Capítulo 28

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Depois que Edgar foi retirado as pressas, não vi mais Black Noir e nem Victoria. Algumas pessoas ficaram, outras foram embora, mas isso não o irritou. Ele parece não se importar, conversa com as pessoas que o dão parabéns pela sua bravura, alguns sentem muito. É como se ele tivesse libertado todos. Seu copo de whisky é esvaziado em questões de segundos. 

03h12min, confiro no relógio, meus pés doem, meus rosto está paralisado de tanto sorrir e fingir simpátia. Capitão Pátria me arrasta de um lado para outro, me apresenta cada ser estranho que pareço estar em um filme bizarro. Encaro Ashley que parece estar assustada, a mesma desvia os olhos quando percebe que eu estava de olho nela. Ela vira as costas e caminha em direção à porta. 

- Eu vou no banheiro, já volto. - ele assenti com a cabeça - Com licença. 

A sigo, ela caminha rápido e entra ao banheiro, entro logo em seguida. Sinto uma mão forte me puxar pelo braço, meu corpo é jogado contra a parede, suas mãos seguram firme meus braços, estamos cara a cara. Olho para o lado, Luz Estrela está com os olhos brilhando e Ashley estão atrás dela, as duas apenas assistem a sua intimadação. 

- Bela tentativa primeira dama, mas isso não vai nos impedir de estourar os miolos do teu amado. - ela exclama com raiva.

- Não sei do que você está falando. - retruco encarando seus olhos claros. 

- É claro que você não saberia, ele não te conta nada não é mesmo? Você é apenas mais um número na listinha dele, assim como eu fui, assim como a Tempesta foi. 

- É, - confirmo achando aquilo irônico - pode ser, mas eu tenho uma coisa que você não tem, lealdade. - vejo seu sorriso ladeado, sua boca se move como se ela quisesse vomitar - Empresas vêm e vão Maeve, mas o talento e o caratér são para sempre.

Ela solta meus braços, sinto meus pés tocarem ao chão. Ajeito-me delicadamente a encarando, Luz Estrela caminha para perto dela e Ashley mal se move, olho para ela que move seu ombros para cima e para baixo, as palavras "sinto muito" saem da sua boca sem sequer sair um som. 

- Esqueve Maeve. Vamos embora daqui. - Luz Estrela tenta a convencer ir embora, ela apenas me encara, vejo contrações nas suas bochechas, olhos e boca. Alguém está com raiva. 

- Quando o Capitão Pátria conseguir o que ele quer, ele vai se tornar um sociopata completo e se ele não for detido antes disso, esse lugar - ele aponta para ao chão antes de se inclinar para frente - vai se tornar apocalíptico e você vai ser apenas mais um cadáver na listinha dele. 

- É ai que você se engana Maeve, - dou alguns passos para frente a encarando - eu não sou dispensável - aponto para Ashley - ela é, o que significa que ela responde a ele, eu não. 

Dou as costas sem ver a sua reação, sem esperar ela falar qualquer coisa. Quando passo pelo porta, respiro fundo, ajeito o cabelo e desço as escadas. Vejo Jonh ou melhor, Capitão Pátria conversando com seus admiradores. Ele me olha, bebe rápido o que está bebendo, fala alguma coisa que eu não entendo o que é e vem em direção a mim, me esticando a mão e me ajudando a descer as escadas. 

- Você está bem? Pelo visto estava acompanhada. 

- É, sua ex namorada tentou me intimidar no banheiro, mas não deu muito certo. 

Paro na sua frente, ele me encara orgulhoso. Sua mão aveludada passeia entre a minha bochecha e meu queixo.

- Eu estou louco pra ver qual as suas habilidades agora que você é uma de nós. - suas palavras soam baixinho, seu sorriso é malicioso, sua voz doce e sedutora.

Sorrio para ele, pego sua mão e o guio em direção a porta. Passamos por algumas pessoas, algumas bebem, outras conversam, algumas dançam, há poucos fotográfos, os que ficaram parecem querer registrar de tudo para o notíciario, mas sabemos qual será o principal assunto de tudo e todos amanhã, a verdade sobre a Vought American International. 

Chegamos a porta, os seguranças a abrem. Puta que pariu. 

Bruto, Leitinho, Hiugh, Kimiko, Frânces e o tal Soldier Boy. Os mesmo estão nessa ordem parados na porta da frente. Olho para Capitão Pátria que está sério os olhando, parece não acreditar no que está vendo. Ele não esboça nenhuma reação, nenhum movimento, apenas me puxa um pouco mais perto dele. 

- Ora, ora, ora, se não é Capitão Pátria e sua primeira dama. - Bruto exclama - Belo entreternimento casal, mas sinto muito informar que a festa de vocês acaba agora. 

Reviro os olhos, eu já escutei essa piadinha hoje. 

- Exatamente, nós estamos indo pra casa nesse exato momento. - respondo já que Jonh não fala nada. 

- Você até pode ir, mas ele não. 

Seu braço com o escudo aponta para Jonh, o olho de canto de olho. Ele está sério, parece usar um antolho, olha apenas para frente, encara Bruto sem piscar. Esse babaca intromedito deve ser o tal Soldier Boy, que nome rídiculo. 

- Nós vamos sair daqui - dou um sorrisinho para parecer amigável - juntos. 

Dou a mão para ele que retribui apertando a minha mão. Vejo Bruto olhar nossas mão juntas e em seguida nos analisar, ele debocha. Seu ar sarcástico me irrita, não posso dar o primeiro tapa, não sei o que eu posso fazer, não sei quais são os meus poderes, minhas habilidades, apenas espero alguém se movimentar e vir em nossa direção. 

- Quer saber? - Soldier Boy exclama dando alguns passos em nossa direção - Foda-se! Cai fora garota.

Nego com a cabeça, ele olha para Bruto que dá de ombros. 

- Eu não vou falar de novo. - sua voz é grossa e atrevida. 

- Se não o quê? - o indago. 

Soldier Boy cerra seus olhos, vejo um deboche ladeado em seu rosto. 

- Tenho que admitir, sua segurança é bem bonitinha ô da capa - seus olhos vão de encontro de Jonh - mas você vai ter que dar adeus à ela. 

Vejo seu escudo voar em nossa direção... 

Devil Side - HomelanderOnde histórias criam vida. Descubra agora