O que eu vou fazer agora?

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Solyana pov.

Eu ainda não podia acreditar no que havia acontecido, meu pai, o homem no qual sempre tinha admirado ao longo do meu crescimento, agora me espulsava de casa.

– Sol... – Jasmine chamou minha atenção – Em uma semana eu vou me mudar pra um apartamento mais perto da faculdade, já estou levando algumas coisas pra lá e vou levar as suas também. – ela me explicou – Vou voltar na sua casa nesses próximos dias para buscar as coisas que você não pegou. Já combinei com sua mãe, ela vai empacotar tudo e eu vou buscar quando seu pai estiver no trabalho, quer ir junto?

– Melhor não, nunca mais eu vou pisar dentro daquela casa... – falei baixo.

– Tudo bem. Mas vou ter ajuda igual, os dois ai na frente me ajudam a carregar as caixas.

E o silêncio voltou, eu não tinha muito o que conversar, não tinha vontade. Tudo no que pensava era no por quê de meu pai ter feito aquilo.

Quanfo chagamos no prédio das mães da Jas, subimos junto com as malas e o segurança. O motorista apenas nos deixou na porta, desejou um boa noite e foi para sua casa.

Entrei no apartamento sem falar nada e rumei para o quarto já bem conhecido por mim. Jas apareceu depois com uma mala em cada mão, uma mochila nas costas e a outra em sua frente.

– Já pode se deitar amor... – ela falou enquanto largava todas aquelas coisas em um canto do quarto – Eu só vou tomar um banho e buscar uma água e já venho deitar com você.

Acenti com a cabeça enquanto observava ela abrir seu armário, pegar uma muda de roupa e ir para o banheiro. Não demorou mais que dez minutos para ela sair de lá e ir à cozinha.

Jasmine pov.

Eu queria dar um espaço pra Sol, sei que aquilo de sua família a tinha abalado muito e ela queria pensar sobre.

Sai do meu quarto em passos largos na direção da cozinha, abri a porta da geladeira pra pegar uma garrafinha de água e me assustei ao encontrar minha mãe lá atrás de mim logo que fechei a geladeira.

– Que susto mãe! Tá querendo me matar?

– Claro que não filha, só vim pedir o porquê da Soly vir dormir hoje aqui em casa, ela devia estar na casa dos pais.

– E ela foi... mas aconteceram algumas coisas e ela voltou.

– Que tipo de coisas? – mamá insistiu.

– Ela contou para os pais sobre sua sexualidade e sobre eu ser a garota que ela beijou. O pai dela ficou bravo e o expulsou ela de casa. – vi o senho de minha mãe se contrair em preocupação.

– Ela deve estar bastante abalada...

– Ela falou bem pouco desde que saimos daquela casa.

– Deixe ela descansar hoje, está bem? Não quero ouvir nenhum barulho suspeito hoje.

– Meu Deus mãe! – falei de olhos arregalados – Onde a mãe Ludmilla tá nessas horas?

– Dormindo...

– Tá... tá. Eu tô indo dormir também. – falei depositando um beojo em sua bochecha – Boa noite mãe.

– Boa noite filha.

Solyana pov.

Agradeci mentalmente pela Jasmine me deixar um pouco sozinha, e mesmo assim eu não conseguia clarear minha mente. Nem dormir eu conseguia...

– Desculpa a demora Sol, encontrei minha mãe na cozinha e conversei um pouco com ela... – falava enquanto colocava a garrafinha de água na cômoda ao lado – Como você tá?

– Bem... eu acho. – falei baixo – Não consigo dormir.

Ela desligou a luz deixando um abajur na luz fraca para dar um pouco de claridade ao quarto. Se pressa ela retirou sua calsa de moletom e deitou ao meu lado, me puxando pra ela e eu aproveitei isso para colocar minha cabeça no vão de seu pescoço, aspirando seu cheiro. E novamente meu choro saiu.

– Não chora Sol... – ela sussurrou me apertando – Eu tô aqui com você... não vou sair do seu lado nunca. – beijou o topo de minha cabeça.

– Eu só queria que ele me aceitasse como sou... – funguei.

– Não fica com isso na cabeça tá? Um dia ele nem vai mais se importar com isso.

– Você acha? – pedi me levantando um pouco para olhar pra ela.

– Tenho certeza amor... – falou me dando um celinho – Eu amo você, não se esqueça disso.

– Não tem como esquecer algo que me faz tão bem... – sussurrei notando que ela estava sorrindo – Obrigada por ser tão incrível.

– Obrigada você por despertar o melhor de mim... eu não era uma pessoa muito amável, mas isso mudou depois que conheci você. – corei um pouco pelas suas palavras – E você fica linda assim... corada, na verdade de qualquer geito você fica linda.

– Assim você me deixa com vergonha Jas...

– Tudo bem, só queria que você soubesse. – falou e eu dei uma leve risada – Vamos dormir, você precisa descansar, seu dia foi bastante cansativo hoje.

– Não consigo dormir...

– Eu tô aqui com você... nada vai te acontecer. Eu te amo.

– Também te amo. – falei antes de fechar os olhos e fazer mais uma tentativa para dormir.

Colegial - Brumilla.  (2° temporada)Onde histórias criam vida. Descubra agora