Capítulo Onze

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Boa leitura!

Alguns meses depois...

Minha vida está uma loucura, trabalho, trabalho e mais trabalho. Só durmo três horas por noite, eu virei um zumbi ambulante, mas estou no caminho de pagar a dívida, juntei até o exato momento quinze mil reais. O salário que o Otávio me paga, eu guardo, o da boate a mesma coisa.

Sobre o Otávio, ele quase não para em casa. Tem muitos compromissos, agora com sua namorada Josefine passando uns dias aqui na mansão, minha vida está um caos.

Ela me alfineta o dia todo, eu nem fiz nada pra esse ser vir me perturbar. Eu estou em um momento que se você fala um a, eu te ensino o alfabeto inteiro.

Felipe e eu saímos algumas vezes juntos, ele é um amor de pessoa, nunca tentou me dá um beijo se quer, ele é inseguro sobre tentar algo e não dá certo. Somos bons amigos, nunca tentamos algo mais sério, mas eu tenho um pouco de curiosidade para saber se daria certo.

Estou ajudando Marina a fazer o jantar, hoje estamos fazendo uma lasanha de berinjela, foi o que Otávio pediu antes de ir trabalhar.

- Menina, você precisa se especializar nessa área, você é um arraso! - Marina sorrir.

- Ah, Marina! Eu mal tenho tempo de dormir, quem dirá estudar.

- Você precisa largar uns desses empregos, Manu! Você vai acabar ficando doente. - ela senta no banquinho do balcão.

- Eu não posso, preciso pagar essa dívida! - sento ao seu lado.

- Otávio já te entregou o dinheiro trabalhado pela sua mãe nos últimos anos? - ela me olha com dúvida.

- Não... - levanto do banquinho entusiasmada. - E se ele não tiver pago, ele pode me entregar e eu quitar a dívida! - sorrio.

- Tenta falar com ele quando ele chegar.

- É o que irei fazer!

Ajudo Marina com o almoço, em seguida, vou verificar a limpeza da casa, para ver se está tudo em ordem.

- Mocinha? Pega um copo de água pra mim. - olho para trás e vejo Josefine deitada no sofá lendo uma revista.

- Josefine, se você não viu, eu estou ocupada. - continuo verificando se está tudo ok com a limpeza.

- Você faz o que eu mando, vai embora. - ela levanta do sofá.

- Ótimo, já que levantou, pode muito bem ir até a cozinha e pegar um copo de água. - sorrio e saio da sala, indo em direção ao andar superior.

O que essa mulher tem na cabeça? Parece que é louca! Eu trabalho para o Otávio, não para Josefine, se ela quer me pôr ordens, tem que me pagar por isso.

Meu celular vibra, desbloqueio a tela e vejo uma mensagem do Felipe.

- Bom dia, linda! Você gostaria de jantar comigo?

- Bom dia! Gostaria muito, mas hoje eu tenho turno extra na boate.

- Hoje a senhorita está de folga, então, você topa?

- Minha folga só seria na próxima semana, né?

- E daí, princesa? Eu sou o seu patrão, rs.

- Tudo bem, mas só dessa vez, ok?

- Te pego às 20:30h.

- Ok!

Faz tempo que eu não saio com ninguém, não lembro a última vez que fui em um jantar assim. Corro para cozinha para contar a Marina essa novidade.

- Marina, Marina!

- Manu, você me assustou. - ela sorrir. - O que aconteceu?

- Marina eu vou sair com uma pessoa, isso não é incrível? - abraço ela.

- Manu, posso te falar uma coisa?

- Pode sim.

- Eu quero muito que você seja feliz, você merece muito, minha menina! - ela me abraça.

Vou rapidamente no meu quarto separar uma roupa. Escolho um vestido preto coladinho de alças finas e um scarpin preto. Separo um colar simples e um par de brincos. Tudo do bazar.

Saio do meu quarto e vou para cozinha, ajudar Marina a servir o almoço.

- Eu levo a travessa de arroz e você a lasanha, certo? - Marina pega uma travessa e leva.

Levo a travessa da lasanha e logo em seguida volto para pegar o suco e a salada.

Vejo Otávio entrando pela porta, seu olhar  olhar para em mim, o que será que aconteceu?

- Manuela, no meu escritório! - ele sobe e eu vou atrás.

Entramos no escritório, ele senta em sua cadeira.

- Sente-se! - ele fala com sua voz autoritária.

Sento e espero a bomba que ele tem para me falar.

- Manuela, desde quando você pode tratar mal minhas visitas? - ele entrelaça as mãos.

- Eu estava ocupada! Sua namorada ou sei lá o que, estava me dando ordens, sendo que, você é quem me paga. Se ela quer uma empregada, ela tem que me pagar!

- Em partes você está certa!

- Hoje vai ter um dilúvio! - reviro os olhos.

- Era só isso, pode ir!

- Eu preciso falar com você, sobre minha mãe. O tempo trabalhado dela, ela recebeu ou?

- Sim, ela recebeu.

Aquela resposta parece um soco em meu estômago, eu esperava que ela não tivesse pego, assim, quitaria uma parte da dívida. Mas, tudo bem, tomara que ela tenha feito bom proveito do dinheiro.

- Se você me der licença. - forço um sorriso.

- Manuela? - ele levanta da cadeira.

- Pois não? - olho em seus olhos e vejo algo diferente.

- Não é nada.

Saio do escritório e desço para ir até a sala de estar, vejo Josefine lá.

- Cadê o Otávio? Ele deveria estar aqui!

- Estou aqui! - vejo ele descendo as escadas.

- Meu amor!

- Josefine, você sabe que eu não gosto que me chame assim! - ele senta na cadeira e eu vou servi-lo.

- Você deveria me servir primeiro, criatura. Sai logo daqui, vai! - ela grita.

- Manuela, fica! Josefine, você não pode falar assim com a Manuela e nem com ninguém!

Fico parada olhando toda cena.

- Você não pode falar assim, Otávio. Ela é só uma empregada e mais nada

- Ela não é só uma empregada! - ele bate na mesa e eu me assusto.

Otávio nunca me defendeu, sempre me criticou de tudo que é jeito, esse homem está é louco!

- Licença! - saio daquele clima pesado e vou para a cozinha.

- Menina, o que foi isso? - Marina se aproxima.

- Não sei, Marina, não sei mesmo! - respiro fundo.

- Nunca vi Otávio defender ninguém assim! - ela segura minhas mãos.

- Marina, eu vou pro quarto, eu quero descansar um pouco. - forço um sorriso.

Caio na cama, estou um pouco cansada. Nem acredito que hoje eu vou ter um encontro!

Obrigada por ler até aqui!

A governantaOnde histórias criam vida. Descubra agora