Capítulo 19

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História co-escrita com Kami_Cavalcante


Jamais imaginei que eu pudesse ser tão idiota

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Jamais imaginei que eu pudesse ser tão idiota. Depois de escutar todas as palavras de Felipo na saída da academia, precisei de algum tempo para refletir.

Aliás, a quem eu quero enganar? Tão logo o deixei, me arrependi. Decidi apenas passar em casa para tomar um banho. Com o caótico trânsito paulista, acabei demorando mais do que gostaria para chegar em seu apartamento, mas não foi o suficiente para me fazer desistir de me declarar para ele. De dizer que eu não me importava com Maria Helena, que apenas queria estar ao seu lado.

Mas ao entrar em seu apartamento, antes mesmo de ter a oportunidade de começar a falar, escutei a voz da sua noiva. Enquanto em minha mente ecoava a tão recente lembrança de Felipo dizendo nunca a ter tocado, vejo-a vestindo apenas a camisa dele, com um sorriso prepotente, satisfeita provavelmente pelo sexo.

Não havia como negar que eu me meti naquela situação e que não podia cobrar nada de Felipo, mas o nó preso na minha garganta e o pouco de orgulho que me restava, me fez virar as costas e sair dali quando uma senhora chegou, antes que eu não pudesse mais me controlar. A última coisa que eu queria era ser a amante que chora na frente da noiva do canalha que horas antes me disse que a deixaria.

Como eu pude deixá-lo me enganar dessa forma? Como eu pude me enganar assim?

Recusando-me a derramar uma lágrima sobre essa situação, respiro fundo várias vezes dentro do elevador. Felipo havia autorizado minha entrada no prédio ainda na noite anterior, dizendo que poderia visitá-lo na hora que eu quisesse. E foi o que fiz.

Idiota. Como pude ser tão idiota a ponto de me apaixonar por um homem comprometido?

Se ele não era leal à própria noiva com quem estava em um relacionamento há quase uma década, por que comigo seria diferente?

~*~

Marcel notou que eu não estava bem, então sequer questionou o que queria quando me viu na agência. Seu abraço, como sempre paternal, me dizia que tudo ficaria bem. Mas, enquanto o meu coração despedaçava-se a cada vez que minha memória me levava ao apartamento de Felipo, eu engolia em seco e dizia com um sorriso que estava tudo bem, fosse para os outros ou para mim mesma.

Infelizmente eu não podia simplesmente deixar o casamento de lado. Havia um contrato que Maria Helena fizera Marcel assinar garantindo que eu seria a cerimonialista e, por mais que a agência fosse bem sucedida, não podíamos nos dar ao luxo de sermos processados, muito menos pela família “real” brasileira.

Com receio de encontrar com Felipo, pedi a Marcel que pudesse trabalhar a semana inteira em casa. Tudo o que eu precisava fazer conseguiria adaptar facilmente e ele aceitou. Ao invés de ir para casa, decidi ir direto do trabalho para a casa da minha mãe.

Em menos de uma semana seria a festa  pré-wedding de Felipo e Maria Helena. Eu precisaria estar presente, mas, até lá, minha comunicação com o casal foi exclusivamente por e-mail. Pude me dar ao luxo de ignorar meu número pessoal durante esses dias, já que estava cercada pelas pessoas que mais me importava: minha família.

~*~

Praticamente uma semana ignorando Felipo foi um martírio para mim. Por mais magoada que eu estivesse, eu estava completamente apaixonada por ele. De uma forma que jamais estive por ninguém em minha vida.

Apesar dos noivos residirem em São Paulo, a festa foi oferecida pelo príncipe na residência real em Petrópolis.

Marcel e eu fomos os primeiros da nossa equipe a chegar. O dia seria longo e tudo o que eu mais queria era ficar longe dali, não ter que ver Felipo. E consegui, até o horário que a festa começou.

— Você está linda, Luísa. — Escuto sua voz e minha pele se arrepia. Tento manter a compostura e me afastar o mais rápido possível de Felipo, mas sua mão segura de leve em meu braço, fazendo com que eu me permita finalmente olhar para ele.

— Obrigada, senhor. — Puxo meu braço devagar. — Precisa de algo?

— Preciso de você, Luísa. Estou enlouquecendo sem te ver, sem sentir o seu cheiro. Sem... Sem te tocar. — Aproxima-se rapidamente. — Eu preciso de você.

— Senhor... — Minha voz vacila por um instante. — Preciso falar com a sua noiva. Com licença. — Sequer mexo os meus pés enquanto nos encaramos.

— Luísa, eu posso te explicar tudo. Vamos conversar, por favor?

— Explicar o que, Felipo? — De repente Maria Helena aparece se pendurando no braço dele. — Seu cabelo está muito bonito, Luísa — diz me encarando. — É seu mesmo ou posso tocar? — Olha para Felipo que parece irritado.

— Maria Helena eu não... Por que você tem que ser assim?

— Olha o vexame, querido. Não vai querer dar um show na frente da criadagem, não é mesmo? — Me olha com desdém. — Luísa, me desculpe meu futuro marido, ele está um pouco nervoso, não gosta muito de mídia. E parece que não sabe lidar com quem pagamos as contas.

Apenas aceno com a cabeça, fingindo que realmente me importo com qualquer coisa sobre ela.

— Bom, eu precisava mesmo falar com você. — Tento mudar de assunto. — Falei com a professora de dança, ela me disse que você não compareceu às aulas.

— Eu não preciso disso. Sei que não sou nenhuma... Bom, não sou como você, que tem o rebolado no sangue, Luísa.

— Maria Helena! — Felipo tenta repreendê-la, mas ela continua.

— O quê? Pessoas... Como a Luísa nascem sabendo. Com certeza ela já deve até ter desfilado nessas escolas de samba. — Dá de ombros. — De qualquer forma, eu não preciso das aulas de dança. Quem precisa é meu noivinho. E eu queria que você fosse a professora, adoraria assistir você o ensinando.

— Eu? — Felipo abre um sorriso satisfeito.

— Cá entre nós, Luísa, não confio muito no meu noivo com essas mulheres, mas você não é bem... O tipo que o faria largar tudo, se é que me entende.

— Maria Helena, acho que o príncipe acenou para você e você o ignorou. — Felipo fala revirando os olhos e rapidamente ela nos deixa, não sem antes me fazer aceitar o seu pedido. — Agora você será somente minha professora de dança, Luísa? — Felipo se aproxima mais uma vez de mim e dessa vez, afasto-me até que acabo encontrando uma parede com as costas.

— Não sou professora de dança, senhor Felipo. — Ele franze a testa. Sei que é por tê-lo chamado de “senhor”, mas preciso colocar qualquer barreira possível entre nós.

Não é porque estou magoada que eu tenha parado de achá-lo um gostoso.

— Bom, você prometeu à Maria Helena. E se você acha ela insuportável agora, imagine se você não cumprir algo que lhe prometeu. — Ele sorri e coloca uma mecha do meu cabelo atrás da orelha. — Adoro quando usa seu cabelo solto, Luísa. Adoro o seu cabelo, na verdade.

— Mantenha a compostura, Felipo — resmungo, afastando-o e saindo dali.

Na cama com um Bilionário Onde histórias criam vida. Descubra agora