Capítulo Vinte e Quatro

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Chegamos em casa após Otávio receber alta. Ele quer ir no quarto dos bebês, eu estava esperando por ele, para decorarmos juntos.

Entramos no quarto dos bebês, seu semblante mudar, vejo lágrimas rolarem em seu rosto.

- Você me deu o melhor presente, o melhor presente que alguém já poderia ter me dado. - ele me abraça.

- Eu quero te mostrar as consultas que você não pôde ir. - saio do abraço e pego o celular pra mostrar os vídeos.

Sentamos no chão do quarto dos bebês e ele começa assistir primeiro vídeo até o último. Ele pausa o vídeo e me olha.

- E se eu não tivesse voltado?

- Nossos filhos saberiam o homem que você foi.

- Ser pai... De dois! - ele me passa o braço no meu pescoço. - Você ficou lindo com esse barrigão. - ele passa a mão sobre ela.

- Eu senti muita falta do seu toque, dos seus beijos, de conversar com você... - apoio minha cabeça sobre seu ombro.

- Sabe o que eu gostaria logo o nascimento dos nossos filhos?

- Não?

- Eu gostaria de me casar com você. - ele beija minha bochecha.

- Pode ser.

- Você não gostou da ideia? Se você não quiser, a gente continua do jeito que está, o que importa é ter você ao meu lado.

- É muito bom ouvir isso vindo de você.

- Tudo entre a gente aconteceu muito rápido, eu perdi uma parcela de tempo ao seu lado. Sabe o que mais me impressiona? É que você não saiu do meu lado um segundo, no meu pior, foi você que esteve comigo.

Marina entra no quarto.

- Eu me emociono toda vez que entro aqui. - seus olhos estão marejados. - Vocês não querem um lanchinho?

- Eu quero, estou com muita saudades da sua comida. - ele levanta e me ajuda a levantar.

- Pode ir, eu vou ficar aqui mais um pouco. - eles saem do quarto e eu permaneço.

Durante todo esse tempo, meu pai não me ligou, nunca me retornou uma ligação. Eu gostaria tanto que ele fosse mais próximo, que ele estivesse comigo. Ele deve saber da minha gravidez pelas revisitas de fofoca. Ele mudou desde o nosso último jantar, ele não me liga, não conversa comigo, sinto falta de ter um pai. No meu aniversário, ele não me ligou, eu passei meu aniversário com o Otávio, no hospital. Otávio é uma das poucas pessoas que eu posso contar.

E o que falar da minha mãe? A falta que ela me faz... Sinto saudades dela todo santo dia, ele foi uma mulher incrível. Eu me espelho nela, ela é um exemplo de mulher e de mãe.
Meu pai está vivo, mas é como se não estivesse...

Sinto as lágrimas escorrerem pelo meu rosto.

Eu sinto falta do abraço dele, de conversar com ele, mas, eu não posso mais fazer nada. Sou sempre ignorada, isso me dói, dói muito.

- Amor?

Otávio entra no quarto.

- O que aconteceu? Por que você está chorando? - ele me abraça.

- Eu só sinto falta de ter um pai presente, ao meu lado.

- Vem, você precisa descansar. - ele me leva para o nosso quarto.

Me deito na cama.

- Vou te fazer companhia, não quero mais sair do seu lado um minuto. - ele deita comigo.

- Obrigada por ficar comigo. - forço um sorriso.

- Eu quem tenho que agradecer, foi você que não saiu do meu lado por um minuto. - ele faz carinho no meu rosto.

Fecho os olhos e caio no sono.

Acordo, olho ao redor e não vejo Otávio, ele deve estar no escritório ou ocupado fazendo algo. Levanto devagar da cama, vou ao banheiro e faço minhas higienes.
Visto um vestidinho que destaca minha enorme barriga e uma rasteirinha confortável. Desço as escadas e vou até a cozinha, está vazia. Na sala também não tem ninguém, decido ir na área externa.

Saio pra área externa e vejo o céu estrelado, também não tem ninguém aqui, cadê Otávio? Disco o número dele. Logo ele atende.

- Oi amor.

- Oi, onde você está?

- No quarto dos nossos filhos, tô admirado com essas roupinhas.

- Estou indo aí.

Desligo a ligação e entro pra área interna. Subo as escadas e logo entro no quarto dos nossos filhos.

- Olha só, que tamanho de roupinha. - ele sorrir.

- É muito linda, né? - pego uma roupinha e também fico admirando.

A governantaOnde histórias criam vida. Descubra agora