027; Adeus, mãe

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ZAYA TORETTO

Chris virou o carro com rapidez em uma rua esteita fazendo meu corpo atingir a porta do meu lado, tentei me ajeitar, porém não serviu de nada, pois novamente ele teve de virar outra rua mais estreita do que a anterior.

Após ele matar alguns soldados e me esconder em um baú para me proteger, continuamos nossa fuga —, vamos deixar de lado a parte que ele me esqueceu dentro do baú e teve de voltar e eu quase soquei a cara dele até o sangue escorrer de seu nariz.

Agora estamos em um carro, em uma pedreira abandonada, com milhares de veículos nos seguindo, respirei fundo olhando para trás e quando voltei o meu olhar para frente, agarrei o braço de Chris o fazendo me olhar.

— Ali é o que eu estou achando que é?

— Relaxa, eu sei para onde estou indo.

Ele continou acelerando, olhei para trás e vi os carros pararem bruscamente causando a dominação da poeira no ambiente. Um arrepio preencheu meu corpo quando percebi que estávamos em uma queda livre, abro a porta do carro e olho para a grande quantidade de água que esperava atingir meu corpo em poucos minutos.

Não demorou muito para o carro atingir o rio, e logo aconteceu o mesmo comigo, tentei voltar a superfície o mais rápido que pude e quando consegui, puxar o ar com força olhando ao redor e vendo Chris nadar na minha direção.

— Primeiro me abandona naquele baú gigante, e agora me joga no meio de um rio, olha aqui, você... — fui interrompida quando ele jogou água em meu rosto. — Não fala mais comigo.

Começo nadar até a beira da água, me sentando no lamaçal que havia ali, olhei para trás e vejo a cabana de John B. Me levantei e sorrio ao ver Kiara e Meadow nos encarando confusas, minhas primas correm até mim e me envolvem em um abraço e eu retribuo com força respirando fundo aliviada.

— O que houve com você? Estávamos preocupados. — diz Meadow.

— Sandstorm nos pegou. — contou Chris. — Mas conseguimos fugir, eu notei que aquele caminho dava para a casa do John B, e sabia que eles não iriam nos seguir.

— Como teve tanta certeza? — pergunto.

— Eu ouvi a Eleanor dizer que não quer chegar perto dos jovens, mas isso não impede ela de ir até os adultos. — fala. — Vou voltar para casa, explicar o que está acontecendo. Vai ficar bem aí?

— Vou sim.

Andei até ele o envolvendo em meus braços enquanto suas mãos acariciam minhas costas com firmeza, sorrio fraco e nos afastamos. Chris se despediu de nós e caminhou mata a dentro, possivelmente indo em direção ao seu carro que se localizava estacionado em alguma parte perto da cabana de John B.

Soltei o ar com calma e olhei para as meninas que me encaravam com curiosidade, entramos para dentro da casa e eu expliquei tudo o que aconteceu para todos, e decidi ligar por vídeo para os adultos da família reforçando horas depois o que foi dito por Chris que obviamente contou primeiro do que eu. Não medi esforços para segurar as lágrimas, obtive sucesso para ter a aparência de menina forte.

DIAS DEPOIS

Estava sentada no sofá de frente para a janela, observando a chuva caindo de forma violenta quando alguém sentou do meu lado chamando toda a minha atenção. Respirei fundo olhando para o meu irmão que sorriu fraco analisando meu rosto.

— No que está pensando? — perguntou.

— No John B. — respondi. — Quando estávamos fugindo, ele cuidou tão bem de mim, ele me trouxe à vida novamente quando levei o tiro de Rafe, e eu não posso fazer nada para tirar ele da cadeia e interromper a sentença de pena de morte. — naquele momento eu me situava debulhada em lágrimas enquanto passava as mãos em meu rosto na tentativa de limpá-las. — Por favor, me diz que isso é um pesadelo, e que quando eu acordar amanhã, ele vai estar comigo.

ENTRE PESADELOS ; velozes e furiosos.Onde histórias criam vida. Descubra agora