1 - Um dia comum (ou não)

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"Todos olham para mim, mim  Eu passo pela porta e você começa a gritar  Vamos, todo mundo, por que estão aqui?  Mexa seu corpo como uma ninfoTodos estalem seus pescoços  Todos vocês loucos, vamos lá, pulem  Quero ver todos vocês de joelhos, joelho...

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"Todos olham para mim, mim
Eu passo pela porta e você começa a gritar
Vamos, todo mundo, por que estão aqui?
Mexa seu corpo como uma ninfo
Todos estalem seus pescoços
Todos vocês loucos, vamos lá, pulem
Quero ver todos vocês de joelhos, joelhos
Ou você quer estar comigo ou quer ser eu"

Maneater – Nelly Furtado

   Maneater – Nelly Furtado

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Ano de 2012 - Julho

A escuridão sempre teve o melhor abraço, lhe agarrando fortemente para que você possa desabar, afinal se estamos com ela é porque já fomos destruídos.

Ouço os gritos que vem do primeiro andar, o som da voz da minha tia implorando para que ele se acalmasse ecoava sobre os meus ouvidos. O barulho de pratos se quebrando não paravam e acabavam abafando as palavras duras de meu tio.
Estou sentada abraçando os joelhos bem atrás da porta do meu quarto.
Olho para o meu corpo minúsculo de uma criança de 6 anos, tentando conter as lágrimas que caem constantemente.

— 1,2,3...1,2,3...1,2,3...— digo a mim mesma. — Vai passar! Vai passar!

Existe uma numeração em minha cabeça. Do 1 ao 3 significa que estou conseguindo me controlar, no 4 quer dizer que esta se tornando difícil não deixar as lágrimas caírem, 5 significa que estou prestes a desabar e 6 é quando não me sinto mais forte o suficiente para impedir o choro.

Era sempre a mesma coisa, eles gritavam, logo em seguida as coisas começavam a ser quebradas, e então ouço barulhos estranhos, gemidos de dor. E enfim tudo fica silencioso, até acordar no dia seguinte e ver minha tia passando maquiagem por cima de algum machucado sobre o rosto.

— 1,2,3...— continuei contando, isso me acalma, é a lembrança constante de que se o tempo passa, os momentos ruins são levados com ele.

Escuto a batida pesada na porta e...

O alarme tocou.

— Jayne Russell! — vociferou meu tio batendo na porta do meu quarto. — Você vai comer na escola hoje.

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