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50 comentários nos trazem de volta amanhã, se não a gente se vê na quarta-feira.
História co-escrita com Kami_Cavalcante
Por mais que eu tivesse tentado não me deixar abalar com o episódio do banheiro, me senti completamente vulnerável. E passar por isso vendo a indignação de Felipo foi, no mínimo, humilhante.
Quando Maria Helena fez o mesmo, ele apenas ignorou. Por que dessa vez seria diferente?
Não permiti que ele fizesse nada a respeito disso e ele acatou minha decisão. Afinal, o que ele diria?“Peça desculpas a minha amante?”
Foi isso que me tornei?
A caminho da casa da minha mãe relembro o dia anterior. De como ele me buscou no zoológico e me fez sentir borboletas no estômago, depois em como foi tudo excelente no hotel.
Mesmo o episódio do restaurante não conseguiu estragar a noite de vez. Por um tempo comemos em silêncio, mas quando eu pensei que ele apenas me levaria para casa ou, no máximo, pagaria um carro, Felipo me convidou para o teatro. Ele realmente não se importou com as minhas vestimentas. O tempo todo a sua mão permaneceu segurando a minha e amanhecemos o dia vendo o nascer do sol.
Eu não sei o que vai acontecer, mas preciso de um colo de mãe para pensar. Minha mãe é a minha fortaleza. Uma mulher que já passou por muito e que batalhou para me criar. Quando eu tinha nove anos ela conheceu meu padrasto, a quem sempre tive como um pai, e aos meus onze anos anunciou que eu ia ter uma irmãzinha, Laura.
E quando chego é justamente ela quem me recepciona. Aos catorze anos, minha irmã tem quase a minha altura. Com o cabelo cacheado escuro bem definido e longo, ela poderia até mesmo ser modelo se quisesse. Mas o único foco dela no momento é a escola. Eu não era uma má aluna, não faltava, mas Laura é outro nível. A minha irmã é apaixonada pelos estudos.
— Caramba, garota, pensei que não vinha mais! — diz se jogando em meus braços logo que desço do carro. — A mamãe fez todo um drama dizendo que você não a ama mais.
— Dona Silvana é o drama em pessoa. Poderia até ser atriz, mas não quis... — comento adentrando o portão com minha irmã.
— Olha aqui, garota, não é porque você não mora mais sob o meu teto que pode falar assim de mim! — Minha mãe vem em nossa direção. — Eu ainda posso te deixar de castigo no seu quarto sem tecnologia. — A abraço rindo.
— Credo, mamãe, não é pra tanto. Só faz duas semanas que não venho.
— É o suficiente para ficar com saudade!
~*~
O dia foi muito prazeroso. Há tempos não me divertia assim com as pessoas que mais amo. Minha irmã até mesmo deixou os estudos de lado para me dar atenção, e comer a comida de dona Silvana é coisa de outro mundo. Absolutamente tudo o que ela faz é delicioso.
Sabia bem que minha mãe adorava elogios, sobre sua comida então... Ela ficava toda convencida. Em especial quando os elogios vinham do seu marido.
Mamãe me informou que papai estava viajando de última hora com uma carga para o nordeste do país. Sendo caminhoneiro, papai passa mais tempo fora do que em casa. Quando criança, era muito divertido na época de férias quando simplesmente pegávamos nossas coisas e íamos para a estrada com ele, mas agora eu sei que mamãe só queria que ele pudesse ficar.
Minha mãe, na verdade, nunca quis falar sobre o meu pai biológico. Nunca o conheci e sempre que tocava no assunto, quando mais nova, ela se fechava. Antes do papai ela era uma mulher mais reclusa. Vivia apenas para trabalhar e cuidar de mim, mas depois que o conheceu, passou a realmente viver a vida. Acho que essa era uma das minhas partes favoritas, que o amor deles sempre foi o suficiente para que nenhum dos dois fossem diminuídos, apenas crescessem juntos.
Acabei dormindo na casa dela. Pelo menos lá tinha uma cama em que eu conseguiria me deitar sem sentir nojo. Eu realmente precisava resolver essa situação.
Acordei descansada. A rotina na casa da minha mãe era totalmente diferente da minha. Papai e eu pagávamos a escola da Laura, não era barato, mas valia a pena, apesar de não ser perto. Minha irmã precisa sair de casa às quatro da manhã e chega apenas à noite.
Quando levantei, minha irmã já havia ido para a aula, minha mãe limpado toda a casa e já estava cuidando do jardim. Essa era uma das vantagens de não morar na capital. O espaço.
— Mamãe, não posso demorar, mas podemos tomar um café antes de eu ir — aviso e ela me acompanha até a cozinha.
— A Laurinha tá falando de fazer curso à noite — comenta nos servindo café e cortando um pedaço de bolo de coco para mim.
— E ela dorme quando?
— Pois é, mas consegui convencer ela. Disse que podemos falar sobre isso depois dos dezesseis anos.
— Quando eu tinha dezesseis eu só queria dormir. — Na época eu estudava, mas também era jovem aprendiz na Royal. Mal tinha tempo de dormir. Por mais legal que Marcel sempre fosse, eu nunca conseguia dormir cedo. Fosse por causa do horário que eu chegava, fosse por conta das tarefas da escola. — Nem sei como arrumei tempo pra namorar com o traste do Bernardo.
— Vocês dormiam juntos. — Mamãe dá de ombro, me deixando embasbacada.
— Mas... Mas... Mas a senhora sabia?
— Claro que sabia, Luísa. Eu até queria jogar água nos dois dormindo uma vez sem roupa, mas seu pai disse que era melhor vocês em casa do que vocês na rua. — Minha mãe é uma mulher boa, mas ao mesmo tempo amarga. Isso só se altera quando papai está por perto. Ele sempre desperta o melhor nela. — E, como sempre, ele estava certo.
— Mas o papai nem gostava do Bernardo...
— E com isso você comprova o que acabei de dizer. O seu pai sempre está certo. — Um sorriso brota em seu rosto toda vez que fala dele. — Mas não vai contar que eu falei isso.
Conversamos um pouco mais. Contei da minha conversa com Marco, o advogato, como o apelidei. Até tentei perguntar a ela como conhecia o pai dele, mas logo minha mãe desconversou e simplesmente disse que tinha muito a fazer.
Não demorei muito mais, precisava passar em casa para pegar uma pasta com algumas amostras para a reunião que teria com Felipo. Despedi-me e chamei um carro.Era hora de enfrentar o mundo real novamente!
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Na cama com um Bilionário
ChickLitNoivo há quase uma década, Felipo não sabe mais o que fazer para continuar evitando o casamento. Parece que finalmente chegou a hora de dizer o temido "sim" no altar. Numa noite de fugas, ele acaba na cama com uma desconhecida, um incidente que par...