Intrigas (capítulo 12)

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- Isso é sério?. - pergunto me virando pra ela.

- Sim Maraisa, vamos?.- ela colocou seu braço no meu e andamos.

***
Quando chegamos na empresa, eu não conseguia tirar o sorriso do meu rosto, era algo involuntário. E eu também estava gostando muito de ver os olhares curiosos de ambos sexos.

- Olá Marília, você demorou!. - Uma mulher ruiva alta exclamou e o abraçou, Marília correspondeu o abraço, mas percebi que apenas foi educada. Assim que se soltaram, ela me olhou.
- E você é?. - ela sorriu.

- Carla Maraisa. - respondo sem vontade.

- Sou Débora.

- Ela não quer saber disso Débora. Vem Maraisa. - ela me puxou nos afastando dali.

- Por que fez isso? Quem era ela?

- Ela não é ninguém. - mal deu tempo de eu abrir minha boca, e duas mulheres apareceram.

- Fiquei feliz que tenha me chamado pra essa comemoração. - uma delas disse dando um sorriso. Ela devia ter a idade da Marília, era morena com os olhos claros. - Considerando que não trabalho mais com você.

- Você é minha amiga Laís, simples. - Marília responde.

- E essa linda?. - antes que eu a respondesse, Marília foi mais rápida.

- Maraisa...minha namorada.

Marília olhou pra mim. A tal Laís sorriu e a outra dei uma risada baixinha.

- Sou Laís e ela é a Beatryz. - ela pegou minha mão livre e a beijou. Beatryz era morena com os olhos azuis.

- Um grande prazer te conhecer Maraisa, não é Marília?. - Beatryz disse e Marília apertou minha mão mais forte.

- Ela não.

Ah, algo tinha ali. Eu não era tão boba para não perceber que Marília estava se referindo a outra coisa.

- Vejo que mudou seus métodos Marília. - Laís parou do lado de Marília e sussurrou, mas eu ouvi muito bem.

- Não estou vendo nenhuma coleira. Então ela saiu rindo acompanhando Beatryz.

- Do que vocês estavam falando?. - pergunto soltando minha mão da dela.

- Nada demais.

- Eu ouvi, ela sabe das coisas que você faz? E o que você quis dizer com "ela não?

- Maraisa, isso não tem que ser dito aqui.

- Foda-se, eu quero saber aqui e agora. - cruzo meus braços e a olho esperando a explicação, e também mostrando minha irritação.

Aquelas duas sabiam sobre os gostos dela, e eu estava me sentindo exposta demais por esse fato.

- Elas sabem porque elas também são como eu, sádicas. Poucos daqui sabem, não fique assim.

- E sobre o seu "ela não"? Eu notei que você estava se referindo a outra coisa.

- Você não precisa saber.

- Para com isso ok? Eu estou afim de saber e vindo de você sei que posso esperar tudo.

- Maraisa, isso não é assunto para ser conversado aqui. Talvez em casa eu queira te contar. Agora tenho que conversar com as pessoas, ok?

- Eu não quero saber pela metade, se você contar quero que conte tudo. Acho que estamos ao nível avançado, acredito que podemos falar sobre o nosso passado se isso estiver relacionado a algo que você fazia.- eu não sabia de nada e nem tinha a mínima idéia. Mas acreditava que tinha algo a ver com algo que era um costume dela.

- Você venceu dessa vez, irei te contar em casa. Sinta-se a vontade aqui, preciso ir.

Então ela saiu,me deixando ali. Mas que droga! Ela nem sequer gosta de cumprimentar as pessoas, ela estava fugindo! Enquanto ela conversava,eu fui comer. Estava na parte de doces quando senti a presença de alguém ao meu lado, não precisei erguer minha cabeça para saber quem era, reconheci pela roupa. Era a tal Débora.

- Escutei um boato e vim ter uma conversa com você. - levantei minha cabeça para encara-la.

- Que boato?. - pela sua cara, eu já desconfiava sobre o que era.

- Estão dizendo que você é a nova namorada da Marília.

- Não é um boato, é a mais pura verdade.- coloquei um brigadeiro inteiro na boca, bom pra cacete.

- E cadê sua coleira?. - foi direta. Porra ela também sabia, franzi minha testa e bufei. Ela sabia por que ela já esteve no meu lugar.

- Eu não sou cadela pra ter uma. - me faço de desentendida e balanço os ombros.

- Você sabe do que estou falando. Eu vou te avisar como faço com todas as outras que já passaram depois de mim. Não se iluda achando que seu caso com ela durará muito, não se apaixone. - eu tive que rir. - qual o motivo da risada? Estou te alertando pois ela já tem um amor, no caso sou eu.

- Vejo que você não seguiu seu próprio conselho.

- Não pense que sou iludida. Eu fui a primeira que ela teve, Marília me ama e isso está claro.

- Estou vendo o amor dela por você, uma linda e emocionante história de amor. Parabéns pelo seu título de inconformada iludida então.

Eu dou um sorriso, me divertindo com sua raiva estampada.

- Você sabe quem eu sou? Débora Navarro, e meu pai, é um dos maiores aliados da Marília. - ela deu uma pausa.

Ah claro, já escrevi sobre sua família, ela como sua mãe são tão petulantes, egocêntricas e inúteis.

- E se ela perder o meu pai, perderá muitos outros e isso prejudicará muito ela, e eu apenas não fiz nada ainda por estar esperando a hora certa. O que eu quero dizer querida, é que a Marília nunca vai me esquecer, pelo simples fato de eu estar sempre perto. Por que não pergunta de mim pra ela?. - ela sorriu e eu apenas me afastei dali.

Era o que eu iria fazer, perguntaria para Marília sobre ela. Não que ela fosse um tipo de problema para mim, ou por eu estar incomodada com o que ela disse, nada disso. Eu estava curiosa pelo fato dela ter dito que foi a primeira que ela teve. Foi sua primeira submissa, ou namorada,algo a mais, ou primeiro amor talvez?!.

...

CONTINUA

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