Capítulo 3

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Eu poderia tá matando.
Eu poderia tá roubando.
Mas só tô te pedindo que deixe um comentário nesse capítulo.
História co-escrita com Kami_Cavalcante

— O que eu fiz? O que eu fiz? — murmuro para mim mesma enquanto lentamente o elevador me leva até o térreo

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— O que eu fiz? O que eu fiz? — murmuro para mim mesma enquanto lentamente o elevador me leva até o térreo. — Você é solteira, Luísa, não tem por que ficar assim! — resmungo tão logo as portas se abrem.

— Tenha um bom dia, senhora! — alguém na recepção me cumprimenta, mas sequer tenho coragem de olhar para a pessoa, quem dirá respondê-la, apenas aceno com a cabeça querendo sair dali o mais rápido possível.

Ligo meu celular pela primeira vez desde que havia saído do restaurante e uma avalanche de mensagens e ligações perdidas me atingem. Ignoro sem nem me dar ao trabalho de constatar que se trata de Bernardo com algum disparate que vai apenas atrapalhar ainda mais a minha vida.

Checando pelo aplicativo no celular, percebo que não estou longe assim de onde deixei meu carro no dia anterior. O sol me incomoda de forma que nunca me aconteceu antes e mesmo que digam que o beberrão não sente o próprio cheiro de bebida, eu consigo sentir meu corpo exalando.

Por que raios eu não aproveitei para tomar um banho?

Me apresso para chegar ao meu carro logo e ir para casa esquecer o que aconteceu. Tudo o que eu preciso é de um bom banho, de algum remédio para minha dor de cabeça e ficar na mais absoluta escuridão.

Tão logo encontro o carro, entro nele e começo a me olhar no espelho retrovisor tentando lembrar do que realmente aconteceu na noite anterior. Aliás, eu apenas me lembro que ainda era dia quando comecei a beber.

— Luísa bêbada, eu realmente espero que você tenha se divertido! — falo rindo e tirando o excesso borrado de lápis de olho com um lencinho.

Pego meus óculos escuro no porta-luvas e sigo para casa finalmente. Apesar de ter que trabalhar hoje, felizmente meu chefe é muito compreensível e tenho horário flexível. Convenço a mim que a desculpa perfeita é que eu tenho que organizar a cerimônia perfeita para uma Orleans extremamente exigente com quem me encontrarei amanhã e não porque estou em uma ressaca fudida.

Felizmente a minha caminhada da vergonha não envolve o encontro com outras pessoas do meu prédio e chego em casa sã e salva. Antes mesmo de entrar no chuveiro, tomo um comprimido rezando para a ressaca melhorar logo e sigo para de baixo da água.

Enquanto esfrego meu corpo com as esponja, flashes da noite anterior me atingem fazendo-me relembrar das mãos grandes e fortes do homem com quem acordei essa manhã, passeando por todo o meu corpo, assim como a sua boca arrancando de mim gemidos que, por um momento me sinto envergonhada, mas também sentir falta de ser tocada daquela forma.

Rapidamente volto a mim e, mesmo sem a menor disposição, lavo meu cabelo em água fria para não correr o risco de voltar a lembrar.

Minhas amigas, em geral, tinham casos de uma noite e, muitas das que achavam que duraria mais que isso, acabavam simplesmente quebrando a cara. Homens de uma noite, são apenas homens de uma noite. Principalmente os gostosos.


~*~


Termino o meu banho e vou para a minha cama com uma toalha enrolada no cabelo e outra no corpo.

Dos males, os menores, pelo menos a programação de hoje era trabalhar de casa, apenas vou protelar um pouco até minha ressaca diminuir.

Pego o meu celular apenas para mandar uma mensagem rápida para minha irmã e minha mãe, mas antes que eu consiga fazer isso, o número de Bernardo aparece na tela e decido atender logo sabendo que ele não vai desistir:

— Finalmente, Luísa! Que merda você estava pensando pra fazer o que fez?

— O que você quer, Bernardo?

— Primeiro que você peça desculpas para a Cris, você agiu igual uma louca com ela, — começa e eu ainda consigo me surpreender com a pessoa com quem dividi minha cama nos últimos anos. — eu sei que nós dois não demos certos, — continua — mas você deveria ficar feliz pela sua melhor amiga, Luísa!

— Você é ridículo! — gargalho desacreditada.

— Não vai me tirar do sério, Luísa! — diz — Em segundo lugar, eu preciso que você desocupe o apartamento, Cris e eu queremos...

— Espera aí... Você precisa de que?

— Cris e eu vamos nos casar, achamos justo que eu fique com o imóvel e... e... ela ainda quer você como madrinha. Você sabe, a Cris não é uma pessoa rancorosa, diferente de você que fez aquele papelão ontem! Bem, você sabe...

— Bernardo, eu vou falar isso apenas uma vez: — não consigo evitar de tremer. — Vai pra puta que te pariu! — desligo e já bloqueio seu número em seguida.

Eu realmente achava que tudo poderia ser resolvido civilizadamente, sem ter que envolver a justiça, mas se no dia anterior eu já estava disposta a procurar um advogado, agora era mais que uma questão de honra, ele estava realmente louco querendo me tirar do apartamento em que investi praticamente todo o meu dinheiro e me deixar sem eira nem beira.

Pesquiso na internet formas de melhorar rapidamente a ressaca, está na hora de levantar a poeira. Eu achava que já tinha feito isso, mas passar por essa situação me fez ver que não.

Ligo para minha mãe pedindo socorro e rapidamente ela me passa o número de um amigo que é advogado e agradeço prometendo ir vê-la no fim de semana.


~*~


Eu realmente amo meu trabalho e a flexibilidade que meu chefe me proporciona. Em todos os anos que trabalho como cerimonialista, já conheci todos os tipos de noivas e noivos possível, mas nenhum é como Maria Helena Queiroz de Orleans.

Ela é linda, inteligente e com muito bom gosto, mas suas qualidades acabam por aí. Além de falsamente educada, é autoritária, rude e completamente fútil.

Talvez seja por conta da sua história com o noivo que, com muita relutância, ela deixou escapar alguns detalhes, como o fato de estarem noivos há mais de dez anos e ele a enrolar sempre. Nos últimos dois anos em que trabalho com ela, ele já adiou a cerimônia três vezes e eu nunca sequer o conheci.

Ela, por sua vez, parece mais frustrada pelo país não ser uma monarquia do que com o fato de que o noivo não parece interessado no casamento. Mas quem sou eu para julgar? Afinal o meu noivo estava tendo um caso com a minha melhor amiga há anos e só percebi quando os peguei na minha cama.

De qualquer forma, todas as reuniões com ela são cansativas fazer isso apenas um dia após a maior ressaca que já tive na vida não ajuda em nada.

Antes de entrar na área de floricultura, respiro fundo, confiro minha maquiagem e roupa uma última vez garantindo que não tem nada fora do lugar dando espaço para comentários condescendentes da parte dela e decido ir enfrentar a fera.

Na cama com um Bilionário Onde histórias criam vida. Descubra agora