Capítulo Vinte e Seis

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Olho pra única babá que passou nos testes de Marina, sim, foi Marina que testou as babás, eu ando muito indisposta, a cesária dói demais, recuperação dolorosa.

Eu não sei o motivo, mas eu não me agradei com essa moça, seu nome é Amanda. Sua energia é pesada, por mais que ele force ser uma boa pessoa, sinto que não é. Guardo meus pensamentos só para mim, Otávio e Marina gostaram da babá.

- Posso pegar o bebê? - ela se aproxima de Kauê.

- É Kauê. - entrego a Kauê, mesmo com meu sexto sentido falando que não.

- Menininho fofo. - vejo ela andando pela sala.

Vejo ela se aproximando de Otávio com um sorriso no rosto, quem ela pensa que é? Ela passa mão sobre o braço do Otávio, o que tá acontecendo aqui? Otávio sai de perto dela e vem em minha direção.

- O que porra foi aquilo, Otávio?

- Eu já cortei as asinhas dela, amor. - ele senta ao meu lado. - Só tenho olhos pra você. - ele me beija.

- Se outra cena dessa acontecer novamente, sinto muito, mas ela vai pra rua.

- Você fica linda assim, com ciúmes.

- Não é ciúmes, é que eu tenho sexto sentido.

- Como funciona isso? - ele me olha com dúvida.

- Deixa quieto. - ouço o choro da Kemily que está com Marina.

- Eu pego ela, pode deixar.

Não sei o que seria de mim sem Otávio e Marina, eles me ajudam muito. Olho pro lado e vejo Kauê dormindo no colo de Amanda.

- Pode colocá-lo no berço, se ele chorar, eu escuto pela babá eletrônica. - vejo Otávio se aproximando com Kemily.

- É a fralda que está precisando trocar, eu vou lá em cima, tá?

Ele sobe com Kemily e logo em seguida Amanda sobe com Kauê.
Eu me sinto cansada, muito exausta, são dois bebês. Eles são tudo pra mim, mas ser mãe é cansativo, só quem é sabe. Limpa bebê, amamenta, limpa de novo, ele cochila e logo acorda, eu no momento não tenho tempo pra absolutamente nada. Agradeço a Deus por ter me dado duas bênçãos, meus filhos são de tudo o que há de bom.

Levanto devagar do sofá e caminho lentamente até às escadas, subo devagarinho e vou até o quarto dos meus filhos.

- Olha como ele está dormindo, parece com você. - Otávio se aproxima.

- Kemily, cadê? - procuro em volta do quarto.

- Amanda foi banhar ela. - aquela sensação ruim toma conta de mim novamente.

- Otávio, me ajuda até o quarto, estou muito cansada.

Ele me ajuda até o quarto e eu deito, amamentar tem sido difícil, eu não tenho leite suficiente pra duas crianças, o que é frustante pra mim. Eu sei o quanto Otávio está me ajudando, mas eu sinto um sentimento de incapacidade, eu gostaria de ter tido meus filhos normalmente, sem ser cesária. A dor da cesária é horrível, eu preciso do Otávio constantemente.

- Posso ficar com você?

- Pode. - ele deita ao meu lado.

- Você tá se sentindo melhor? - ele beija minha mão.

- Sim. - forço um sorriso.

- Eu sei que não vem sendo fácil, mas, você mais do que ninguém sabe o quanto é gratificante ver os nossos bebês bem.

- É, eu sei.

- E eu sei que você anda cansada, que você sente dor, mas vai ficar tudo bem, eu estou aqui e vou cuidar sempre de você.

- Obrigada por tudo! - beijo sua testa.

- Sou eu quem agradeço por ter você ao meu lado, você me faz feliz.

- Fico feliz em saber. - forço um sorriso.

Fico em silêncio, pensando sobre minha relação com Otávio. Ultimamente eu só tenho dúvidas, sobre tudo. Otávio nunca deixou claro o que temos, se é um lance, um romance ou sei o que seja.
Ele não teve uma atitude se quer para me pedir em namoro, eu não vou implorar por isso.

Várias coisas ruins se passam pela minha cabeça, insegurança e medo tomam conta de mim, por que estou assim? Sentimentos tão ruins fazem parte do meu dia a dia. O cansaço está me fazendo imaginar coisas.

A governantaOnde histórias criam vida. Descubra agora