Trinta e Dois

69 3 0
                                    

Boa leitura!

Manuela

A visita de Otávio me abalou demais, despertou algo em mim que eu não sentia faz anos. Eu sei o quanto sofri com suas palavras, hoje, eu vi verdade em seus olhos. Otávio se sentiu como eu me senti.

Eu sinto sua falta, mas eu consigo viver sem. Sinto saudades, mas logo passa quando eu lembro do que ele me fez. Ele me traiu, me humilhou... Mas eu não queria vê-lo naquela situação, ele é pai dos meus filhos. Eu preciso saber se ele está bem.

Está quase na hora de Marina trazer os gêmeos, ligo pra ela e aviso que vou buscá-los. Saio do meu apartamento, desço até garagem do prédio e entro no meu carro. Eu não consigo entender por que ver Otávio daquele jeito mexeu tanto comigo, depois de tantos anos...

Paro o carro em frente a mansão e entro, sou conhecida aqui pelos seguranças desde o tempo que trabalhei aqui. Toco a campainha e logo sou atendida pela minha filhota.

- Mamãe! - ela me abraça forte.

- Cadê o Kauê, meu amor? - abraço ela.

- Está lanchando na cozinha.

Entro na casa que eu prometi pra mim mesma que não iria entrar.

- Filha, mamãe vai conversar com o papai, tá bem? Fica aqui. - subo as escadas.

Essa casa continua igual, nada mudou... Paro em frente ao seu quarto e escuto um barulho de choro. Bato na porta, uma, duas e ela é aberta.

- Otávio, você está bebendo. - ele senta no chão e pega a garrafa e toma um gole.

Tomo a garrafa de sua mão, que estava quase vazia. Levo ele até o chuveiro e coloco-o em baixo do chuveiro pra tirar mais o álcool.

Algumas horas depois...

Após algumas horas de conversa com Marina, resolvo subir pra ver se ele está bem. Entro no quarto e vejo ele sentado na beirada da cama com as mãos na cabeça.

- Está se sentindo melhor?

Ele toma um susto ao ouvir minha voz, ele corre pra me abraçar, saio do abraço.

- O que você está fazendo aqui? Você voltou? - um sorriso aparece em seu semblante triste.

- Eu fiquei preocupada, você saiu muito angustiado de lá de casa.

- Você se preocupou comigo? - ele parece surpreso.

- É... Então, você está bem e eu já estou de saída. - sorrio e caminho até a porta.

Sinto sua mão segurar meu braço.

- Fica mais um pouco. - sinto ele se aproximar. - Esse seu cheiro... - ele cheira meu pescoço.

- Otávio...

Suas mãos seguram minha cintura.

- Ah, Manuela, você não sabe o quanto eu sinto sua falta... - ele continua por trás e beija meu pescoço.

- Você sabe que não podemos mais fazer isso. - ele pressiona seu corpo contra o meu.

- Só não podemos se você não quiser. - ele pressiona meu bumbum contra sua intimidade.

Ele me vira rapidamente e vejo seu rosto, ele não envelheceu nada com o tempo, parece que foi ontem que a gente estava nesse mesmo quarto se amando...

- Essa sua boquinha, sinto sede em beija-la.

Ele se aproxima lentamente e me beija. Esse beijo é diferente dos outros, é um beijo com um misto de saudade e desejo. Ele me coloca delicadamente na cama e continuamos nos beijando como se não houvesse amanhã.

A governantaOnde histórias criam vida. Descubra agora