Corte de Estrelas e Penas

Capítulo 3

Velaris estava mais bela que nunca, parecia que tudo estava mais intenso e eu já sabia o que mostraria primeiro para o meu visitante, a rua dos artistas, uma das minhas favoritas, tão cheia de cor e de alegria que me faz me sentir ainda mais viva. Nikko estava com uma túnica branca, um casaco marrom e uma calça bege, seu cabelo era curto e castanho e seus olhos eram como mel, um pouco mais alto que eu e não muito musculoso. Eu peguei a mão dele e disse:

- Vem conhecer a cidade das estrelas.

- Espera um pouco.

Ele pegou a minha outra mão e passou a mão no meu cabelo olhando a minha orelha, apreciando os brincos que me derá.

- Ficaram incríveis em você.

- Eu acha que todo o crédito vai para você, já que os desenhou.

- Não sei se ficariam tão bonitos em outra pessoa.

Minha bochechas coraram e de mãos dadas demos um grande passeio pela cidade, que tenho muito orgulho de chamar de minha. Depois te já termos visto tudo, não podia faltar ir até o Rita's.

- Vem você precisa provar o melhor sorvete de Prythian.

Ele pediu um de baunilha e eu, como já era fácil de se imaginar, morango.

- Eu não acredito que você pediu de baunilha, o de morango é muito melhor.

- É que morango, não é um dos meus preferidos.

- Como não? Experimenta uma colher do meu e eu tenho certeza que você nunca mais vai escolher baunilha.

- Eu duvido muito, Lyah.

Eu peguei uma colherada do meu potinho e levei em direção a boca dele e ele apenas me observava e perguntei:

- O que achou dessa maravilha?

- Você faz muita propaganda, nem é tão bom assim.

Eu fiquei surpresa e falei indignada:

- Como assim nem é tão bom assim?

Peguei uma colher bem cheia de sorvete e coloquei na boca, depois de escutar esse insulto. Nikko ainda me olhava e percebi que os seus olhos foram em direção aos meus lábios e ele disse:

- Tem um pouco do seu maravilhoso sorvete na sua boca.

- Pode limpar então, por favor.

Ele passou o dedão no sorvete que ficará e eu olhei para ele e nossos olhares se encontraram e para quebrar o silêncio disse:

- Pronto, Nik?

- Ainda tem um pouco aqui.

Nikko aproximou de mim e me beijou e com a mão que estava livre, acariciou o meu cabelo. Foi carinhoso e delicado, o meu primeiro beijo. Ele se afastou e enquanto nos olhávamos, perguntou:

- Eu quis fazer isso desde do passeio pela minha Corte, mas eu não sei se você me vê além de amizade. E quando eu recebi o convite para te visitar eu estava decidido que mostraria os meus sentimentos a você e se não sente o mesmo por mim, eu espero que ainda possamos ser amigos.

Aquilo era uma declaração para mim, mas foi o nosso segundo encontro, eu queria um amigo agora que talvez, mais para frente eu poderia sentir algo a mais. Não me arrependi do beijo, porém eu não estava procurando um namorado, além do mais eu precisava focar em achar a minha imortalidade, que se não fosse encontrada eu não teria muito tempo de vida com um imortal. Eu juntei toda a coragem que havia dentro de mim, para ser honesta com ele e peguei a mão dele:

- Nikko, eu gosto muito de você mesmo, mas agora eu quero um amigo e que talvez com o tempo pode ser tornar algo mais, enquanto isso eu gostaria de ter alguém gentil e bom, como você do meu lado, não se sinta mal por ter me beijado, foi bom.

Eu vi um pouco que decepção em seu rosto e ele solto as palavras:

- Obrigada por ser honesta comigo e sabia que ser o seu amigo será um grande prazer para mim, mesmo você gostando de sorvete de morango.

Eu dei um sorriso e acaminho de casa, músicos na calçada tocavam uma bela e alegre canção puxei a mão do Nikko:

- Vamos dançar.

- Aqui na rua?

- Sim. Ou o príncipe da Corte Diurna não dança.

Ele puxou a minha cintura e me levava para lá e para cá e eu seguia ele, me rodou e puxou de volta.

Dançamos até não aguentar e rimos muito junto aos músicos que se divertiam conosco. Meus pés latejavam e um vento frio beijou o meu corpo, eu tirei minhas sandálias e Nik deu o seu casaco para me cobrir e pegou os calçados da minha mão.

- Deixe que eu leve para você princesa noturna.

De braços entrelaçados, a caminho da minha casa. Eu e meu visitante, meu novo amigo.