Capítulo Trinta

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Boa leitura!

Hoje meus filhos fazem três anos, há dois anos, cá estou eu, com um emprego novo de professora, com meus filhos correndo pela casa. Kauê e Kemily são uns amores, eles são o melhor presente da minha vida.

Hoje é dia do Otávio vir buscar eles, eles já estão arrumados, esperando o pai. Me sento no sofá e vejo eles tão felizes por terem ganhado presente, brinquedos novos.

- Papai já vem? - Kemily pergunta.

Ouço a campainha tocar, abro a porta e vejo Otávio. Aquela sensação "não sinto mais nada", é tão bom, né?

- Você tá cheirando a cigarro. - ele entra.

É, desenvolvi esse vício com o passar dos tempos.

Continuo em silêncio e vou até a varanda, pego a carteira de cigarro que estava no bolso da minha calça e pego um cigarro, acendo..
Eu não consigo mais me apaixonar por ninguém, minha vida mudou muito, desde que eu descobri o que Otávio fazia pelas minhas costas. Eu não saio pra balada, não tenho amigos, vivo sempre em casa com meus filhos. Minha única saída é a escola, que dou aula, mas ultimamente nem ir dá aulas eu estou conseguindo. Eu tenho crises de ansiedade com muita frequência, tenho crises de pânico e depressão.
Minha aparência foi o que mais mudou, eu emagreci oito quilos só neste ano. Tenho muita dificuldade pra comer, só durmo na base de remédios.

- Eu não gosto te de ver assim. Você tá muito magra, você está com muita olheira e com aspecto de cansaço. - sinto a presença de Otávio. - Se eu soubesse que te faria tanto mal, nunca teria entrado na sua vida.

- Eu não pedi sua opinião. - continuo olhando pra vista da varanda.

- Eu me importo, você é a mãe dos meus filhos. - sinto sua mão sobre meu ombro.

- Se você, ousar me tocar, eu juro que te mato. - apago o cigarro no chão e entro.

- Papai, a mamãe tava cholando mais cedo. - olho pra Kauê e não acredito que ele está fofocando.

- Manuela... - ele cruza os braços.

- Kauê, vem aqui com a mamãe. - sento no sofá e chamo ele.

Ele vem e para na minha frente.

- Você não pode sair por aí falando da vida da sua mamãe, tá bom? - dou um beijo em sua bochecha.

- Manuela, eu quero conversar com você. - ele senta no sofá. - Eu tô preocupado de verdade.

- Otávio, eu não quero saber da sua preocupação ou das suas conversas. Poupe suas palavras, de você, eu quero distância. - levanto do sofá.

- Isso é uma atitude muito infantil da sua parte, se passaram anos, Manuela.

- Só eu sei o que eu passei, não venha julgar minhas atitudes. - confiro se está tudo certo na bolsa dos meus filhos.

- Acho melhor eu ir embora. Vamos, filhos? - ele pega as bolsas que estão sobre os banquinhos do balcão.

Abro a porta pra que ele passe com os meus bebês, eles cresceram tanto, tão rápido...

- Tchau, meus amores, mamãe ama muito vocês! - beijo as bochechas gordinhas.

- Manu, se cuida e... - fecho a porta em sua cara, assim como ele fez naquela ligação.

Sento no sofá, olho ao redor e já sinto falta dos meus bebês, eles animam essa casa
Pego umas bolachas sem recheio pra comer.
Lembro o quanto Kemily gosta dessa bolacha, ela sempre pede no mercado dessa.

A governantaOnde histórias criam vida. Descubra agora