010; Baile de boas vindas

192 15 19
                                    

ZAYA TORETTO

— Você fugiu? — perguntou Chris, parando o barco em uma parte do pantano. — Eu pensei que tinham deixado você vir. 

— Não deixaram. — respirei fundo, passando a mão no rosto. — Eu fugi pela mesma janela que você entrou.

— Entendi. — respondeu. 

— Eu não sei o que fazer. — coloco uma mecha de cabelo atrás da orelha. — Eu sei que sou a errada, e vivo escondendo coisas sérias da minha família, e estou no meio do mangue com um desconhecido que pode me matar, mas quero muito acabar com isso. 

— Em primeiro lugar, eu não vou te matar. E em segundo lugar, lamento te dizer, mas está fazendo a coisa certa do jeito errado. 

— Eu sei. 

— Vou te levar de volta para casa. 

— Por que me trouxe para cá? — pergunto. — Se pretende me levar embora. 

— Por que me beijou, Zaya? — ele arqueou uma das sobrancelhas. — Eu quero muito entender. 

— Eu não sei porque te beijei, tá? Eu só beijei, você não beija quando sente vontade de beijar, daí você beija. — falei, e ele riu jogando a cabeça para trás. — Acho que é melhor voltar para casa. 

— Você que manda. 

CHRIS estacionou a moto perto da minha casa, respirei fundo descendo da garupa e olho para o loiro que passou a mão no cabelo encarando a rua com inúmeros carros, inclusive a Kombi de John B. Olhei para ele e cruzei os braços na altura do peito. 

— Você tem o meu número, agora sabe qual atender ou para qual ligar. — falei.

— Sim. — sorriu fraco. — Se cuida, Zaya. 

— Se cuida, Chris. 

Coloquei minha mão no seu rosto te dando um selinho demorado, sentindo a mão dele acariciar a minha cintura. 

— Avisa quem quer que for, que eu devolvo a moto. — falou. 

— Pode deixar. 

Ele se afastou, fui até minha casa abrindo a porta e vendo todos reunidos ali, minha mãe que estava apoiada na parede respirou aliviada passando a mão na cabeça. Deixei meu celular em cima do balcão e Henry negou com a cabeça olhando disfarçadamente para o lado, carreguei meu olhar para o lado que ele apontou e percebo que Rafe estava com a gente. 

— O que ele tá fazendo aqui? — pergunto. 

— Onde você tava, Zaya? — minha mãe devolveu a questão. — Eu fui nos hospitais, liguei para a polícia, até no mangue eu fui para ver se o seu corpo não estava boiando. Então, me fala onde você estava?! 

— Com o Chris! 

— E quem é esse? — perguntou Deckard. — Queremos a verdade.

— Ele é um cara mais velho, estou me relacionando com um cara mais velho. — falei. 

A maior mentira que eu inventei para toda a minha família, percebi a decepção deles no olhar, e eu também estava muito decepcionada comigo, de fato me relacionava com um homem mais velho, era o que os beijos que dei a ele davam a entender. Respirei fundo passando a mão no rosto e coloco as mãos na cintura. 

ENTRE PESADELOS ; velozes e furiosos.Onde histórias criam vida. Descubra agora