Capítulo Dezenove

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Estou a caminho do consultório médico, ele já está com o resultado em mãos, espero saber logo qual a doença que está me maltratando tanto.

Chego no escritório e logo sou chamada, um nervosismo fora do normal toma conta de mim. Sento na cadeira a frente do médico, esperando os piores resultados.

- Bom dia, Manuela! Como você se sente hoje? - ele analisa minha ficha da semana passada em mãos.

- Bom dia, doutor Douglas! Eu me sinto enjoada, como todas as manhãs, estou um pouco sonolenta, pela noite passada que não dormi bem.

- Tenho aqui os resultados dos exames.

- É muito sério? Quando eu vou morrer?

Ele sorrir.

- Calma, você não pode se alterar tanto, mamãe. Você está grávida! - ele me entrega os resultados.

Fico em choque, paralisada com a notícia, como eu pude? Eu nunca entendi muito bem sobre anticoncepcionais e como funcionam. Um filho, eu vou ser mãe? Eu não sei nem me cuidar, imagine cuidar de uma criança...

O médico me entrega um papel com remédios que eu preciso comprar e fala quando eu devo voltar ao seu consultório.
Saio do consultório e caminho pra casa, parece que meu mundo foi destruído.
Chego rapidamente em casa e sento no sofá preocupada.

Esse bebê não tem culpa, mas eu fui irresponsável. Como eu vou fazer pra sustentar ele e me sustentar depois que eu parir?

Uma pergunta vem em minha mente e gruda igual chiclete. Será que eu conto ao Otávio? Preciso conversar com Marina, mas pra ver Marina, eu preciso ir até a mansão.

Tomo uma decisão que pode mudar o rumo da minha vida, eu vou até a mansão. Pego o resultado do exame de sangue e coloco na bolsa. Chamo um táxi e vou até a mansão.

Alguns minutos depois, eu chego na mansão e logo entro, entro pela cozinha, pois sei que lá vou encontrar ela.

- Marina. - ela vira rapidamente e corro pra me abraçar.

- Você voltou, Manu. Quanta saudades eu tô de você! - ela me abraça.

- Também senti sua falta. - abraço ela.

- Cadê as malas? - ela procura.

- Eu não vim para ficar, preciso conversar com o Otávio e com você.

- Senta, vou levar uma fatia de bolo de cenoura com cobertura de chocolate pra você. - sento no banquinho do balcão que eu sempre sentava.

Ela pega uma fatia de bolo, na primeira garfada, sinto o vômito subindo pela minha garganta. Corro pra área externa e vômito lá mesmo.

- Já sei... - Marina aparece nas minhas costas. - Você só pode estar grávida! - ela bate palmas.

- Como você descobriu? - olho pra ela.

- Eu chutei e acertei. - ela sorrir.

- É, eu vim justamente conversar com o Otávio sobre isso. - suspiro.

- Acho que ele vai ficar super feliz.

- Ele está? - entro na cozinha.

- Está, no escritório, vai lá.

Saio da cozinha e logo subo as escadas pro andar superior, paro na porta do seu escritório e bato.

- Pode entrar! - quanto tempo que eu não escuto essa voz.

Entro e vejo sua reação inesperada, ele vem até mim e me abraça. Não retribuo o abraço, fazendo ele notar a indiferença.

- Senta. - ele senta em sua caseira e eu sento a sua frente.

Entrego o papel a ele que parece não enteder.

- O que quer dizer reagente? - ele coça a cabeça.

- Grávida! - suspiro.

- O que? Como assim? Você?

- Não, a xuxa. - ele sorrir.

- Você está realizando o meu maior sonho, eu vou ser pai! - ele grita como um louco.

Fico sem reação ao ver a reação dele, ele senta na cadeira e vejo seus olhos marejados.

- Você não está feliz? - ele pergunta me olhando nos olhos.

- Esse bebê não foi planejado, mas ok. - levanto da cadeira e caminho em direção a porta.

- Manuela... Pra onde você vai? Onde está ficando? Você está bem? Senta aqui, por favor.

Volto e me sento novamente na cadeira.

- Você está mais magra, não está se alimentando bem?

- Vai fingir que se importa?

- O que eu fiz pra você?

- Ah, Otávio! Vai pra puta que te pariu, você vai se fazer de desentendido?

A porta é aberta e Daniel entra.

- Maninho e sua namoradinha. - ele gargalha alto. - Gostou da surpresa que fiz pra você, cunhadinha? - ele se aproxima.

- Do que vocês estão falando? - Otávio se levanta da cadeira sem entender.

- Foi você! Você que planejou tudo! - levanto da cadeira e encaro Daniel.

- É, fui eu! Gostou? - ele gargalha alto.

- Otávio, pelo amor de Deus, me desculpa! - abraço ele.

- O que você fez, Daniel? - ele me abraça.

- Nada demais, sua amada que vai te contar. - ele sai do escritório e vai embora.

- Otávio, eu achava que você estava me traindo... Eu fui te acordar e te vi com outra... - lágrimas escorrem pelo meu rosto.

- Como assim? Quando eu acordei não tinha ninguém ao meu lado e você tinha sumido. Eu procurei por você, te liguei inúmeras vezes e nada...

- Eu acreditei que você tinha me traído, eu fuji por que não queria conviver com o peso de ter visto você com outra. Eu acreditei que você nunca tinha se quer gostado de mim.

- Manuela, eu gosto de você. Esses dias longe de você foram os mais difíceis...

- Eu entendo... Otávio, eu preciso ir, tenho que trabalhar.

- Pede demissão e volta pra cá, por favor. Deixa eu ficar perto do meu filho, eu não quero passar mais um minuto se quer longe dele ou dela.

- Vou pensar no seu caso.

- Meu motorista te leva.

A governantaOnde histórias criam vida. Descubra agora