Capítulo 25

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Estamos em maratona, 50 comentários nos trazem de volta já já.
Se não a gente se vê na quinta.
História co-escrita com Kami_Cavalcante


Foi aterrorizante ver a minha mãe, aquela mulher tão forte e imponente, em uma cama de hospital, tão frágil

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Foi aterrorizante ver a minha mãe, aquela mulher tão forte e imponente, em uma cama de hospital, tão frágil.

Tão logo os paramédicos chegaram e a conduziram para o hospital, uma equipe prontamente a atendeu, dando-me tempo suficiente para conseguir respirar e lembrar de ligar para minha irmã e nosso pai.

Papai estava no norte do país, mas voltaria imediatamente. Ele não perguntou o que ocasionou aquilo, apenas pediu para que eu cuidasse dela e da minha irmã enquanto ele não chegava.

Já Laura, minha irmã, assim que soube informou que estava a caminho e chegaria o mais rápido possível, sem parecer se desesperar. Eu ainda conseguia me surpreender com a maturidade dela.

Minha mãe foi encaminhada para o CTI. A médica, dra Fulana me informou que ela precisaria ficar ali por alguns dias. A doutora também me tranquilizou informando que minha mãe sequer precisaria de cirurgia. Por três dias ela permaneceria no hospital e, após esse período, estaria liberada para ir para casa, onde deveria fazer alguns exercícios físicos leves.

Por mais que fosse assustador ver minha mãe no hospital, era muito melhor que a pior alternativa. E pelo menos logo ela se recuperaria. Informando que eu poderia vê-la em alguns minutos, a médica se foi pouco antes de Laura chegar.

— Lu, o que houve? Cadê a mamãe? — Me abraça forte; apesar de toda a responsabilidade sobre ela, minha irmã é apenas uma menina. — O que aconteceu?

— Nós... Nós íamos tomar um café, ela estava no sofá e... E começou a passar mal. — Até então eu não tinha realmente pensado sobre como tudo aconteceu.

— O quê? Só isso? — Laura pergunta e penso no que dizer sem gaguejar. — Isso tem a ver com a foto, Luísa?

— Foto?

— Sim, eu vi a mamãe encarando uma foto ontem à noite; na verdade, acho que ela nem dormiu. — Joga as tranças do seu cabelo para trás, inquieta. — Passou a noite andando de um lado para o outro. Será que o papai está traindo ela e alguém mandou uma foto? — Seus olhos ficam marejados. Jamais deixaria minha irmã pensando mal do nosso pai, principalmente porque não é verdade isso.

— Não, Laura. Papai nunca trairia a mamãe.

— Ah, Lu, você sabe como são os homens...

— Não era o papai na foto. Era eu.

— Você? — Ela está tão ou mais assustada que eu sobre tudo isso. — E o que tem demais em uma foto sua?

— Vamos conversar em um lugar mais tranquilo. — Seguro sua mão levando-a por uma porta lateral para fora da sala, ao ar livre. — Não tem nada demais na foto, acontece que, bom... Não é nada grave, Laura.

— Você está me assustando, Luísa. Se não é nada demais, por que a mamãe está no hospital agora?

— Eu estou saindo com um cara.

— E?

— Ele é cliente da agência, meu cliente.

— Luísa, pelo amor de Deus, qual o problema? Você está saindo com o pai de um dos noivos? Tudo bem! — Ela parece cansada e com razão. Seus horários são uma loucura. Ela mal dorme e descansa. — Mas a mamãe passou mal por causa disso? Não faz sentido. O quão mais velho esse coroa é? — Ri sem jeito. — A mamãe está bem, não está? Ela vai sair daqui logo logo e vamos fazer ela aceitar o seu velhinho.

— Ele é o noivo.

~*~

Os dias no hospital foram horríveis. Meu pai não conseguiu nenhum voo de volta para casa, fora que não podia deixar o caminhão sozinho em Manaus e voltar, então teve que entregar a carga, reabastecer e só então pegar o caminho de volta para São Paulo.

Depois de contar à Laura que Felipo era quase  casado, ela não disse nada além de que precisava ver a mamãe. Mesmo ela dizendo que ficaria no hospital como acompanhante, por ser menor de idade não foi permitido. Nossa mãe pediu que eu fosse para casa com Laura e acatei sem querer causar qualquer estresse a mais para ela.

Minha irmã não contrariou nossa mãe também, mas por mais que eu tenha tentado conversar com ela enquanto íamos em casa buscar suas coisas e da mamãe para levar para o meu apartamento, ela me ignorou completamente. Laura estava decepcionada, mas quem poderia culpá-la?

~*~

Incansavelmente, desde que entrei na ambulância com a minha mãe, tentei falar com Felipo em vão. Estava completamente esgotada quando decidi tentar uma última vez enquanto recebia o jantar.

— O que adianta tirar a roupa para ele se quando o seu coração está machucado ele sequer te traz um band-aid? — Laura diz amargurada olhando a tela do meu celular por cima do meu ombro e pegando um pedaço de pizza.

— Não é bem assim, Laura... — Tento justificar o injustificável. — Ele...

— Não posso dizer que ainda te respeito, Luísa. — Minha irmã senta de frente para mim com o cabelo dentro de uma touca de cetim e um robe felpudo cor de rosa que dei de presente para ela. — Mas acho que você deveria respeitar a nossa mãe, pelo menos. — Pega meu celular, digita algo e finalmente me devolve antes de pegar um pedaço de pizza. — Enquanto a mamãe estava no hospital, ele estava com a noiva antecipando os planos do casamento. Aposto que você não sabia disso. — Rapidamente ela coloca mais dois pedaços da pizza em um prato e leva para o sofá.

Olho a notícia no meu celular, que informava que os noivos passaram o dia inteiro juntos e que a assessoria das duas famílias afirmou que o casamento seria adiantado em duas semanas. Pego o celular do trabalho para verificar e consta uma mensagem do Marcel avisando.

Sem pensar duas vezes digito uma mensagem para Felipo, acabando com tudo de uma vez. Não posso mais me sujeitar a isso. Eu nunca vou ser nada além de uma amante para ele. E isso quase matou a minha mãe. Não posso mais fazer isso.

Estou esgotada, mas decido ligar para Marcel e explicar o que aconteceu. Mais que depressa ele concorda em me dar alguns dias de folga para que eu possa cuidar da minha mãe e da minha irmã enquanto meu pai não volta de viagem. E com todo o carinho que sei que ele tem por mim e por minha família, ele deseja melhoras antes de desligar a ligação.

~*~

Os dias com minha mãe em casa foram tranquilos. Apesar dela se sentir contrariada quando não a deixei voltar para sua casa, ela ficou mais tranquila quando Laura voltou a falar comigo e quando papai afirmou que chegava em pouco tempo.

Estava tudo tranquilo, fora o meu coração. Mas o que ele sabia, afinal? Se apaixonou com um cafajeste comprometido.

Meu pai chegaria à tarde e o plano era recebê-lo com todas as suas comidas favoritas. Apesar de mamãe insistir que deveria fazê-las, Laura e eu tomamos a frente de tudo, acatando todas as suas orientações. Tudo estava relativamente tranquilo, pelo menos até o momento em que Marcel me ligou em meu número pessoal.

— Oi, Luísa, como está a sua mãe?

— Muito bem, Marcel, já até voltou a gritar com a gente! — brinco recebendo uma bronca dela. — Como posso te ajudar? Vossa Alteza não-tão-real está te dando muito trabalho? — Reviro inevitavelmente os olhos ao pensar em Maria Helena.

— Bom, é sobre isso mesmo que eu queria falar...

— Ah não, Marcel, seja lá o que for... Não, você me prometeu que eu só voltaria na próxima semana.

— Eu sei, mas ela disse que você prometeu aulas de dança para o noivo e...

— Marcel... por favor!!! Nós conhecemos excelentes professores e...

— Ela disse que se você não cumprir vai procurar outra agência, Luísa. Sabe que não podemos perder esse casamento. — Apenas concordo com um murmúrio. — Ela também exigiu que seja em sua residência. Precisa estar lá em uma hora.

— Mas meu pai está chegando de viagem hoje...

— Sinto muito, Luísa. Conto com você! Preciso ir!

— Tudo bem, Marcel. Estarei lá! — Desligo.

Maldita hora em que conheci Maria Helena Queiroz de Orleans. E pior: Felipo Brandão e Albuquerque. No que eu estava pensando, afinal, quando concordei com essas aulas ridículas? Agora, além de ter que ver Felipo, que consegui evitar todos esses dias bloqueando seu contato e pedindo para o porteiro deixar informado a todos que me procurassem que eu estava viajando, tenho que ir além do meu trabalho como cerimonialista: tenho que ensiná-lo a dançar.

Rapidamente me despeço da minha mãe e da minha irmã avisando que voltarei o mais rápido possível e torcendo para que Maria Helena cometa alguma de suas atrocidades para eu ter desculpa para simplesmente ir embora sem sequer ver Felipo. 

Na cama com um Bilionário Onde histórias criam vida. Descubra agora