037; Acreditar

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A sala de reuniões do prédio da polícia inteligente foi tomada por jovens e adultos da família Toretto, a chuva continuava caindo do lado de fora de forma violenta, e era o único som que invadia o pequeno espaço que todos estavam. Zaya tinha um olhar vazio encarando o pai, sentado a sua frente, ele também olhava para a menina, Arya tentou se aproximar da filha e deitar a cabeça dela apoiada em seu colo, mas a jovem se afastou bruscamente empurrando a cadeira e passou a mão em seu cabelo.

John B respirou fundo e caminhou até a menina a envolvendo em um abraço deitando a cabeça dela em seu peito, não houve contestações da parte da jovem, ela deixou o rapaz a abraçar, logo, colocando a mão em sua boca abafando um grito de dor, e aquilo fez Henry passar a mão em seu cabelo e olhar para Dom. 

— Você deu a ideia. Está satisfeito com todo o sofrimento que faz ela passar? — perguntou. 

— Era por pouco tempo, precisávamos de tempo para abater o ataque terrorista e da polícia que queria prender o Brian. — respondeu Toretto. — Zaya, por favor, perdoa a gente. 

— Não! — ela negou com a cabeça. — Pai... Eu vi você explodido naquele barco, eu sofri todos os dias por sua morte, se todo mundo sabia, por que eu não fiquei sabendo? Por que ninguém me contou?! Por que?! 

— Não tivemos tempo para isso! — exclamou Dom. 

— Não grita comigo! Você não tem esse direito! Ninguém tem o direito de gritar comigo ou falar alto comigo! — berrou batendo na mesa, empurrando alguns objetos para o lado. — O que mais vocês querem de mim? Querem que eu fale o que? Que eu fique parada?! Eu estou cansada disso! De vocês... Eu odeio isso tudo. 

— Zaya! — o seu pai elevou o tom de voz, e ficou de pé no mesmo instante. — Eu só queria proteger você, como quero proteger seus irmãos e a sua família! 

— Você queria se proteger! — gritou. — Eu não vou ficar um minuto a mais aqui... Eu preciso de um banho, e de... Um tempo, eu quero ir embora. — ela olhou para John B. — Posso ficar no Castelo um pouco?

— Pode. — passou a mão no cabelo dela. — Eu te levo até sua casa, pega as suas coisas e ficamos lá. 

—  O pai dele está lá, é perigoso. — falou Arya. — Não confiamos no Braga. 

— E eu não confio em vocês. — dito isso, a garota saiu da sala.

Desde pequena, Zaya sempre foi tratada como prioridade, todos queriam protegê-la de todo o mal, e ficaram focados em mantê-la segura, mas não conseguiram fazer isso de forma limpa, eles jogaram sujo quando decidiram simular a morte do pai dela, e ainda mais sujo quando não contaram que era apenas um plano para despistar a polícia por um tempo. Não havia jogo limpo.

Após pegar itens necessários em sua casa, Zaya entrou na kombi de John B e ele dirigiu até a casa que ficava no lado Pogue de Los Angeles, o lado onde pessoas têm poucas condições financeiras, mas sempre trabalham pelo pouco que têm direito, e ajudam todos que podem. Não há distinção entre eles, mas há entre os Kooks —, como a família Toretto. 

— Eu não sabia. — falou o garoto enquanto dirigia. — Eu juro que não sabia de nada, muito menos que ele estava vivo. 

— Por que acha que eu estou aqui com você? — ela falou. — John B, você foi a única pessoa que não mentiu para mim.

— Me desculpa por não ter esboçado nenhuma reação por conta da morte do Brian, mas você precisa entender o meu lado, ele acabou com a minha vida. — respondeu. — Eu juro que queria te abraçar e falar que estava tudo bem, mas eu não conseguia sair do lugar. 

ENTRE PESADELOS ; velozes e furiosos.Onde histórias criam vida. Descubra agora