Amor

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Solyana pov.

Acordar e ela estar do meu lado deve ser um dos bônus, uma de suas mãos estava por cima de minha cintura e sua respiração batia em meu pescoço.

Lembranças do que aconteceu noite passada invadiram minha mente e não pude evitar de sorrir. Eu perdi minha virgindade, com ela.

Me virei na cama ficando de frente pra minha garota, não pude parar de imaginar como seria se não fosse com ela, claro que o jeito que eu perdi minha virgindade foi com... brinquedos sexuais. Não sei se muda muito perder a virgindade com um pênis de borracha do que um de verdade.

Se eu me arrependo? De geito nenhum.

– Acordou a muito tempo Sol? – a voz rouca e sonolenta da Jas me despertou de meus pensamentos.

– Não munto. – respondi.

– Vou fazer nosso café. – falou se levantando – Quer dizer, chá... você não toma café.

– Vou junto com você! Quero ajudar.

– Então é bom a gente se vestir... – só assim lembrei da nossa atual situação, estavamos nuas.

– Ohh merda! – falei alto e me cubrindo com o lençol.

– Sol, tudo que você tá tentando esconder... eu vi e toquei ontem.

Jasmine pov.

Foi no mínimo engraçado o geito que a Sol tentou se esconder com o lençol, peguei um de meus blusões, um par de roupa íntima e estendi pra ela.

– Pega... são roupas limpas. As suas vou colocar pra lavar.

Ela pegou sem falar nada e eu aproveitei pra me trocar também. Usei um blusão, uma calça de moletom e por algum motivo quis colocar um boné. Deixei a Sol no quarto e desçi as escadas e rumei pra cozinha.

Eu não era tão boa na cozinha, então fiz apenas algumas panquecas e peguei algumas frutas, fiz um chá e arrumei a bancada mesmo, não tinha tantas coisas pra precisar ser posto na mesa.

– Por quê não me esperou Jas? – ouvi sua voz acompanhado de seus passos.

– Queria descer e deixar tudo pronto pra quando você descesse, linda. – falei me virando em sua direção – Espero que goste, não fiz muita coisa mas...

– Tá perfeito. – sorri com seu interrompimento.

– Podemos comer? – ela concordou.

Comemos em meio a brincadeiras idiotas e risadas, ela me fazia bem.

– Meus pais me mandaram mensagem hoje. – fiz um som nasal pra mostrar que estava ouvindo – Eu vou contar pra eles que gosto de garotas, hoje a noite, depois do jantar.

– Vou com você. – ela negou com a cabeça – Quero estar com você caso eles digam alguma coisa, não vou te deixar sozinha.

O dia passou voando, Solyana ficou comigo até dar o horário dela ir pra casa. Eu não jantaria lá, eu apenas apareceria depois do jantar.

Solyana pov.

Medo, era isso que eu estava sentindo. Tinha medo da reação dos meus pais, eles iriam me aceitar? Eu torcia seriamente pra sim.

Quando saí do apartamento da família da Lua eu estava tranquila, mas agora, só de pensar que eles podiam não me aceitar...

– Filha, que bom que chegou. – meu pai falou sorrindo – Seu presente te espera...

– Mas eu nem falei o que eu queria, pai. – andei em direção ao meu quarto.

– Mas eu não quis que seu natal passasse em branco. – ele disse vindo atrás.

– Mas não passou, eu passei um natal bem legal com a família da minha namo... da Jasmine. – quase falei o que não devia, por sorte mudei a tempo.

– Vocês se divertiram?

– Muito, pai. – soltei um sorriso lembrando da noite que tive com minha namorada – A família Oliveira é bem receptiva.

– Que bom então, mas agora vá... procure seu presente.

– Alguma dica?

– É pequeno.

– Só isso? – ele concordou – Tudo bem.

Comecei a procurar por algo novo e um som estranho me despertou, comecei a ir em busca desse som até achar... dentro de uma gaiola dourada de tamanho médio tinha uma calupsita branca, cabecinha amarela e as bochechas eram vermelhas.

– Que coisinha linda, pai.

– É seu querida.

– Obrigada! Eu gostei muito. – falei o abraçando – Ah pai... Jasmine vai vir aqui depois do jantar.

– Tudo bem. Vou lá ajudar sua mãe com o jantar, ela insistiu em fazer ele hoje.

– Tá bem pai. – falei olhando ele sair – E eu vou levar essa coisinha pro meu quarto. – disse sozinha pegando a gaiola e indo pro quarto.

Arrumei um cantinho pra que esse bichinho ficasse, organizei tudo em cima de uma mezinha redonda. Sua gaiola era colocada no meio e em baixo da mesa tinha um espaço suficiente para caber o potinho de ração.

Não sei quanto tempo demorei pra arrumar tudo, apenas consegui ouvir passos na escada e logo depois a voz de meu pai ecoou pelo corredor.

– O jantar está pronto querida, já pode descer!

Desçi acompanhada por ele, o jantar também foi tranquilo, eles me contaram sobre os contratos que conseguiram fechar nessa viagem. Eu não entendia nada de negócios então apenas afirmava com a cabeça.

Quando o jantar terminou não demorou nem meia hora e a campainha tinha acabado de tocar.

– Eu atendo! – falei me levantando do sofá, era a Jasmine na porta.

Quando a abri me deparei com minha namorada em um estilo roqueira. Ela usava uma calça jeans rasgada no joelho e com suspensórios pendurados, uma camisa de banda com uma quadriculada por cima e ainda uma jaqueta, seus cabelos estavam soltos com um boné pra trás e ela usava um All-Star nos pés. Em uma das mãos estava um skate.

– Vim o mais rápido que pude!

– Entra... eles estão na sala. – falei dando passagem.

– Sol... se você quiser que eu conte, eu conto.

– Eu vou falar Jas, os pais são meus e precisas saber por mim... só não vou dizer que estamos tá? Já vai ser um baque eles descobrirem minha sexualidade.

Jasmine concordou e antes que pudessemos começar a andar ela me deu um selinho rápido, depois andamos lado a lado até a sala para contar para meus pais.

– Boa noite Sr. e Sra. Smith.

– Boa noite querida, podia ter vindo jantar conosco. – minha mãe respondeu.

– Achei melhor não senhora, a Sol passou vários dias lá em casa e esse jantar era pra ser só em família, pra vocês matarem a saudade que sei que sentiram.

– Tem toda razão! Sentimos muito a falta da nossa filha durante na viagem. – minha mãe falou olhando pra mim – Mas agora... o que quer falar conosco que precisou de sua amiga aqui filha?

– Ela tá aqui pra me dar apoio. – respondi olhando pra Jasmine e sentindo ela depositar uma de suas mãos ao redor de minha cintura, sem meus pais conseguirem ver – Antes de começar quero pedir pra vocês me escutarem por completo tá?

–  Claro, querida. – meu pai respondeu pelos dois.

– Já tem um bom tempo que eu estou descobrindo coisas novas e uma delas, como alguns falam é... o lado colorido da vida.

– O que quer dizer com isso, filha? – minha mãe questionou.

– Quer dize... – Jasmine interrompe minha fala.

– Quer dizer que ela beijou alguém do mesmo sexo dela, Sra. Smith. – encarei a Jasmine com um olhar mortal, não era pra ser dito assim.

– Isso não é verdade! – meu pai proferiu já com raiva.

– Na verdade... é sim pai. – falei sem olhar pra ele – E eu... gostei.

Colegial - Brumilla.  (2° temporada)Onde histórias criam vida. Descubra agora