro, meu medo é ele ser um enviado de Maria Helena, ela compra qualquer pessoa que se ponha a venda. E essa não seria a primeira vez que ela tenta me pegar no pulo.
— Não sei do que você está falando — ajusto o paletó.
— Luísa estava noiva há algumas semanas, — diz empenhando-se para fingir que não está cometendo uma indiscrição — e agora pelo que sei, o cara está comendo a melhor amiga dela.
— O que? — tento disfarçar meu interesse, mas a informação é muito boa.
— Sim, eu lembro do dia que ela veio chorando e Marcel a segurou, eu não quis ouvir, sabe? Mas eles falavam tão alto. — faz caras e bocas enquanto conta.
— Certo, rapaz digamos que se eu quisesse me aproximar de Luísa, qual seria essa forma certa? — tiro a carteira do bolso e lhe estendo uma nota de duzentos reais que ele rapidamente pega e guarda no bolso da camisa.
— Romanticamente ou apenas sexo? — o olhar dele é interessado e pago pra ver, no máximo Maria Helena vai saber que eu quero, não que que já tive e desejo repetir.
Encaro o rapaz parado na minha frente, se eu tivesse o mínimo de senso, eu optaria pela segunda opção, mas ela me desafiou, então por que não deixá-la completamente louca por mais?
— Romanticamente, digamos assim.
Gael não falou nada, estendeu a mão e eu peguei mais uma nota de duzentos e coloquei na mão que permaneceu aberta, só se fechando quando eu contei quinze notas.
— Deixe seu telefone comigo, amanhã na hora que eu te ligar, o senhor vai para onde eu mandar. — diz olhando-me de baixo a cima. — Mas não vai vestido assim não. Coloque uma calça jeans e camiseta, como se estivesse acostumado a se misturar com pobres.
Olho para minha roupa que não tem nada de mais, inclusive é motivo constante de reclamações de Maria Helena, como tudo o que faço, mas simplesmente concordo com ele.
Se Luísa estava rindo porque achava que tinha ganhado a guerra, quando no máximo tinha ganhado essa batalha. A questão é que ela não faz ideia de quem ri por último é o verdadeiro vencedor.
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Na cama com um Bilionário
ChickLitNoivo há quase uma década, Felipo não sabe mais o que fazer para continuar evitando o casamento. Parece que finalmente chegou a hora de dizer o temido "sim" no altar. Numa noite de fugas, ele acaba na cama com uma desconhecida, um incidente que par...