Uma história baseada na série de livros Acotar, alguns anos depois com os filhos mais velhos e novos personagens. Este livro conta através da visão de Lyah, a filha mais nova de Rhysand e Feyre, sobre sua vida em Velaris como a Princesa Noturna huma...
Tio Az me levou até campo, já fazia tanto tempo que eu não ficava com ele sozinha, eu perguntei quando aterrisamos.
- Quando eu estava na Corte Primaveril, Tamlin não conseguiu nem me olhar e meu pai me disse que eu pareço com minha tia, você acha isso?
Ele ficou surpreso e seus sifões brilharam.
- Acho sim... desde de pequena via que você era igual a ela e quando você cresceu vi ela toda em você, além dos seus traços iguais, seu coração... agora chega de conversa e vamos começar, conjure suas asas, pequena.
Pensei em como eu e tio Az nos entendíamos e imagino que minha tia também. Ela teria dado todo o amor que meu tio precisava e ele também, porque a Mãe tirou minha tia e minha avó de nós. Nesses meios de pensamentos eu conjurei as asas, pareciam diferentes, tio Az olhou para asas e para mim.
- Uau...- ele falou e eu vi o que era, asas illyrianas, iguais a da minha vó, tio Az as abriu e passou a mão, examinado.
- Como isso é possível, tio Az?
- Você tem o poder da metamorfose no seu sangue... talvez possa ser por isso... ontem as conjurou, pensando em Caim e agora as conjurou pensando...
- Na minha avó.- eu sorri e ele também.
- Iguais as da mãe de Rhys.- meu tio soltou e continuou.- Vamos começar com qual?
- Com essas.
Tio Az não é nada bonzinho nos treinamentos, eu cai no mínimo umas cinco vezes antes de conseguir plainar, mas ele foi paciente, não deu risada de mim, me mostrou como eu deveria deixá-las descansando, nunca arrastá-las no chão.
Eu já estava toda suja de terra e folhas quando paramos e me sentei em um tronco de árvore, toda dolorida. Tio Az estava de pé de braços cruzados provavelmente escutando uma de suas sombras, eu vi aquilo e fiz igual deixei elas me envolverem, tio Az sorriu e sentou do meu lado e eu perguntei:
- Elas falam com você?
- Elas me avisam do que eu preciso saber, se elas não falaram com você, é porque ainda estão tentando acostumar e conhecer você, e quando precisar elas te avisarão, mas não dê muita liberdade a elas, são muito traiçoeiras, podem te consumir, assim como todo o seu poder.
- Agora estou bem mais tranquila com isso.- ele riu e continuou:
- Não precisa ficar assim, você tem todos nós ao seu lado, não deixaremos você cair, e pelo que conheço, você não se deixaria cair.- sorri em resposta e minha mãe pousou na nossa frente.
- Pelo seu estado querida, o treino rendeu.
- Achei que tio Az teria piedade de mim.
- Você queria um treinamento não um passeio, pequena.
Eu e minha mãe rimos, ela fez algum tipo de magia que me deixou limpa novamente, estendeu a mão para mim e continuou:
- Vou para o estúdio, quer vir comigo?
- Pela Mãe sim, me livre do encantador das sombras.
Ele riu e deu um beijo na minha testa, eu abracei minha mãe e voamos até o arco-íris.
☆
Chegamos e não tinha ninguém, adorava aquele lugar todas aquelas pinturas nas paredes, vi algumas que eu tinha pintado, tudo era tão aconchegante ali, tinha dois quadros em branco nos esperando.
- Já sei o que quero pintar e minha senhora?
- Vou pintar meus lindos filhos.
Eu sorri, peguei no pincel e comecei. Depois de um tempo falei para minha mãe:
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- Hoje com o tio Az, quando conjurei minhas asas, não tinha penas, eram illyrianas, ele me disse que era porque estava focada nelas e isso era possível por causa da metamorfose.
- Que incrível, querida, então você pode escolhe-las sempre que quiser.- ela sorriu atrás da tela com o rosto respingado de tinta.
- Papai me disse que quando me tornar Grã-senhora, eu terei que conselhar a Lyah com a minha posição, como faz isso?
Não paramos de pintar enquanto conversamos.
- Isso às vezes é um pouco complicado, mas sempre lembro de separar o meu coração do meu dever, não vou falar para você que será fácil mas com o tempo você se acostuma, e quando comecei tinha seu pai ao meu lado ele me ensinou tudo que precisava e você terá nos dois sempre que precisar.
- Também perguntei a Caim se gostaria de ser o Grão-senhor, ele não aceito e disse que o lugar dele era comandando navios.- olhei para as asas pretas que pintei.- Penso se eu vou deixa-lo preso, porque não vou poder acompanhar ele, e ele vai ter sempre que voltar, não pediria para deixar de fazer o que gosta, mas eu seria um problema.
- Duvido muito que ele pense que você é um problema... Myrian me disse que Caim era difícil de lidar, mas não foi isso que vi por aqui. Você mudou ele sem mesmo saber, ele mudou para ser digno do seu amor... eu não sei como ele era antes de vir para cá, mas sei que Caim sempre está com um sorriso no rosto quando está aqui, não sei se ele voltaria para os serafins para comandar.
- Ele me falou uma vez que fez coisas de que se arrepende e que está tentando todos os dias ser um pessoa melhor, não me importo com como ele era, apenas com quem ele quer ser... Como alguém pode se encaixar tão perfeitamente com a outra, eu não sei se isso é ruim, mas se ele fosse o mais temido, se decidisse fazer coisas com que eu não concordo, eu continuaria ao lado dele.
- É o laço da parceria, querida.- ela deu um sorriso fofo.
Me afastei da tela e observei o que tinha acabado de pintar, um anjo com asas pretas e uma auréola, cabelos castanhos claros e olhos verdes acinzentados, com as asas abertas e os braços também, vindo em minha direção, minha mãe veio e observou também colocou o braço em meu ombro e deu um beijo na minha testa.
- Ficou incrível minha princesa.
- Acho que estava precisando disso.- me limpei e continuei- Pode me levar até a biblioteca, preciso colocar uma parte do meu acordo com Eris em prática.
