Capítulo 5

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Voltamos, será que voltaremos amanhã?
50 comentários e estaremos aqui amanhã, se não a gente se vê na sexta-feira, não se esqueça de votar, ajuda a história a ser vista por mais gente.

História co-escrita com Kami_Cavalcante

História co-escrita com Kami_Cavalcante

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Um barulho irritante me faz despertar. Os braços de Felipo me seguram fortemente, mas por mais que eu queira apenas fechar os meus olhos e continuar ali naquele conforto, o barulho continua, até que uma espécie de sinal de secretária eletrônica que eu já não ouvia há anos soa antes de uma voz conhecida. Resmungo me movimentando na cama:

— Felipo, o telefone...

— Depois eu vejo isso! — fala aproximando seu rosto do meu e deposita um beijo em meus lábios. Apesar de escuro, uma fresta de luz que passa pelas cortinas ilumina o suficiente para que eu consiga vê-lo. — Não deve ser importante.

— Onde você está, Felipo? — rapidamente ele levanta da cama e começa a procurar o telefone enquanto a voz de Maria Helena, sua noiva, ecoa. — Estou te esperando, aliás, a família real está te esperando para jantar! Espero que tenha sido prazeroso para você me constranger em prol de uma dessas mulherzinhas vulgares que você leva para a sua cama volta e meia.

— Eu volto em um minuto. — fala quando finalmente encontra o telefone e consegue desligar a voz dela. — Espere aqui, por favor.

Tão logo ele deixa o cômodo, levanto-me humilhada por me deixar ir para a cama de um homem comprometido sabendo disso e ainda tendo que ouvir a noiva dele me chamando de vulgar, já não bastasse tudo o que já ouvi dela.

Depressa, vou procurando minhas roupas e consigo ouvir a voz de Felipo ao longe se justificando com a noiva.

Encontro meus sapatos ao lado de um abajur caído, minha calça no sofá, meu sutiã pendurado em uma maçaneta e minha blusa no chão próximo a porta de entrada do apartamento. Sem conseguir encontrar a minha calcinha e sem querer passar mais um minuto que seja ali, principalmente correndo o risco de que Felipo me veja indo embora, ignoro isso e me visto apressada.

Antes mesmo que ele termine a ligação, eu saio batendo a porta. Como eu pude me colocar nessa situação? Logo eu! Talvez Maria Helena esteja certa e eu realmente seja uma mulherzinha vulgar.

Consigo um carro de aplicativo e a caminho de casa me martirizo, afinal, estávamos longe o suficiente do apartamento dele para que eu tivesse mudado de ideia.

Um beijo foi tudo o que ele precisou para te levar para a cama, Luísa? É isso mesmo?

Eu poderia ter mudado de ideia. Tudo bem que eu não estava pensando muito bem enquanto uma de suas mãos estavam no volante e a outra na minha boceta, me masturbando a caminho do seu apartamento. Mas eu poderia ter mudado de ideia e simplesmente ter dito não. Só que eu não fiz isso. E agora eu sou mais uma mulher vulgar que passou pela cama dele.

Quando chego em casa, ainda não consigo entender ou parar de me martirizar sobre como me coloquei nessa situação. Mal abro a porta e já começo a ter certeza de que a minha vida nas últimas semanas está sendo o mais puro e amargo castigo.

Eu devo ter sido o próprio Judas dando um beijo em Jesus em outra vida!

Algumas malas estão na minha sala e escuto gemidos vindo do meu quarto. Os mesmos que tive o desprazer de ouvir, da mesma forma. Parece a situação se repetindo.

— Eu só posso estar ficando louca. — digo a mim mesma indo em direção ao quarto. — Isso é um delírio.

Devagar, assim como da última vez, abro a porta e encontro mais uma vez Cristiane e Bernardo na minha cama, como se tudo o que aconteceu no meu dia já não tivesse sido o suficiente. Ou o fato de que eles dois tenham atrasado anos da minha vida que eu podia ter aproveitado de outra forma.

— Ah, não, porra! Eu acabei de trocar a minha cama! Que merda vocês estão fazendo aqui? — grito desacreditada.

— Oh, você já chegou! — Cris diz dissimulada se cobrindo com minhas cobertas novinhas. — Desculpa estar nessas condições, mas...

— Você deveria bater na porta, Luísa! — Bernardo grita. — Não é porque já tivemos um relacionamento que você pode ficar entrando e me vendo pelado assim...

— Pelo amor de Deus, isso é loucura já!!!! — vou para a sala com raiva e arrasto as malas até a varanda. Rapidamente já vestidos, Cris e Bernardo veem até mim.

Abrindo todas as malas, coloco as roupas em cima da mesa da varanda sob protesto deles.

— O que você vai fazer com as minhas coisas? — Cris reclama, mas não ousa se aproximar.

— Vocês vão sair da minha casa agora. Não foi o suficiente toda a humilhação que vocês me fizeram passar? — grito, estou tão irritada que não sei o que sou capaz de fazer.

— Vamos conversar, Luísa... — Bernardo tenta intervir, mas quando ele tenta se aproximar, eu jogo uma parte das roupas pela varanda. — Você está louca!

— Vocês estão tentando me enlouquecer!

— Se acalma, Lu, vamos conversar! — Cris diz claramente mais preocupada com suas roupas do que com todo o resto. Eu sabia que ela era egocêntrica, mas não sabia que ela era má.

— Saiam da minha casa agora antes que eu jogue vocês daqui de cima! — decido jogar todo o resto de uma só vez mesmo com gritos de protestos da minha ex-melhor amiga que sai correndo pela porta procurando recolher suas roupas.

— Luísa, você não está normal. Você não faria isso com a sua melhor amiga se estivesse bem. — não aguento e começo empurrá-lo em direção a porta.

Eu não estou normal? Por que será que eu não estou normal? Por que peguei você duas vezes na cama, na minha cama com ela? — grito. — Você literalmente me trocou pela minha melhor amiga. O que ela tem que eu não tenho, Bernardo?
Vejo que finalmente consigo atingi-lo, mas não lhe dou chance de resposta, bato a porta em sua cara.

— Droga, preciso de uma cama nova! — resmungo cansada.


~*~


Não dormi durante a noite, primeiro porque não consegui parar de pensar nas últimas vinte e quatro horas, principalmente sobre meus momentos na cama de Felipo. Lembrando de como ele me tratou, como uma deusa, uma deusa devassa, mas uma deusa. Só para que então eu saísse da sua casa me sentindo a mais imunda das mulheres.

O segundo motivo que fez com que eu não dormisse, foi que eu precisava limpar tudo, não ia conseguir ficar tranquila naquele lugar que, mais uma vez foi profanado.

Não demorou muito após Bernardo sair do apartamento para que eu ligasse ao porteiro informando que ele em hipótese alguma poderia voltar ali. Nem ele, nem Cristiane. Além de pedir também que me informasse o contato de um chaveiro, precisava trocar as chaves da entrada o mais rápido possível. Não poderia correr o risco de que isso acontecesse novamente.

Já era manhã quando finalmente terminei minha faxina. Provavelmente meus vizinhos estavam com muita raiva de mim, mas eu não ligava. Meu lar estava limpo sem lembranças deles, com exceção da minha cama que fora profanada. Mas, pelo menos eu não estava mais correndo o risco de ter outra desagradável surpresa como esta, pois o chaveiro veio bem cedo.

Cansada, penso em pedir para que Marcel, meu chefe, me cobrir com meus dois clientes do dia, mas desisto sabendo que terei que explicar para ele o motivo e isso seria pior do que ter que fazer o meu trabalho mesmo no estado que estou. Marcel é como um pai para mim, um homem incrível, mas que eu não estava pronta para encarar e contar tudo nesse momento.

Me arrumo com uma bela maquiagem antes de sair para não deixar transparecer o meu cansaço, além de um vestido bonito que faz com que eu me sinta pelo menos um pouco melhor comigo mesma.


— Vamos lá, Luísa, você ainda vai dominar o mundo. — jogo um beijo para mim mesma no espelho.

Mal sabia que não dominava nem a mim mesma.

Na cama com um Bilionário Onde histórias criam vida. Descubra agora