Jantar de natal

615 59 12
                                    

Jasmine pov.

– Sol... não é quando eu tiver um filho. O certo é se nós tivermos um filho.

– O que quer dizer com isso Jas? – pediu com uma cara estranha, sendo quase impossível não rir.

– Um dia... – começei me aproximando e a abraçando pela cintura – Bem no futuro, nós vamos estar juntas. Em um apartamento só nosso. E vamos conversar sobre isso, filhos. – deixei um beijo em sua nuca – Eu quero ter, nem que seja apenas um, mas eu quero ter um com você.

– Você tá dizendo...

– Sim, estou. Não me importa se essa criança vai ser de uma inseminação artificial ou adotada, se ela não se tornar uma pestinha vai estar tudo bem.

– Você me disse uma vez que não suportava criança, que nunca teria uma! – me deu um leve tapa.

– Bom... isso é verdade, mas talvez a nossa não vire esse tipo de criança chata e mimada que vejo por ai.

Brunna pov.

Solyana estava aqui e passaria o natal com nossa família, Jasmine teria que aguentar o comentário de seus avós fazendo aquele monte de perguntas do tipo: "Quando começaram a namorar?" ou "Por quê não me contou?"

– Amor... avise as meninas que logo todos vão chegar e elas vão ter que estar prontas e aqui em baixo. – avisei a Lud que já estava nos seus últimos detalhes da maquiagem.

– Espera.... pronto! – falou soltando a máscara de cílios na penteadeira – Como estou? – pediu se virandoem minha direção.

– Simplesmente perfeita. – falei olhando-a por completo.

Minha esposa usava um vestido vermelho, longo e soltinho, havia uma fenda que ia até a metade de sua coxa esquerda, mangas longas leves. O cabelo estava solto, liso e bem alinhado. Sua maquiagem era leve, mas destacava seus olhos perfeitamente.

– Vou lá avisar as duas... sabe do Enzo?

– Foi buscar a sua nora... saiu já faz uns dez minutos, logo eles chegam.

– Okay – fez uma breve pausa – Vou lá nas meninas. – apenas concordei com a cabeça e ela saiu do quarto, deixando que eu terminasse de me arrumar.

Ludmilla pov.

Cheguei no quarto da Jasmine segundos depois de sair do meu, mas não consegui dizer uma palavra, a cena que acontecia me deixou totalmente vidrada e maravilhada.

Jasmine abraçava Solyana por trás, enquanto a Solyana se aproveitava do enorme espelho para tirar diversas fotos. Eu sabia que todo casal fazia isso, eu também já fiz, mas não foi isso que chamou minha real atenção. Pra mim o que mais importava alí era a felicidade estampada na cara de minha filha, o carinho que elas demonstravam uma com a outra era quase palpável de tão notável.

– Meninas? – chamei, tirando as duas de sua bolha – Já estão prontas?

– Já sim tia... só estavamos tirando algumas fotos. – Solyana respondeu pelas duas.

– Sabe que não precisa me chamar de tia... me sinto velha assim. Me chama como quiser, acho melhor. – falei, sei que já não estava jovem, mas eu ainda não era velha a ponto de ser chamada de tia pela garota da minha filha.

– Que tal a Sol te chamar de sogra mãe? Parece mais jovem pra você? – Jasmine respondeu.

Nesse momento Solyana se virou de frente para ela, eu quase gargalhei com a expressão em seu rosto.

– O que foi Sol? – minha filha pediu.

– Como assim posso chamar ela de sogra?

– Porque é isso que ela é sua, obviamente.

– Errado... ela não é. – nesse momento até eu cheguei a ficar confusa, mas resolvi não atrapalhar a interação das duas.

– Como assim ela não é? É claro que ela é Sol, tá doida?

– Não me lembro de você ter feito o pedido de namoro pra ela ser minha sogra...

– Você ainda não pediu?! – soltei antes que pudesse raciocinar.

– Achei que não precisasse disso pra estarmos juntas!! – Jasmine falou indignada.

– Precisar não precisa... mas isso mostra pra todos que nenhuma das duas está disponível para se relacionar com outros. – expliquei – Vamos... vocês podem falar sobre isso uma outra hora, minha esposa já deve estar lá em baixo esperando por nós..

Jasmine pov.

– Já vamos descer mãe, pode ir na frente.

– Tudo bem, mas não demorem. – concordei com seu aviso e esperei até que ela saísse.

– O que foi Jas? – Sol me pediu confusa.

– Quero te contar uma coisa...

– O que você aprontou? – já me perguntou.

– Por qual motivo parece que aprontei algo? – ela deu de ombros, continuei – Enfim, preciso te falar sobre a namorada do meu irmão.

– Eu nem a conheço, vou conhecê-la hoje Jas...

– Na verdade você a conhece sim... – me olhou em sinal interrogativo – Acontece que... bom... eu fiz ciúmes pra você com ela!

– Não entendi... como é?

– A namorada do meu irmão é a Luana... – vi ela trincar seus dentes mesmo a boca estando fechada – E ela vai vir nesse jantar com ele...

– Está me dizendo que você chifrou seu próprio irmão?! – pediu incrédula.

– Fala baixo Sol! – avisei – Ninguém aqui sabe, nem minhas mães e nem ele. E sim, eu coloquei um par de chifres nele, mas eu nem sabia que ela namorava, ainda mais com meu irmão.

– Vai contar a ele. – isso não era uma pergunta, era uma afirmação, eu prontamente neguei – E por quê não? Ele merece saber.

– Eu não gostei deles juntos no início, porque eu não sabia que isso aconteceria. Eu até contaria no começo, queria que ela se ferrasse por ter me enganado também. – justifiquei – Mas eu mudei de ideia depois que vi o quão meu irmão mudou, ele até começou a lavar a louça por causa dela e você sabe que ele não suporta isso! – falei olhando seus olhos – Não quero estragar a felicidade dele... pela primeira vez na minha vida eu não quero que ele sofra. Ela faz bem a ele, não quero estragar...

– Você gosta dela... – neguei – O que vai fazer?

– Não abrir a boca... por favor amor... não conta pra eles, por favor. – implorei.

– Não vou falar, isso quem tem que fazer é você. – sussurrei um rápido "obrigada" – Agora vamos... suas mães devem estar loucas a nossa espera. – concordei.

A sol estava linda, usavaleve conjunto de shorts jeans e camiseta, assim como eu. Nossas camisas combinavam, tinham a mesma estampa e atrás ainda dizia que uma completava a outra. O calsado também era o mesmo, um all-star vermelho de cano alto.

– Cavalinho? – pedi já me abaixando para que ela subisse nas minhas costas.

– Aqui tem escadas... sem chance.

– Não vou deixar você cair...

– Promete?

– Prometo. – afirmei, deixei um selinho em seus lábios e me abaixei novamente.

Ela subiu em minhas costas e começei a andar em direção das escadas, desci elas devagar, mostrando para minha garota que não iria deixá-la cair. Chegamos na sala, e eu sem aviso nenhum, me joguei no sofá com ela ainda nas minhas costas.

Notei que ela iria reclamar por eu ter caído por cima dela, mas antes que ela falasse algo me virei ficando de frente pra ela e roubando outro beijo.

Colegial - Brumilla.  (2° temporada)Onde histórias criam vida. Descubra agora