Capítulo 4

181 17 0
                                    

Na porta de entrada, meu pai estava a nossa espera, com as mãos no bolso da sua calça preta, eu pude sentir que ele estava um pouquinho desesperado pelo tom a sua voz:

- Você está bem, querida? - passando a mão no meu cabelo.

- Estou bem, Nikko cuidou de mim.
Meu pai encarou Nikko com um olhar frio:

- Bom mesmo, porque ao contrário eu estriparia ele em um segundo.

- Vai ameaçar o nosso convidado mesmo?... Em qual quarto ele vai ficar?

- O segundo quarto da ala leste, um dos funcionários vai te levar até lá.

Meu pai escolheu o quarto mais longe possível do meu, já era de se esperar.

- Eu levo ele até lá - disse para o meu pai sem esperar uma possível recusa, já pegando a mão do Nikko, que estava bem fria por sinal, para levá-lo aos seus aposentos. Meu pai grita por de trás do ombros.

- E depois é para você voltar para seu quarto, Lyah.

- PAI!!

Seguimos a adiante. Parei na porta e disse  para Nikko:

- Não precisa ter medo do meu pai, nem dos meus tios, eles não faria nada para machucar quem eu gosto, agora se você me machucar, já não tenho tanta certeza do que pode acontecer com você.

Ele me olhou um pouco e protestou:

- Eu não tenho medo deles.

- Sei Nik, todo mundo teme eles, por isso você é o meu único amigo fora da minha família.

Ele se aproximou e beijou a minha bochecha.

- Obrigado pelo passeio, eu não me divertia assim a muito tempo, boa noite amiga.

- Boa noite.

Fiquei feliz por ele ter gostado e não ter fugido assim que viu a minha família.

Meu pai estava esperando na escada e eu não estava acreditando que ele estava lá.

- Não acredito que você está me esperando.

- Eu estou esperando para te levar para cama e te dar boa noite.

Ele me aguardou na porta do meu quarto, enquanto colocava o pijama e depois que eu assenti, ele entrou e disse olhando para minha roupa.

- Nikko iria gostar de te ver assim.

- Para pai, ele é só o meu amigo.

Meu pai deu uma risada de escárnio.

- Para ele, você não é só uma amiga não, eu sei como desejar alguém que não se pode ter.

- Eu sei disso, ele me contou e depois me beijou.

O Grã-senhor arregalou os olhos e disse:

- O quê? Vocês se beijaram?!

- Sim, sabe quando duas pessoas encontram os lábios e ...

- Para... não precisa me explicar, mas ele não era só o seu amigo?

- Sim, depois eu falei que queria só amizade.

- Lyah, a encantadora de príncipes.

- Boa noite pai, fala para nossa Grã-Senhora que eu mandei boa noite também.

Meu pai me cobriu e me deu um beijo na testa.

- Boa noite querida.

Deitada eu fiquei pensando em como eu amava a minha família e aquele lugar, o único problema era eu, humana.

Corte de Estrelas e Penas Onde histórias criam vida. Descubra agora