Somente Sua

( Capítulo 29)

[ CASA MENDONÇA]

- Você escutou o que eu disse sobre privilégios?

- Eu realmente terei que me aguentar com as mãos. Maraisa, faça outras condições, essas não. Além de eu querer te agarrar em todos os cantos, devo te dar coisas melhores do que para uma simples assistente.

- Se não for assim, não vou querer mais.

- Ok. - ficamos alguns minutos em silêncio e então ela completa. - Você é minha nova assistente.

- Obrigada. - eu sorrio e vou até ela, pulando em seus braços e a beijando.

- Eu sei que você demorou tanto para aceitar. É porque realmente está querendo agora.

- Sim. Obrigada por entender isso. - a beijei novamente, abraçando em seguida.

[...]

- Maraisa, posso te fazer uma pergunta?. - ela diz e eu levanto meus olhos para encara-la.

- Sim. - eu bebo um pouco de vinho e ela pigarreia antes de começar.

- Pode ser uma pergunta estanha pra você. Mas você já...- ela estava com vergonha.- Já... você já menstruou alguma vez esse tempo todo?

- Não, mas o que importa?

- Não há nenhuma chance que você esteja...grávida?

- Acredito definitivamente que não.

Não era verdade, levei em consideração o que ela me pediu. Um bebê... fiz a inseminação, mas não tenho a certeza de que estou grávida. Vou fingir que não sei de nada.

- Você fez inseminação e não quer me dizer né vida? Não tem problema Maraisa. Quero que saiba disso. Eu ficaria feliz, assustada no começo, mas feliz em ter um filho com você.

- Eu não estou preparada pra ser a mãe agora Marília. - minto. Ela pega em minha mão e a beija.

- Nenhuma mulher está preparada para ter um bebê. Eu não estaria. Mas sei, que quando ele nascer, até mesmo antes, você provará ser a melhor mãe que ele poderia ter, e que eu, escolhi a mulher certa.

- Você me faz te amar mais a cada dia, como é possível? Eu te odiava, te achava chata. E hoje, você está assim, e pra mim, é a melhor namorada que já tive. Obrigada. - me inclino em sua direção e dou um selinho na mesma.

- Obrigada pelo o que? Você foi a melhor escolha que fiz. Acredito que eu sempre soube que você era a mulher certa pra mim, desde aquele dia da chuva.

- Que chuva?. - pergunto e ela se retrai, indo pra trás. - Não estava chovendo quando nos conhecemos.- completei.

- Eu...me confundi, realmente não estava chovendo.

- Hum. E como você sabia que eu era a mulher certa, quando você só estava procurando uma submissa pra te satisfazer?

- Eu sabia que você era diferente, foi isso.

Ok, agora eu estava intrigada sobre isso. Eu iria tirar isso a limpo, ela não me convenceu.

- Hum. Sei que você tem algo a me contar sobre isso. Ok, eu espero. - me levanto e dou um beijo rápido nela antes de me virar e ir pro nosso quarto.

- Maraisa. Não é nada. - ela abriu a porta e veio até mim.

Eu deixo o livro que estava lendo de lado e cruzo meus braços.

- Você está mentindo. Nunca que você iria confundir sobre o dia em que nos conhecemos, ou o dia que te conheci. Tenho suspeitas que você me viu em algum lugar e  num dia chuvoso. - eu levanto minhas sobrancelhas pra ela, desafiando-a a contar logo o que estava escondendo.

- Maraisa, realmente não é nada importante

- Então me conta, estou curiosa.

- Realmente não vejo importância em dizer. - ela coloca a mão em minha perna e a arrasta para minha coxa, me dando um sorriso.

- Desculpa Marília, mas dessa vez não vai me distrair. Nem tenta. - retiro sua mão dando um tapa nela.

- Porra, mas posso te contar outro dia? Eu quero ficar com você. - ela se joga ao meu lado e tenta me puxar pra ela, mas eu recuo.

- Não enquanto você não me contar, não irá tirar nada de mim. Então pode deixar sua língua longe da minha "tomada". - eu faço aspas com as mãos na última palavra e ela rir.

- Isso é foda.

- É a melhor forma que encontrei pra te fazer falar o mais rápido possível.

- Te garanto que já está funcionando. Eu não era assim, tão descontrolada e sempre querendo. Mas quando se trata de você, eu realmente fico sem controle sobre mim.

- Então me conta o que eu quero saber.

- Boa tentativa Maraisa. Mas aguento essa noite sem te ter, até amanhã meu amor. - ela inclina, me dá um beijo na minha cabeça e se vira de costas e  apaga a luz do abajur ao seu lado.

Não, ela não iria resistir, aposto que não. Diga logo porra, o que tem de grave que não quer me contar? Eu senti vontade de gritar isso. Mas ao invés, eu a abracei, colocando minha perna por cima de seu corpo.

- Você está querendo que eu fale, não é?

- Por que acha que eu estou fazendo isso?. - falo sussurrando em seu ouvido, esfrego meu corpo contra o dela.

- Não faça isso. Amanhã te contarei, ok? Estou cansada e a conversa talvez não seja tão boa assim.

- Seria tão difícil ter essa conversa?

- Sim. - é a última coisa que sai dela, antes dela parar de me responder e acabar dormindo. Ah, ela foi forte em resistir.

[ DE MANHÃ]

- Você vai ir pra empresa Hoje?- pergunto enquanto estamos tomando café da manhã. Ela levanta seu olhar para mim e nega com a cabeça.

- Não agora. Irei mais tarde, quando nossa conversa acabar. E seja lá o que mais. - ela murmura a última frase.

- Por acaso esse "sei lá o que mais". Seria o que? Nós?. - eu engulo seco e respiro fundo.

...

CONTINUA