001; O problema da família

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ZAYA TORETTO

JOHN B estralou os dedos na minha frente e eu respirei fundo desviando o olhar para o seu machucado, com cuidado realizando movimentos para limpar toda a área
lesionada.

— O que foi? — ele perguntou. — Depois do que eu falei você ficou estranha.

— Você sabe que Dominic Toretto é meu avô, não sabe?

— Eu não vou fazer nenhum mal para ele. — afirmou. — Eu só quero entender o que aconteceu, e correr com ele para ter a reputação do filho do Braga de volta.

— Você é filho do Braga?

— Eu sou.

— Uau, minha família me contou quem esse cara é. — respondi. — Podemos fazer um trato, John B?

— Podemos.

— Não vamos nos culpar ou nos xingar por causa do que as nossas famílias fizeram, fazem ou vão fazer. — argumento.

— Eu acho isso perfeito, Zaya.

Sorrio e continuo limpando o machucado, ele respira fundo e murmura um palavrão me fazendo rir fraco e continuar com toda a atenção no ferimento. Termino de limpar toda a sua pele e jogo as gazes e algodões no lixo, coloco uma última gaze no ferimento e um esparadrapo, tudo isso foi feito em silêncio, não falamos nada um com o outro. John B ficou de olhos fechados o tempo inteiro, e eu também não questionei ou fiquei falando no ouvido dele, o mesmo deve ter muita coisa na sua cabeça, e não é legal alguém ficar falando conosco quando só queremos ficar sozinhos.

— Terminou? — ele perguntou.

— Sim. Eu posso ver se está tudo livre para você descer.

— Tem certeza?

— Zaya, por que trancou a porta? — escuto a voz do meu irmão no corredor. — Eu preciso falar com você.

— Eu já vou! — exclamo. — Vai pro meu closet. — sussurro.

John B respirou fundo e foi para o pequeno local que eu citei, organizo as coisas e abro a porta, meu irmão entrou no quarto, e sentou no pequeno sofá perto da janela
colocando as mãos no rosto me deixando completamente preocupada com o mesmo, fecho a porta e me abaixo na sua frente vendo as lágrimas caírem de seus olhos.

— O que houve, Henry? — indago.

— Eu estou me sentindo sufocado, Zaya. — respondeu, e eu me sento no chão o olhando. — O vô Dom falou comigo hoje, e ele disse que me ama, e eu não consegui falar de volta, parece que tem algo que me trava... É uma dor enorme dentro de mim.

— Por conta de tudo que aconteceu com você quando a mamãe estava grávida? — pergunto.

— É... Você sabe que eu tenho essas inseguranças.

— Olha, eu posso te ajudar, o papai também não me dá muita atenção, e quem me dera se eu ouvisse um "eu te amo" dele.

— Você entende?

— Entendo. — pego na sua mão. — Tudo o que está acontecendo com você, é fruto de um trauma que foi criado dentro de ti, e isso não pode te dominar, eu vou te ajudar, tá?

— Você é a melhor de todas. — sorriu fraco. — O pai tá te chamando, parece que vamos pra casa do tio Dom.

— Ah, é? — olhei para o closet. — Avisa que eu vou depois, tá?

— Você quem sabe. — respondeu. — Vou indo pra avisar a Rachel, depois volto.

— Não, pode ir direto. — falei. — Eu vou descansar um pouco, e depois eu vou.

ENTRE PESADELOS ; velozes e furiosos.Onde histórias criam vida. Descubra agora