Capítulo 20

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Acordei e Caim não estava mais lá, devia ter saído assim que eu dormir, como tinha dito.

Levantei já era quase hora do almoço, desci e comi frutas sozinha naquela mesa enorme. E fui para o meu refúgio, não tinha visto Caim ainda, sentada debaixo de uma árvore e de frente para um pequena cachoeira que forma um lago, eu desenha no meu caderno. Escutei um barulho, gelei, olhei para trás e vi um sombra de uma asa e falei:

- Eu sou humana, mas ainda te ouvir, espião Caim.

Ele saiu de trás de outra árvore.

- Como você sabia que era eu?

- Você sumiu ontem a noite e não me viu de manhã, provavelmente iria me procurar, porque não aguenta ficar longe de mim.

Ele se sentou do meu lado e me deu um potinho de sorvete de morango.

- Eu não sumi ontem, nosso trato foi eu sair depois que você dormisse, o que não demorou muito, já que desmaiou com a minha bela presença.

Coloquei uma colher de sorvete na boca, revirei os olhos quando ele terminou de falar, Caim sorriu e olhou para o lago e me perguntou:

- Vamos entrar.

- Não quero.

- Porque não?

- Porque não.

- Vem logo.- disse ele de pé puxando o meu braço.

- É que não quero molhar minha roupa.- uma desculpa que tentei dar, porque estava com uma lingerie branca que na água não daria muito certo.

- Então é só tirar.- foi tão rápido que só depois percebeu o que falou.

- Eu quero entrar, o problema é que eu tô com uma roupa de baixo clara e na água fica transparente.

- Ah, desculpa.- ele tirou a túnica azul clara e me deu.- Toma, coloca a minha camiseta.

Aceitei e ele se virou para eu tirar as minhas roupas e colocar a camisa, que no meu corpo ficou grande e ele tirou a calça ficando só com a cueca preta, quando virou Caim me encarou de cima a baixo e eu, ele.

Ele entrou no lago primeiro e depois estendeu a mão para mim e me mostrou onde pisar, coloquei o pé na terceira pedra, escorreguei e me agarrei no Caim e ele se moveu rapidamente para me segurar.

- Para uma humana você é bem mole.
Nós dois rimos com a referência. Chegamos em um ponto do lago que a água estava nos quadris e perguntei a ele:

- De onde essa cicatriz veio?

Ele olhou para o peito e me respondeu:

- Você não vai querer saber.

- Se eu estou perguntando é porque eu quero anjinho.

- Eu briguei com o urso mais selvagem da floresta e ele me arranhou bem no meu peito e depois disso arranquei a cabeça dele fora.

Fiz um cara de que não estava acreditando.

- Conta a verdade.

- Eu não gosto muito de falar sobre isso, mas vamos lá. Eu e meu irmão brigamos um certa vez e eu posso... ter dito algumas coisas de que me arrependo ter falado e ele tacou a sua espada no meu peito, para lembrar de nunca insultar o herdeiro dos serafins.

Eu passei a mão na cicatriz e perguntei de novo:

- E porque você o insultou? Além dele ser o irmão mais velho que sei como são.

- Porque Sáel é apenas illyriano normal e eu sou mais poderoso que ele e eu praticamente cuspi isso na cara do meu irmão... tenho vergonha do que falei e penso que foi por isso que ele se afastou da família, foi minha culpa...a minha arrogância e meu egoísmo.- ele abaixou os olhos que nem conseguiam olhar no meu rosto.- Todo dia que olho no espelho e vejo essa marca procuro afastar essas duas coisas para ser uma pessoa melhor, que eu não pude ser para o meu irmão.

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