Capítulo Vinte e Um

47 5 0
                                    

Acordo mais um dia ao lado do Otávio, desde que eu voltei a morar aqui, ele tem sido muito atencioso. Nesses últimos dias, eu ajudei Otávio com a empresa, não que eu seja empresária no ramo, mas, ele quer que eu aprenda, pra não ser totalmente dependente dele, pois ele quer que um dia eu também tenha a minha própria empresa.

Ele também me ensinou a investir, eu estou adorando aprender coisas novas.

- Senta aqui, amor. - ele bate na cama e eu sento.

- O que aconteceu?

- Isso aqui. - ele me entrega um envelope pesado. - É seu.

Abro e vejo o dinheiro que eu deixei com Marina pra entregar a ele, pra quitar a dívida.

- Não, esse dinheiro é pra quitar a dívida. - devolvo.

- Use-o para investir, não existe mais dívida. Eu guardei com esperança de te encontrar novamente e te devolver.

- Mudando de assunto, você quer ir comigo hoje ver o bebê?

- Sim, de que horas? - ele arruma a gravata.

- 14:30h.

- Eu chego antes, agora, eu preciso ir. - ele levanta da cama.

- Até mais tarde. - sorrio e ele me dá um beijo.

- Se alimenta direitinho e para de ficar escalando os móveis pra limpar, mulher aranha. - ele sorrir.

- Eu só quero verificar se está tudo muito bem limpo. - sorrio.

- Tô indo, tudo bem? Qualquer coisa me liga, que eu venho correndo. - ele me dá outro beijo e sai do quarto.

Desço pro andar inferior e vou até a cozinha, ajudar Marina, eu adoro ajudar ela na cozinha.

A manhã passa super rápida, logo assim, chegando a hora do almoço. Me sento na sala para ler um livro sobre gestação.

Ouço a campainha e acho estranho, Otávio tem a chave, por que ele tocaria a campainha? Levanto do sofá e caminho até a porta, abro e vejo uma mulher morena alta, com muitas tatuagens espalhadas pelo corpo.

- Bom dia, o que deseja?

- Bom dia, eu preciso conversar com o Otávio, ele está?

- Não, você quer entrar pra esperar?

- Claro. - ela sorrir.

- Como você se chama? - sento no sofá e em seguida ela senta.

- Carol, ele sabe quem é.

- Você quer uma água, suco?

- Uma cerveja, se você tiver.

- Claro. - saio da sala desconfiada e vou na geladeira conferir.

Pego uma cerveja e levo até ela.

- Você não quer? - ela oferece.

- Não, estou grávida. - forço um sorriso.

- Eu sempre quis ser mãe, acredita? - ela abre a lata e toma um gole.

- Entendo. - me sinto incomodada, não sei o motivo.

- Que horas o Otávio chega? - ela olha a hora no relógio de pulso.

- Acho que ele está pra chegar.

- Cadê a velha Marina? Ainda está por aqui? - ele toma outro gole da cerveja.

Será que essa é a Carol que o Daniel e Otávio falaram?

- Sim, ela está na cozinha.

- E você, trabalha no que aqui? - ele levanta uma sobrancelha.

- Eu moro aqui, com o pai do meu bebê.

- Quem é o pai do seu bebê? - ela franze o cenho.

- O Otávio. - vejo seu semblante mudar no mesmo segundo.

- Então, você está usando o golpe da barriga pra pender o Otávio? - ela gargalha alto. - O sonho dele sempre foi ser pai.

- Golpe da barriga? Esse tipo de coisa é pra mulher baixa.

- Ou então, você fez macumba. - ela levanta uma sobrancelha.

- Eu só trabalho com chá. - pisco um olho pra ela.

Vejo a porta abrindo e Otávio passando por ela. Ele fica boquiaberto ao ver Carol, sua reação é normal, não esperávamos ver alguém como ela por aqui.

- O que você está fazendo aqui? - ele coloca a maleta sobre a poltrona e para na frente dela.

- Vim te ver, bateu saudades de você, dessa casa. - ela levanta do sofá.

- Você não cansa? - ele olha sério pra ela.

- Ah, se você soubesse o quanto eu sinto falta desse seu cheiro. - ela tenta se aproximar, mas ele se esquiva.

- Carol, eu não quero te ver, eu não sinto sua falta, eu te quero longe da minha casa, te quero longe da minha mulher e dos meus filhos.

Ela gargalha alto.

- Eu sei que no fundo você está feliz ao me ver, sinto que ainda me ama. - ela se aproxima e novamente ele se esquiva.

- Eu vou ficar feliz quando você for embora e nunca mais voltar. Vai embora, Carol. Eu não quero ter que chamar a polícia, só vai embora.

- Eu não posso. - ela senta no sofá.

- Não? - ele cruza os braços.

- Não! Eu vou ficar, essa casa é tanto minha quanto sua. - ela toma vários goles da cerveja.

- É dinheiro que você quer? Eu te dou o quanto quiser, só vai embora.

- Eu quero 1 milhão. - ela se encosta no sofá.

- Eu não posso sacar essa quantia de uma vez só, você sabe.

- Então, enquanto você não consegue me entregar meu dinheiro, eu vou ficar aqui e desfrutar novamente dessa casa.

- Você vai passar sua parte da casa pro meu nome imediatamente.

- Assim que os 50% estiverem na minha mão. - ela toma o último gole e joga a lata no chão.

- Manuela, vem comigo, por favor. - sigo ele até a cozinha.

- Que situação... - respiro fundo.

- Eu não queria que você tivesse visto isso.

Ele pega uma carteira de cigarro do bolso da calça e sai pra área externa. Eu não sabia que Otávio era fumante, desconfiei a primeira vez que vi Marina entregando uma carteira de cigarro, mas, eu nunca o vi fumando ou algo do tipo. Ele deve fumar quando está muito nervoso, ou, ansioso, na verdade eu não sei.


A governantaOnde histórias criam vida. Descubra agora