Capítulo Vinte e Dois

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Acordamos cedo com um barulho de som, dois dias que não dormimos direito, Carol está fazendo o que pode pra acabar com o nosso sossego.

Tomamos um banho juntos, Otávio se veste pra ir ao trabalho e eu me visto com roupa normal, vou trabalhar de casa. Eu estou trabalhando com investimentos, estou multiplicando o dinheiro da empresa do Otávio.

- Quem a Carol pensa que é pra acordar a gente assim? Ela vai me ouvir! - Otávio desce as escadas e eu o sigo.

Ele desliga o som e ela gargalha alto.

- Trago seu dinheiro hoje mesmo. - ele sai pela porta bravo.

- Vai pegar uma cerveja pra mim. - ela se joga no sofá.

- Se quiser, levante e vá pegar, não sou empregada.

Saio da sala e vou para cozinha tomar café. Tomo um café rápido e logo vou para o escritório do Otávio, eu tô trabalhando por lá.

Passo o dia inteiro trabalhando, Marina veio várias vezes trazer lanchinhos pra mim. Olho no relógio e vejo que são 20:37h. Se Otávio não apareceu aqui, não deve ter chegado, vou ligar pra ele.

Disco o número e logo ele atende.

- Oi, meu bem.

- Oi, Otávio posso saber onde você está?

- Tive que ficar até mais tarde pra conseguir transferir esse dinheiro pra Carol, daqui a dez minutos estou chegando em casa. Já transferi o dinheiro pra conta dela, em mãos iria demorar muito tempo.

- Entendi.

- Daqui a dez minutos eu tô chegando, tô no trânsito, se cuida, te amo.

Ele desliga a ligação.

Ele falou que me ama, essa é a primeira vez. Isso mexeu tanto comigo, ele falou que me ama....

Continuo fazendo alguns investimentos até o sono bater, olho no relógio e passou-se muito mais de dez minutos, já são 01:43h. Saio do escritório e vou até o quarto, Otávio não está lá. Desço as escadas e olho na sala, cozinha, área externa e não encontro.

Ligo novamente pra ele. Ligo uma, duas, três, quatro, inúmeras vezes e ele não atende, começo ficar preocupada com essa demora, ele nunca demora tanto assim.

Vou até a cozinha pegar um copo de água.

- Manu! - olho pra trás e vejo Marina.

O que ela está fazendo aqui essas horas?

- O que aconteceu Marina? O que você está fazendo aqui a essas horas? - coloco o copo sobre o balcão.

- O Otávio sofreu um acidente! - sinto minha pressão baixar. - Vamos, Manu! - ela me puxa pelo braço.

Entramos em um carro que nos leva até o hospital que o Otávio está.
Após alguns minutos, paramos em frente ao hospital, desço correndo, estou desesperada por notícias.

- Moça, Otávio Junqueira. - a recepcionista me olha e tecla no computador.

- Ele acaba de sair de uma cirurgia, está na unidade de tratamento intensivo.

- Posso vê-lo?

- No momento não. - olho pro lado e vejo Marina. - As senhoras podem esperar sentadas ali. - ela aponta para as cadeiras. - Quando tivermos notícias sobre o caso do senhor Otávio Junqueira, avisaremos.

Caminhamos até a cadeira e sentamos.

- Marina, eu quero vê-lo, eu preciso! - choro desesperadamente.

- Calma, Manu! Vai dá tudo certo! - ele apoia minha cabeça sobre seu ombro.

- Eu não tive tempo pra demonstrar todo o meu carinho e afeto por ele, ele falou que me amava... E se isso for uma despedida? - não consigo controlar minhas lágrimas.

- Você precisa ser forte, Manu. Quando Otávio acordar, ele vai querer te ver bem e você também tem que pensar no seu bebê.

- Marina, como eu vou pensar em mim? Ele está lá todo mal e como eu vou pensar em mim? - coloco minhas mãos no rosto.

Algumas horas depois.

As horas se passam e eu não tenho nenhuma notícia dele, o desespero e a angústia tomam conta de mim. Olho pra parede e vejo um relógio, são 06:54h. Nenhum médico até agora veio nos justificar o que aconteceu ou como ele está.

Eu não consigo parar de chorar, não consigo parar de pensar um minuto se quer nele, eu não consigo.

- Família do senhor Otávio Junqueira?

- Ando rapidamente até o médico, junto com Marina.

- Bom... - meu coração acelera. - O senhor Otávio está em coma, sinto muito informá-las sobre isso.

Eu não conseguia mais ficar em pé, caio ajoelhada no chão, é muita notícia ruim.

- Calma, senhora. - o médico ajuda Marina a me levantar.

- Manu, você precisa se acalmar, você está grávida! - Marina me senta em uma cadeira.

- Melhor a senhora sentar também. - ele pega a prancheta e observa. - Vocês podem visitá-lo.

Me informo na recepção o andar e o número do quarto em que Otávio está.

Após subirmos muitos andares, chegamos no andar de Otávio, quarto 408. Caminho até a porta e abro.
Me dói ver ele naquele estado, mas o que me acalma é estar perto dele, poder tocar sua pele, que está toda arranhada e sua cabeça enfaixada.

Marina foi na mansão buscar umas roupas pra mim, eu vou ficar com ele, não vou sair do seu lado.

- Você sabia que eu também amo você? - faço carinho em sua mão. - Você deve tá bem estranho sem essa faixa, deve estar careca.

Sorrio sozinha.

- Amanhã eu vou descobrir se estamos esperando um menino ou uma menina. Eu adiei tanto essa momento, demorei tanto pra fazer a primeira ultrassom. Eu gostaria que você estivesse lá comigo, mas eu vou filmar tudo, pra quando você acordar assistir.

Ligo a tv do quarto.

- Olha, você sabia que eu não vou sair do seu lado um minuto? Se você estiver me ouvindo, vai enjoar da minha voz.

Sorrio.

A governantaOnde histórias criam vida. Descubra agora