Capítulo 26

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História co-escrita com Kami_Cavalcante

História co-escrita com Kami_Cavalcante

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— Alô? — A ligação está muda. — Alô?

— Você é o noivo, né? Deixe a minha irmã em paz, deixe a minha família em paz. — A voz parecia a de Luísa, mas não era ela.

— Quem é?

— Laura, a irmã da idiota que você anda comendo. Por favor, se afasta da gente, você quase matou a minha mãe. Arrume outra, minha irmã não é uma vagabunda; respeite nosso momento.

A linha ficou em silêncio; eu estava atordoado, mas as coisas ainda podiam piorar.

Minha mãe entrou sorridente em casa, abrindo as cortinas; apesar de acordado, meu corpo estava inerte.

— Na esbórnia de novo, Felipo?

— Mamãe eu...

— Não é problema meu, não mais. — Ela sorri e se senta no meu recamier. — Adiantamos o casamento, você se casa em 15 dias.

— Mamãe, não haverá casamento. Eu terminei com Maria Helena.

— Mas nem por cima do meu cadáver! Aliás, sua noiva foi muito discreta... Logo uma negra? É sério isso?

Me levantei e senti certa tontura, mas a minha ideia era dar um fim naquilo.

— Não seja preconceituosa.

— Mas eu não sou. Eu até recebo a Antonela em minha casa e a trato bem. — Minha mãe falava da esposa de um primo; diferente de Luísa, Antonela era milionária de berço, herdeira de uma grande fortuna de Belém do Pará, provavelmente mais rica que nós; ela que nos aceitou, para ser honesto.

— Você está falando como Maria Helena, mamãe, e você não pode esquecer que sua origem é bem inferior à de Antonela — comento. —  Já que quer medir as pessoas por posses, meu pai casou com você por amor e certamente te amaria menos se a ouvisse falar um absurdo desses, papai adorava Antonela.

— Eu só quis dizer que eu não me importo...

— Você foi apenas racista; pare com isso, porque ela já é uma decisão em minha vida e não aceitarei esse tipo de comportamento.

Minha mãe era totalmente deslumbrada; não era maldosa, mas a ideia de ter um filho na família real mexia com ela. Mesmo que isso não tivesse qualquer impacto na vida do país.

Deixei minha mãe em casa e pedi um carro de aluguel. Descobri onde Luísa estava, um hospital; a mãe tinha sofrido um infarto e eu conseguia imaginar o porquê.

O hospital seguia um protocolo que impedia visitas e a esperei por horas; quando a vi, fui impedido por uma jovem.

A irmã de Luísa.

Antes que eu abrisse a boca, ela me deu algumas mochiladas pesadas, diga-se de passagem.

— Se afaste da minha irmã, seu canalha, eu te mato.

— Me deixe falar com Luísa! — peço enquanto a vejo entrar no hospital, alheia a minha presença.

— Você não ouviu o que eu disse? — Ela é extremamente parecida com a irmã, mas pelo menos uns cinco anos mais jovem. — Eu sei que vocês que têm dinheiro acham que o mundo é de vocês. E algumas pessoas podem até corroborar isso, mas não eu. Não a minha família.

— Veja bem, Laura... — Tento argumentar, mas ela não me deixar terminar.

— Veja bem você! A minha mãe está em um CTI agora e a culpa é sua. Você invadiu a vida da minha irmã e bagunçou tudo. Fique bem longe dela! — Ela parece tão magoada. — Fique longe de todos nós! Vá embora!

Em silêncio acato o que Laura pediu.

Mando uma mensagem para Luísa, vejo ficar com a notificação azul e sua foto desaparecer.

Eu era problema demais para ela e não poderia sequer dar um passo além. Luísa merecia alguém melhor, alguém inteiro, alguém que lhe desse paz.

Casar com Maria Helena e me divorciar em uma temporada seria a melhor solução para todos. Casaria e viajaria sozinho. Voltaria uma década depois e até lá Maria Helena poderia escolher o que fazer.

Soubemos, Maria Helena e eu, que Luísa não voltaria para o planejamento do nosso casamento. Suspirei aliviado, devo confessar.

Minha noiva queria uma valsa mais moderna e contratou uma mulher para nos ensaiar; certas dores, antes de destruir, elas humilham.

O ensaio começou e logo vi Luísa surgir, pálida, em nenhum momento ela me olhou nos olhos, até Maria Helena exigir que ela me ensinasse a conduzir.

Tive aulas de dança aos quinze anos, sabia aqueles passos como ninguém. Entendi o jogo de humilhação que minha noiva quis fazer e ver o ódio em seus olhos quando eu conduzi perfeitamente a mulher da minha vida em seu território foi delicioso, mesmo Luísa mal falando comigo.

Ela saiu assim que a dança acabou e eu assim que pude, o cheiro dela impregnado em mim, o seu olhar triste, a falta daquele brilho que me cativou. A ansiedade no que eu sentia, um misto de pequenas coisas, me levaram até ela.

Estava na casa dos pais; observei as janelas do lado de fora, a vi através das cortinas e, num ímpeto, pulei o muro e escalei até ela, mais apaixonado do que qualquer Romeu que ousou existir.

Pulei a tempo de segurar sua boca para que não gritasse.

— Você enlouqueceu? Não entendeu que acabou?

— Enlouqueci e basta uma palavra sua.

Deslizei a boca pela sua, que ansiava tanto quanto eu por aquele momento.

— Felipo...

— Eu te amo, Luísa. Eu não sabia que podia amar tanto alguém assim...

A beijei e ela correspondeu, um beijo sôfrego e desesperado; sabia que havia reciprocidade pela forma como as mãos dela me seguravam com força.

— Uma palavra, Luísa; me diz o que deseja e eu farei.

— Case com ela e me esqueça. O amor, quando chega na hora errada, não é o suficiente.

Na cama com um Bilionário Onde histórias criam vida. Descubra agora