Capítulo 21

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Estamos em maratona, 50 comentários nos trazem de volta amanhã, se não a gente se vê na quinta.
História co-escrita com Kami_Cavalcante

Não sei o que se passou pela minha cabeça para que eu me entregasse mais uma vez a Felipo

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Não sei o que se passou pela minha cabeça para que eu me entregasse mais uma vez a Felipo. Logo ali, onde qualquer um poderia nos ver. Talvez eu até realmente quisesse que isso acontecesse e essa farsa acabasse de uma vez por todas. Ou, talvez, aquela fosse a nossa despedida oficial.

Afinal, eu estava em sua festa de noivado; a mídia estava cobrindo o evento e seria o casamento mais importante do ano. E eu estava tentando destruir aquilo. Fosse ou não uma farsa, eu não poderia ser o pivô daquela separação, se é que eu realmente era importante àquele ponto.

Eu queria ficar agarrada em Felipo como fiz das outras vezes que ele me fez gozar, mas tão logo terminamos, minha consciência me culpou e não vi outra forma que não me afastar dele.

Durante toda a noite Felipo tentou conversar comigo enquanto eu torcia para que ninguém notasse o seu perfume impregnado em mim. Já não bastava ter que fugir do noivo, também me peguei fugindo da noiva.

~*~

Ignorar Felipo, como da última vez, foi a coisa certa a se fazer, mas nem por isso foi mais fácil. Suas tentativas de contato comigo constantes mostravam que ele estava determinado a ter um momento comigo, porém, não sabia se conseguiria resistir a ele, assim como não consegui da vez passada.

Mas, pelo menos, após um cansativo e produtivo dia de trabalho, eu poderia ter outro homem em mente que não aquele por quem eu estava obviamente apaixonada.

Na semana anterior, Marco havia me mandado uma mensagem pedindo que nos encontrássemos para que eu fosse atualizada sobre minhas questões com Bernardo. Acabamos por marcar um jantar e ele, sendo um bom cavalheiro, ofereceu-se para me buscar no trabalho.

Felizmente Marcel deixou que eu tomasse um banho rápido no chuveiro do seu escritório e aproveitei para trocar de roupa. Não é porque se tratava de um jantar de negócios que eu sairia para jantar com cara de acabada. Minha mãe sempre disse que em toda e cada oportunidade que uma mulher tem de brilhar, ela deve fazê-lo.

— Tem certeza de que estava trabalhando e não em um spa, Luísa? — Marco me cumprimenta com um beijo no rosto e um sorriso brilhante.

— Não poderia envergonhar o grande advogado Marco Faria e Lima — brinco.

Nos dias que sucederam nossa reunião, Marco e eu acabamos por conversar diversas vezes e adquirimos certa amizade.

— Você jamais me envergonharia. Já eu... eu mesmo estou me envergonhando, de boca aberta com essa bela mulher na minha frente.

— Ai meu Deus! Casem logo! — Gael grita e só então percebo ele e Marcel me espionando com cara de culpados.

— Me desculpa, Marco. — Nem me dou ao trabalho de dizer nada, envergonhada. — Os meus colegas de trabalho não sabem o significado da palavra “limite”.

— Está tudo bem, Luísa. — Abre a porta do carro e me estende a mão. — Podemos ir? — respondo entregando-lhe minha mão e entrando no veículo.

~*~

O jantar foi delicioso. Fomos muito bem servidos e, além do assunto Bernardo, também conversamos bastante. Marco não é apenas um homem bonito, ele também é inteligente, gentil, um pouco sério, mas também consegue ser divertido.

Ele fez questão de me levar até em casa alegando que, se não fizesse isso, com certeza seu pai o deserdaria. E por mais gentil que ele tenha sido, agradeci pela noite, pelo serviço que ele estava fazendo e desci do carro lhe dando um breve “boa noite”. Marco até mesmo esperou que eu entrasse pela portaria antes de ir embora.

— Quem era ele, Luísa? — Ainda estou na portaria quando escuto uma voz que faz todos os meus pelos se eriçarem. — Eu posso entrar?

— Que susto, Felipo! O que você está fazendo aqui? — peço para o porteiro abrir para ele sem pensar muito e por um segundo me arrependo, mas é tarde demais, seu corpo já está perto do meu.

— Você está linda. Como sempre! — diz e dou um boa noite ao porteiro antes de subirmos. Mesmo que Felipo não seja uma celebridade, saíram centenas de fotos do futuro casal real na mídia nos últimos dias anunciando o casamento, e a última coisa que preciso é que ele seja reconhecido no prédio da cerimonialista do casamento tarde da noite.

Subimos para o meu apartamento em silêncio. Apesar de já ter me deixado em casa algumas vezes, Felipo nunca havia subido aqui até então. Tão logo entramos em casa, ele repetiu a sua pergunta.

— Quem é aquele cara, Luísa? — É possível notar a curiosidade e a irritação na sua voz.

— Um amigo. — Não é mentira.

— Por que ele pode te levar para sair e eu não? — Ele me segue até a cozinha onde pego uma garrafinha com água na geladeira.

— Quer? — Ofereço, mas ele nega com a cabeça. Tomo um gole demorado de propósito. Ainda não tenho certeza do que vai acontecer, mas preciso me ocupar para não o agarrar. — Porque ele não é comprometido, você sim.

— Então é isso? Simplesmente vai deixar nossa história pra lá?

— Que história, Felipo? A história da cerimonialista sem escrúpulos com o noivo adúltero? — questiono irritada. Levo a água comigo até o sofá e tento tirar minhas sandálias de tiras, mas Felipo senta-se ao lado e puxa meus pés até ele, fazendo com que eu me encoste e deixe que ele faça.

— Em primeiro lugar, você não é sem escrúpulos. Na verdade, você é uma das melhores pessoas que eu conheço. E eu conheço muita gente. — Devagar ele tira uma sandália por vez sem tirar seus olhos dos meus. — Em segundo lugar, quando eu digo nossa história, estou falando sobre o que nós dois estamos vivendo nas últimas semanas.

— Uma mentira?

— Não, Luísa. — Suas mãos iniciam uma massagem nos meus pés. — O que estamos vivendo não é uma mentira. É a coisa mais real que já senti e vivi. Estar com você é como presenciar o nascimento de uma obra de arte. É lindo, único e você não percebe isso até que seja a hora certa.

— Suas palavras são lindas. — Puxo meus pés e me levanto, indo para o quarto. Apesar de não dormir ali, minhas roupas continuam lá. Felipo me segue, parando apoiado no batente da porta enquanto procuro uma roupa. — Mas mesmo com palavras bonitas, você continua noivo de... O que ela é mesmo? Uma princesa? — Ele não responde, mas continuo. — E eu continuo sendo uma destruidora de relacionamentos.

— Luísa...

— Sabe essa cama? — aponto e ele acena positivamente. — Quando encontrei meu noivo com a minha melhor amiga nesse mesmo quarto, eu os coloquei para fora e troquei a cama. Até aí tudo bem. Ela serviu para um bem maior, pois não a destruí, doei.

— Porque você é uma boa pessoa, com um bom coração. — Levanto um dedo o interrompendo.

— Nessa cama encontrei o meu ex-noivo e minha ex-melhor amiga transando. — Tiro a roupa e coloco uma camisola preta sem me importar com seus olhos sobre meu corpo; apesar de haver o desejo ali, Felipo escuta atentamente o que eu tenho a dizer. — Não vou entrar em detalhes, mas sequer consigo tocar nessa cama que ainda nem terminei de pagar; tenho dormido no sofá. — Paro por um segundo, respirando fundo. — Então eu te pergunto, Felipo, se eu sou uma pessoa tão boa assim como você diz, por que eu continuo transando com o noivo de outra?

— Luísa... — Ele vem até mim rapidamente e acaricia meu rosto.

— Se eu tenho tão bom coração, por que tudo o que eu quero é você? — Permito-me beijá-lo.

Na cama com um Bilionário Onde histórias criam vida. Descubra agora