Capítulo 4

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Saio do banheiro com as mãos cheias, JBL, escova de cabelo, roupas sujas, celular e escova de dente. Jogo tudo na cama. Troco a música, vejo The Cure da Lady Gaga, deixo a música tocar. Vou até as gavetas, pego uma calcinha, um sutiã, em seguida abro o roupeiro e pego uma camiseta preta e uma mom jeans. Jogo tudo na cama e começo me secar cantarolando a música, coloco meu sutiã e a calcinha nova, já que minha mãe me ensinou a sempre sair de calcinha nova, nunca sabemos o que pode acontecer e estou falando de ser atropelada por um carro, sei lá. Imagina estar de calcinha velha? Eca!

Passo um hidratante porcamente no corpo enquanto canto a minha parte favorita da música.

"If I can't find the cure, I'll
I'll fix you with my love
No matter what you know, I'll
I'll fix you with my love
And if you say you're okay
I'm gonna heal you anyway
Promise I'll always be there
Promise I'll be the cure"

Coloco a camiseta e em seguida a mom jeans. Vou até o banheiro e paro em frente ao espelho, penteio o cabelo e passo um rímel rapidamente, escuto um barulho no quarto, ignoro. Continuo a me arrumar, passo um perfume rapidamente e volto para o quarto. Coloco algumas coisas no lugar e saio para por a roupa suja na lavanderia. 

MERDA! Ele está parado na frente da porta, sério, com a mesma posição da última vez, ereto, com as mãos para trás. Não exclamo nenhuma reação, ele também não. Seus passos são calmos, seus olhos passam por algumas partes do apartamento. Faço sinal com as mãos que estou indo para lavanderia. Ele dá de ombros. Vou e volto rapidamente, tentando não pensar em nada já que ele pode saber o que estou pensando. 

Fica calma! Fica calma pelo amor de Deus! Volto para a sala e vou em direção a bancada, pego a torradeira, os frios na geladeira, o leite e o nescau no armário. Tento não olhar para ele. Será que eu deveria cumprimenta-lo?  Merda! Melhor não!  O que ele está fazendo aqui? Por que está me encarado? Isso é desconfortável. 

Vejo seus olhos revirarem. 

- Soube que você recebeu visita ontem. - suas palavras são firmes. 

- É, sim. Maeve e Luz Estrela. Você quer? - indago apontando para a minha pequena bagunça na mesa. 

Ele nega com a cabeça se aproximando devagar, mas não tão perto que nem da última vez. 

- Eu estou curioso. Por que a Luz Estrela e a Maeve viriam até aqui  falar com você? Vocês são amigas? 

- Não! É, elas vieram por causa da entrevista que eu recusei. - retiro as torradas da torradeira, olho de canto de olho e vejo seus olhos fixos em mim, abaixo a cabeça e continuo organizando as coisas no prato. 

- Você o que? - ele esboça um sorriso debochado, sinto sua desaprovação quando ele balança a cabeça aponta para mim sorrindo - Sabe, eu acho que não fui bem claro da última vez que nós vimos. Isso aqui - seus dedos fazem um círculo no cômodo em que estamos - não é uma negociação. Você faz ou você faz. Simples. 

- Eu não posso aparecer na televisão. O departamento de policia todo está na minha cola e nesse tal terrorista que não existe e eu não sei o que falar, na verdade, eu sei, mas isso é arriscado e se eu falar demais? Se eu falar merda e estragar tudo? Isso é uma péssima ideia.

Ele balança a cabeça, olhando para baixo, vejo um sorriso esboçado eu seu rosto. 

- Okay! Nicole né? Então, com o departamento de policia, pode ter certeza que você não precisa se preocupar e sobre a entrevista, você vai e pode ter certeza que você vai saber exatamente o que falar. 

Seus olhos estão arregalados. É como se eu estivesse olhando para duas bolitas azuis enormes. Sua expressão é maldosa. Por questões de segundos lembro do que a Maeve falou: "É só bajular ele. Lembra do que a Maeve disse."

Confirmo com a cabeça rapidamente virando de costas e indo em direção a pia. Ouço uma risada alta, viro para trás, ele bate uma sequência de palmas. 

- Foi isso que a Maeve te disse? - ele coloca as mãos na cintura e balança a cabeça - Aí, essa Maeve. Olha, eu não sei o que vocês estão tentando aprontar, mas não vai funcionar. Primeiro, porque você é fraca e segundo porque eu posso saber tudo que você está pensando. 

Ele sorri e passeia pela sala. 

- Essa Maeve. O que mais ela te disse? Fiquei curioso agora? - ele senta no sofá com os braços e pernas abertas, parece confortável - Ah! Já sei, isso é um tipo de plano contra mim? 

Ele vai falar. Tenho que pegar meu celular! A música começa novamente, coloquei no repetir por amar essa música. Para de pensar merda!

- Não! Você vai continuar aí. Esse é o plano de vocês? Me fazer confessar o que eu fiz com aquele bando de filhos da puta? E depois? - ele levanta e vem em direção a mim - Vocês vão mostrar para o mundo inteiro uma confissão minha? - ele se aproxima devagar, debochando e sorrindo - E é isso? 

Dou alguns passos para trás quando se ele aproxima. Bato na pia, não tem para onde ir, estou encurralada. Estamos perto, perto demais. Sinto sua respiração, seu corpo está quase grudado ao meu, sinto um peso enorme, uma sensação de frio na barriga. 

- O que você acha que vai acontecer comigo? Eles não podem me prender, não podem me matar, não podem fazer nada. Eu sou a porra do Capitão Pátria caralho! 

Viro o rosto para o lado, sua luva aveludada agarra meu queixo, fazendo eu o encarar novamente. Estamos perto demais, com os olhares fixos um ao outro. Tento não pensar, mas acabo soltando, eu acho que ele vai me beijar, merda. O que eu faço? 

- É o que você quer, né? - ele indaga sério.

Seus olhos parecem impregnar nos meus. É como se eu não quisesse ver outra coisa a não ser eles. São assustadores, mas lindo. Talvez haja uma linha tênue entre o medo e o desejo e eu quero descobrir. Por uma questão de segundos ignoro os animais em meus estômago e vou de encontro ao seus lábios, que são pequenos e macios. Suas mãos apertam minhas coxas, com força e bruscamente ele me coloca em cima da pia. Passo a mãos por seus cabelos e rosto por não saber exatamente o que fazer. Suas mãos viajam entre meu cabelo e meu corpo, ele preciona seu corpo mais perto do meu, sinto seu endurecimento. De repente suas mãos estão entre a minha coxa e cintura, o sinto abrir minha calça com vontade enquanto seus lábios percorrem pelo meu pescoço. Tento levantar minha blusa quando ele me levanta e abaixa um pouco minha calça. O ajudo me apoiando nele, seus dentes estão cerrados em seus lábios, com força, como se ele quisesse machucar sua própria boca.

- De costas! - ele orderna abrindo a parte debaixo de seu uniforme.

Viro rapidamente, sua mão me inclina para frente. Minha respiração fica ofegante esperando ele continuar. Tento virar para ele que me empurra novamente para frente. É como se eu quisesse que ele fizesse logo, meu corpo se meu corpo ansiasse por isso...

Devil Side - HomelanderOnde histórias criam vida. Descubra agora