029; Recomeço

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ZAYA TORETTO

— Eu avisei que era perigoso eles estarem por aí sem proteção, qualquer um podia chegar na cabana e matar o grupo todo. — falou tio Roman andando de um lado para o outro, na casa de Dom. — O meu filho estava lá, e eu insisti para ele voltar, mas o lance de "Pogue para sempre", vai acabar matando-o e...

— Vamos voltar. — o interrompi, e todos me olharam. — Percebemos que estamos em desvantagem agindo separado, vamos voltar para casa.

Depois de voltar para a Cabana de John B, e conversar com os jovens, concordamos que era momento de perdoar os nossos pais e voltar para a casa, e darmos um jeito juntos no grupo terrorista que tanto nos assombra. O meu corpo era rodeado pelo de John B que procurava me aquecer diante do frio que eu sentia por estar gelada e completamente molhada por conta do ataque de Rafe, Letty me entregou uma toalha que também ajudava a me manter quente, porém, eu continuava com um frio absurdo.

Minha mãe ao ouvir o que eu acabei de falar, deixou que o brilho predominasse o seu olhar, e se aproximou de mim com cautela, me afastei de John B e fui até ela a abraçando e sou retribuída no mesmo instante, eu senti a falta dela, e por mais que a dor ainda compareça em meu coração, preciso ser inteligente e perceber que o lugar mais seguro, é com a família.

— Você não sabe como eu estou feliz por escutar isso, meu amor... — ela beijou a minha testa.

— Vai ser muito bom te ter de volta, Zaya. — meu pai disse.

— Não estou fazendo isso por você. — argumento, me afastando da minha mãe.

— Pensei que tivesse perdoado tudo o que aconteceu, foi o que a Kiara disse para a Letty, ou estou errado?

— Eu perdoei, mas não esqueci, Brian. — afirmo. — O que? Achou mesmo que tudo ficaria bem? Claro que não, você ajudou na busca pelo John B...

— Tudo o que eu fiz foi porque eu precisei, e fiz por você também.

— Não, por mim não. — soltei um breve riso irônico. — Você foi ameaçado, eu entendo. Mas o seu histórico de esconder coisas da família é grande, começando pela Rachel.

— Ei, não me mete na história não. — minha irmã falou. — Você sabe muito bem que o nosso pai não teve escolha.

— Não é muito bem isso. — disse Henry. — Por exemplo, a Felícia e eu. Quando entramos para o Nerve, e ficamos em apuros, demorou, mas pedimos ajuda.

— Ah, agora você quer comparar um jogo idiota com a relação de vida e morte do menino que a Zaya namora? — ela perguntou.

— Jogo idiota que destruiu a minha vida, se te interessa saber. Mas é claro que não interessa, porque tudo que vai contra o Brian, vai contra você também. E ninguém suporta mais o jeito que você defende o seu papai, e depois finge que tem problema quando na verdade está saindo com o Rafe Toretto! — meu irmão afirmou.

— Você está saindo com o Rafe? — demorei a perguntar.

Parecia que mil facas rasgavam o tecido da minha pele, tudo caiu como um balde de água fria em meu corpo, tudo o que eu sabia sobre a realidade da minha família, foi o que me falaram de forma superficial, nada foi aprofundado desde que voltei, e desde John B teve a sua liberdade concedida.

A sala ficou um silêncio total. Desde pequena eu sempre fui apegada com o meu avô Dom, e sabia que ele sempre tinha o que falar para ajudar em situações como aquela, mas nem ele sabia o que proclamar. Afinal, não era qualquer garoto que Rachel estava se relacionando, e sim um garoto, que acabou com a nossa família, e acima de tudo, assassinou o Ninguém.

Me sentei ao lado de John B e segurei a sua mão, percebi que o mesmo tremia, tenho a impressão de que somente dele ouvir o nome do garoto o trauma voltava a consumir o seu corpo, não era medo, mas sim, ódio. Conheço o meu namorado o suficiente para saber que ele tem vontade de matar Rafe, por tudo que o fez passar.

— Eu preciso falar sobre isso? — perguntou Rachel.

— Você por acaso sabe o mal que ele fez para mim? — John B devolveu a pergunta.

— Ele foi manipulado pelo pai, porque...

— Ele atirou na sua irmã. — ele a interrompeu. — Ela morreu na minha frente, e eu consegui contornar a situação e trazê-la de volta a vida. Não o Rafe, eu. E mesmo depois de tudo, você ainda tem coragem de defender ele?

— John B, fica calmo. — pediu minha mãe. — Todo mundo sabe que o que você passou não é fácil, mas o seu conflito de interesse...

— O meu, o quê?! — ele afirmou. — Meu conflito de interesse? Ah, claro. Falta você falar que foi a minha culpa da Zaya ter se afogado naquela tempestade, e isso justifica a sua filha namorar o melhor cara do mundo.

— Eu concordo. — falei. — O John B não tem culpa do que aconteceu comigo, e eu quero que saibam que naquela tempestade eu falei que preferia morrer a ficar sem ele, e isso ainda é minha ideia principal. E se alguém for contra isso, faça igual a Rachel, namore com o inimigo.

Três Meses Depois.

— O que vão fazer nas férias? — perguntou Kiara, observando o mar, assim como todos. — Ficar aqui? Olhando o mar, ou procurando algo promissor?

— Não dá para acreditar que ficamos tranquilos esse tempo todo, sem nenhum ataque do grupo terrorista, ou de qualquer outra pessoa. — respondeu John B, acariciando meu braço, já que estava sentada entre as suas pernas. — Três meses que escapei da pena de morte.

— Eu não gosto nem de pensar nisso. — falo, respirando fundo. — Eu tenho uma ideia, podemos organizar um almoço de família. Precisamos manter a tradição na casa do Dom.

— Acho uma boa ideia. — sorriu Meadow. — Vai ser muito bom ter todo mundo reunido, a tradição do primeiro que pegar a comida, fazer a oração, vai se incrível.

— Fala com a sua mãe. — Rachel me olhou. — Ela vai gostar.

Depois de três meses as brigas entre ela e eu se intensificaram, porque ela afirma que John B é o culpado de tudo o que aconteceu, e por mais que eu defenda o meu namorado, não entra na cabeça dela que Rafe é o verdadeiro culpado. E recentemente, ela colocou na cabeça que não é da família, e que Arya é somente a minha mãe, tentamos tirar isso da mente dela, mas nada adianta, e já estamos cansados de tentar.

— Vou falar com ela. — olho para Henry que negou com a cabeça, como quem pedisse para eu não falar nada que pudesse criar uma discussão.

Ultimamente, não estamos tendo conflitos com outros grupos, mas brigar a cada cinco minutos com a própria família, é pior do que qualquer guerra externa.

•••

Não achei que ia dar certo, mas deu. Todos no almoço de família, brincando, conversando, bebendo e comendo. O meu sonho se tornou realidade, porque desde que tudo aconteceu, venho sonhado com o Dia da Família reunida, deixando tudo para trás, e era o que eu mais desejava todos os dias.

Meu pai e Dom ficavam de olho nas carnes, o resto do pessoal ajudou como pôde, trazendo o melhor possível, já tínhamos realizado a refeição principal, mas, Toretto e O'Conner, continuavam colocando carne na mesa, e volta e meia o pessoal comia um pedaço do que era depositado.

Me levanto, caminhando até uma parte da garagem, e vejo dois carros pretos parados na rua da frente, decido voltar e caminho até meu avô que me olha, e ao perceber a minha respiração ofegante por ter corrido na maior parte do trajeto, franziu o cenho e colocou toda a sua atenção em mim.

— Tem dois carros na rua da frente, pretos, parecem caminhonetes. — comento. — Eu não sei se...

Antes que pudesse terminar a minha frase, bombas foram jogadas na nossa direção, de forma rápida os meus sentidos foram embaralhados. O meu corpo caiu no chão, assim como o de todos, observei pessoas armadas chegando perto de nós, endendo a maioria da minha família, e entre elas, reconheço Eleanor que caminhou até mim, se abaixando ao meu lado.

— Isso é por tentar roubar o meu ouro. — dito isso, ela injetou algo na minha perna que me apagou. 

ENTRE PESADELOS ; velozes e furiosos.Onde histórias criam vida. Descubra agora