JOHNNY GO

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A mente das crianças consegue transformar qualquer coisa em brinquedo, aventura ou diversão. O fato de tomar um ônibus sozinho, ver os Hanson pela fresta da janela fazia Johnny sentir-se um espião aventureiro.

O sentimento de ver os personagens dos seus vídeos de música como pessoas reais fez Johnny não querer desistir de descobrir como deve se comportar um músico famoso. De certa forma, Johnny se reconhece como músico e sente conexão com as músicas da banda e com tudo que ele conhece sobre os irmãos.

Portanto, no dia seguinte Johnny fez exatamente a mesma coisa: esperou sua tia sair para o trabalho, ligou o rádio, saiu de mansinho e foi até a gravadora, 3CG.

Tentando não chamar atenção no beco ao lado da gravadora, escolheu um lugar estratégico. Ficou sentado ao lado do container de lixo, tirando da mochila um pedaço de cartolina branca, cumprida, com as teclas de um piano desenhadas cuidadosamente. Ele esticou o desenho no chão e quando ouvia as notas do teclado de Taylor lá de dentro, tentava reproduzir nas teclas de papel para aprender a tocar o que ouvia.

Quando os irmãos falavam ao microfone era possivel ouví-los. Isaac sempre gargalhava e parecia rir de tudo que os irmãos falavam. Johnny também era contagiado pela risada alta, grave e exagerada do mais velho.

Johnny percebeu que os meninos estavam mesmo muito ocupados, pois ficavam trancados no estúdio tocando. Isso o fez entender o motivo de a moça loira não tê-lo deixado entrar para falar com os irmãos Hanson. Por tanto, conseguiu mais um item importante para sua lista.

- 6 - Os artistas precisam de paz para trabalhar. Não falar com fã enquanto ensaia. Mas uma hora eles vão sair por aqui e eu vou falar com eles.

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Ao voltar para casa, viu em um outdoor a foto do Taylor, irmão do meio, recebendo uma espécie de prêmio pelo projeto Food On The Move. Johnny leu rapidamente e ficou curioso para saber do que se tratava e em casa veria na internet do que se tratava.

Apesar do cansaço, o pequeno esperou a tia chegar do seu turno no restaurante.

Quando Isis chegou, fez as perguntas de praxe: se ele se comportou, se comeu, se fez o dever, se escovou os dentes e etc. Ela parecia estar mais cansada do que o habitual, então tomou banho, bebeu um copo de leite e desabou na cama ao lado do sobrinho, fechando os olhos enquanto ele falava sem parar.

- Tia, eu vi na TV que vai ter um evento na frente do Centro Cultural Greenwood, 322. Lá, eles fazem doações de legumes e frutas. Eu vi que estamos quase sem legumes em casa então, talvez isso seja bom pra gente. Vai economizar um dinheirinho, ehn? - Johnny dizia apressado com sua voz aguda, mas sedosa.

- Baby, a tia vai trabalhar amanhã. Ainda é sábado, trabalho na loja.

- Mas, tia, olha! - ele segurava o rosto da tia sonolenta para ela manter-se acordada e prestar atenção nele. - É a partir das cinco e meia da tarde. E vai até às nove e meia da noite. Vai dar tempo de irmos. Anda tia, pense nos dólares economizados.

- Sim, tudo bem... se eu não estiver muito cansada, nós vamos lá sim.

- Yeah, isso!.. obrigado, tia Isis. - comemorou beijando a tia.

- Ai, nossa! Que empolgação para pegar legumes.

Nem havia amanhecido ainda e Isis ja estava de pé. Organizou tudo e avisou à senhora Mendonça por mensagem que o sobrinho estava em casa, mas que as 14:00 ela retornaria.