008; Me diga mentiras bonitas

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ZAYA TORETTO

Observei o rosto do garoto atentamente por alguns segundos. Rafe possuía olhos azuis e o cabelo loiro, ele também encarava meu rosto ansiosamente, talvez esperasse que eu o reconhecesse.

— Não, acredito que não o conheça. 

Dei de ombros e voltei meu olhar para o sanduíche que estava em meu colo, Rafe sentou-se ao meu lado e retornei meu olhar para o mesmo novamente.

— Bem, eu conheço você. Acho que todos nesta cidade conhece Zaya O'Conner. — seus lábios se curvaram em um sorriso contido. — Onde estão seus amigos? 

— Estão por aí. — respondi vagamente, mordendo um pedaço do meu sanduíche para evitar falar com o garoto. 

— E por que eles te deixaram aqui sozinha? Tipo, você é nova aqui e não conhece direito o colégio. 

Franzi o cenho e o olhei, o garoto estava realmente fazendo-me muitas perguntas. 

— Eles não me deixaram sozinha. — falei já entrando na defensiva, mas forçando-me a continuar tranquila. — Apenas me sentei aqui para respirar melhor. 

— Sabe, Zaya... — Rafe começou, mas se interrompeu abruptamente quando uma sombra recaiu sobre nós.

— Zaya! — Kie parou ao nosso lado e me olhou. — Estava procurando você. 

— Eu estava só aproveitando um pouco o sol. — falei e me levantei, aproveitando a oportunidade para dar o fora dessa situação estranha. — Eu vou procurar o resto do meu pessoal. 

— Certo... A gente se vê por aí, Zaya. — Rafe se levantou e eu acenei, entrelaçando meu braço no de Kiara e saindo rapidamente dali.

— O que foi aquilo? — perguntou Kie. — Ele estava importunando você?

— Como assim todo mundo me conhece? — questionei, lembrando das palavras de Rafe. 

— Zaya, os nossos pais são ilegais. — respondeu. — Todo mundo sabe quem somos.

— Não... — murmuro, parando de andar. — Ele não falou de um jeito legal, não. Parece que sabe de alguma coisa que eu não sei. 

Saímos da escola, e vejo Rafe entrar em um Mustang Shelby GT350 de 526 cv no motor V8, tento decorar a placa, mas não consigo, vejo Deckard parar o carro na nossa frente, e Kiara entrou no veículo. Olhei para ela que deixou a porta aberta, respirei fundo entrando no automóvel. 

— Deck, me deixa na casa do Hobbs, por favor? — perguntei. 

— Ele está no prédio da polícia. 

— Perfeito, me deixa lá, por favor. 

— Posso te ajudar em algo? Aconteceu...

— Não. — o interrompo. — Só faz o que eu pedi. 

— Ok. — murmurou. 

O caminho foi tranquilo, me despedi dos dois pegando minha mochila vendo o carro se afastar, entrei no prédio e me apoio no balcão olhando para a moça que me encarou e sorriu fraco. 

— Como posso te ajudar? — perguntou. 

— Eu quero falar com Luke Hobbs, por favor. 

— Ele vai ser notificado da sua presença. 

— Obrigada. 

Fiquei vinte minutos andando de um lado para o outro na sala de espera, até que a recepcionista avisou que eu poderia subir, respirei fundo olhando para Luke que deixou uma papelada cair sobre sua mesa e sentou na sua cadeira. Ele me olhou e sorriu fraco, deixo minha mochila no canto da sala e fecho a porta, junto das persianas. 

ENTRE PESADELOS ; velozes e furiosos.Onde histórias criam vida. Descubra agora