024; O que acontece em Anaheim, fica em Anaheim

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JOHN B

Minha culpa.

Tudo o que eu conseguia pensar quando vi a Zaya sangrar, era nisso. Que tudo era minha culpa, minha mente me acusava de várias coisas naquele instante, mas eu não podia deixar os pensamentos negativos dominarem o meu pensamento. Respirei fundo pegando a bandana que estava ao redor do meu pescoço, e entrego para ela que suspirava devagar, por conta da dor que sentia.

— Você precisa pressionar, ok? — oriento.

O sangue escorria da lateral de sua barriga, onde o tiro se encontrava. O shorts jeans rapidamente foi dominado pelo líquido vermelho, olhei para trás e vejo que o mato nos rodeava, e teria de pensar em algo rápido para evitar que tudo piore para o lado dela.

— Vai doer, mas eu preciso que você pressione, para estancar o sangramento. Temos que estancar, eu vou ligar para a Patterson. — peguei o celular de dentro da mochila.

— Pensei que tivesse devolvido.

— Esse aqui é para emergências, ela me deu enquanto você dormia no barco.

Patterson não demorou muito para atender, respirei fundo vendo minha menina passar a mão no cabelo enquanto soltava o ar devagar.

— O que aconteceu?

— O Rafe atirou na Zaya. Conhece algum médico que pode nos ajudar?

— O que?! Tá... Tem um médico na rua quinze, ele pode ajudar vocês. Eu dei o seu contato para ele se acontecesse algo, é só apertar a campainha que vai dar certo.

Desliguei a ligação e comecei a dirigir como se minha vida dependesse disso, e de fato dependia, não posso deixar minha menina morrer por conta do que eu fiz de errado. Acelerava feito um louco pelo asfalto enquanto ouvia as inúmeras buzinas dos demais motoristas que queriam chamar a minha atenção.

Olhei para Zaya que estava fechando os olhos, mas fazia de tudo para se manter acordada. Acelerei com mais precisão, certamente eu não conhecia a rua quinze, mas tudo em Anaheim é dividido por blocos, então será fácil chegar nela.

Alterno meu olhar entre a rua e Zaya que deixava as lágrimas caírem de seus olhos, vejo uma placa com o número 15 presente nela, e viro com velocidade na esquina escutando o barulho do pneu. Estaciono em uma rua e ignoro o movimento, desço do carro e vou até Zaya abrindo a porta para ela que se apoia em mim, passo o braço por sua cintura a ajudando a andar.

— Sabem onde o médico está? — pergunto para um casal que estava espantado ao nos ver.

— Lá dentro. — o homem respondeu.

O sangue já preenchia a coxa de Zaya que se apoiou na parede enquanto eu apertava inúmeras vezes a campanhia implorando a Deus para que o idiota lá dentro escute o barulho e abra o portão elétrico com rapidez.

O portão logo se abriu, sorrio fraco e empurro a entrada pegando Zaya no colo. Não ia deixar ela andar nem por mais um minuto, ela respira fundo deitando a cabeça em meu peito e observo o seu estado. O sangue não parava de escorrer e suas lágrimas caíam com mais frequência de seus olhos.

— Venham logo. — falou o médico, fechando o portão. — É logo ali na frente, na porta da garagem.

O lugar passava longe de ser um consultório médico, parecia uma garagem velha. Havia somente alguns aparelhos médicos no canto da parede junto de uma maca hospitalar, não hesitei em colocar minha namorada deitada no velho colchão enquanto o médico se aproximava.

O sangue estava presente em toda lateral da barriga de Zaya e também na sua coxa esquerda, nossas mãos foram preenchidas pelo sangue e o meu organismo era predominado pelo maior desespero por ver minha menina daquele jeito, as lágrimas escorriam de seus olhos enquanto a sua face era dominada pela palidez.

ENTRE PESADELOS ; velozes e furiosos.Onde histórias criam vida. Descubra agora