Somente Sua

Verdades (capítulo 13)

Assim que encontrei a Marília, ela me olhou assustada. Sim,estava assustada. Eu realmente devia estar assustando com a minha expressão, o que era minha intenção pois estava querendo ir embora. Não aguentaria esperar mais tempo para tirar minhas dúvidas sobre ela.

- Aconteceu alguma coisa?.- ela perguntou pra mim e se virou para o homem que conversava. - Me desculpe, terei que ir.- falou ao homem e se voltou para mim. - Vamos Maraisa. - me puxou pela mão e eu me soltei.

- O que houve entre você e aquela Débora?

- Por que?

- Ela me disse umas coisas que me deixou muito curiosa.

- O que ela te contou?. - ela foi rude pegando em meu braço e me puxando até me encostar em uma parede.

- O que ela foi pra você?

- Foi um péssima erro eu ter te apresentado como minha namorada. - ela não me olhou.

- Vamos embora.

Eu estava com raiva dela, e também magoada. Um péssimo erro? No caminho para casa, ficamos em silêncio. Assim que o carro parou,eu desci andando rápido e a deixando para trás, entrei na casa e fui correndo para o meu quarto, fechei a porta e comecei a tirar os brincos, os sapatos e o vestido. Peguei uma camisola e a vesti. Me sentei na cama e olhei para a pulseira em meu pulso.

- Acho que dizer a palavra e ir embora está soando bem tentador no momento. - sussurrei baixo mexendo nela.

- Maraisa. - olhei para a porta onde ela estava.

Marília a fechou e se aproximou da cama, de mim.

- Esquece o que eu disse. Eu estava nervosa, não te quero perto da Débora, está bem?

- O que você disse? Eu não a verei mais Marília. Não me importei com o que você disse, aquilo não me afetou. - minto indo para trás, e me deitando. - Eu preciso dormir, tudo pra você me deixar aqui e ir?

- Maraisa... você não queria saber sobre a Débora, e o que eu estava conversando com a Beatryz e a Laís?

Eu fechei meus olhos pensando no que responderia. Eu queria sim saber tudo, mas no momento eu queria tentar dormir.

- Débora foi minha noiva. - ela soltou e eu abri meus olhos, me sentando.

- Conheci ela na minha adolescência, no colegial. Namoramos e terminamos por ela mudar de país, seguindo a carreira de modelo dela. Foi assim que eu comecei a ser uma grande cafajeste. Ela voltou, namoramos por meses até eu pedir em casamento, isso foi há cinco anos atrás.- ela parou, se sentando perto de mim.

- E acabou por que?

- Ela me traiu, eu não era assim, não era uma sádica, pelo menos ainda não tinha descoberto. Com ela eu era diferente, eu a amava. Acho que não tinha motivos para ela me trair. O pior foi ser com o meu melhor amigo.

- É a primeira vez que você diz sobre isso para uma das suas submissas, não é?

- Eu não tive tantas, mas sim, é a primeira vez. - eu peguei em sua mão e fiz um carinho.

- Ela foi uma idiota com você.

- Aquele dia que descobri a traição não foi tão ruim assim, foi a primeira vez que eu te...- ela parou e tirou sua mão da minha. - tive a prova de que o amor não existe. É tudo uma mentira.

- Acho que existe. Ela foi uma submissa sua? Ela me disse sobre minha coleira, acho ridículo usarem essa palavra mas não vejo outra forma. Quando você me deu essa pulseira, te perguntei se era a minha coleira. - mostro meu braço pra ela e continuo. - Você disse que não, mas se a Débora me perguntou onde estava a minha, isso me leva a pensar que você deu colares para as outras. Por que uma pulseira para mim?

- Achei que você já sabia, eu sempre te digo. Você é diferente. - ela tocou meu rosto e se aproximou.

- Diferente ao ponto pra você não querer me expor? Disse às suas amigas que eu não, e ainda essa pulseira em vez do colar.

- Diferente ao ponto de eu acreditar em sentir algo.

- Já está se apaixonando por mim Mendonça? Achei que levasse nosso jogo a sério. - A piada saiu sem querer e eu ri do que eu disse. Percebi que fiz merda depois que ela se afastou de mim e saiu do quarto.

[...]

Acordei e já se passava das 10 horas da manhã. Tomei um banho antes de descer e não encontrei ninguém, o ninguém era Vera E a Vânia, mas nenhuma das duas estavam. Depois de comer fui para a biblioteca,peguei um livro comecei a lê-lo.

- Uau, olha o que achamos aqui. - digo vendo livros de Shakespeare. - Hum. Parece que ela sente alguma coisa.

- Falando sozinha senhorita Maraisa?. - a voz de Vânia me assustou e eu dei um pulo a trás, deixando o livro cair.

- Ah sim. É. - passei a mão em meus cabelos e saí da biblioteca junto com ela.

- Seu celular estava tocando, por isso estava te procurando. - ela me entregou e eu dei um sorriso agradecendo.

Olhei minhas chamadas perdidas e era a Júlia. Ah merda, corri dali e fui para o meu quarto me arrumar. Graças a Deus Marília comprou roupas mais simples. Vesti uma calça jeans e uma camiseta cinza com estampa, e no pé um tênis branco. O táxi demorou tanto para chegar que deveria reclamar para empresa que ele trabalhava, mas não faria isso. Entrei na sala de Júlia sem bater e fiquei muito surpresa vendo quem estava ali. Marília?Mas que porra ela estava fazendo ali?

- Maraisa?! - sua boca estava aberta tão surpresa quanto eu.

- O que está fazendo aqui?. - pergunto me aproximando de onde ela estava sentada.

- Me diz o que você está fazendo aqui, não trabalhava em casa?

- E você não trabalha na sua empresa? O que está fazendo aqui? .- pergunto cruzando meus braços no peito e ela se levantou.

- Vou dar licença para vocês conversarem. Até mais tarde Maraisa.

Ela olhou para Julia como se estivesse dizendo algo apenas com o olhar. Foi até a porta, me deu uma olhada e saiu, fechando a porta. Me sentei onde ela estava e encarei a Júlia.

- Olha me desculpa por não ter entregado a matéria.

- Está tudo bem querida. - ela sorriu, eu conhecia aquele sorriso. Ela tinha algo em mente,e que provavelmente eu não iria gostar. - Quero que você faça uma matéria sobre a Mendonça. A maior empresária de Los Angeles está namorando novamente. Mas olha só, uma jornalista. E que por um acaso, é você. Engraçado eu nunca ter visto vocês duas juntas.

...

CONTINUA

Será que MENDONÇA está por trás disso? O que acham?