Suas palmas são fortes, não sei se é por ele ser um Super ou porque realmente estou de ressaca.
- Olha, tenho que admitir, você é bem durona. Da onde veio tudo isso? Do Nolan que não foi.
O quê? Como ele sabe do Nolan.
- Você anda me seguindo? - questiono.
- Seguir não é bem a palavra certa, - seu sorriso é cerrado - mas nós falamos sobre isso depois.
Ele passa por mim indo em direção a cozinha, o sigo, vejo a expressão de Maeve mudar quando ele aparece, os olhos de Luz Estrela brilham, ele paralisa, saio de trás dele e fico um pouco mais adiante, o sorriso que parecia cínico some, ele fica sério, revira os olhos, sua mão abana para Luz Estrela baixar a guarda.
- Maeve, Maeve, Maeve, você não aprende né? E você - ele aponta para Luz Estrela - deveria escutar a lidinha aqui. Ela é bem inteligente. - Os olhos delas fixam em mim, não digo nada. Estagnada estou, estagnada continuo. - Honestamente, - ele se movimenta devagar, se aproxima de mim, ficando parado a minha frente - eu até gosto dessa mania de perseguição de vocês, mas confesso que já está ficando cansativo.
Ele volta a virar para elas.
- Eu sei que fiz algumas coisas erradas e blá blá blá, mas eu acho que não é comigo que vocês tem que se preocupar, não agora.
- Do que você está falando? - Luz Estrela indaga.
- Eu sei que o Edgar quer acabar comigo e se isso acontecer, você acha que é você que vai liderar Os Setes? O Profundo? Trem Bala? Black Noir? Maeve? Não e você - ele aponta para Maeve - sabe disso.
Val o olha, sua expressão é de nojo e raiva, mexo a cabeça até ela me olhar, quando isso acontece, encaro ela, que revira os olhos. Capitão Pátria olha para mim rapidamente, finjo que nada aconteceu.
- Bom, vocês decidam o que querem fazer, mas não esqueçam que eu posso fazer o que eu quiser, eu sou o Capitão Pátria porra. - engulo seco suas palavras, seus olhos correm em direção a mim, ele caminha para o quarto, deveria ir junto? Melhor.
O sigo, quando entro no quarto, ele está parado, não foi embora mesmo a janela estando aberta. Ele faz sinal para eu fechar a porta, a fecho, em seguida a tranco. Suas mãos saltam para o meu rosto, ele me beija fortemente, sua língua dança junto com a minha, confesso que fiquei assustada no começo, mas ao longo do beijo, baixei a guarda. Ele me solta se afastando, diria se recompondo. Não digo nada, nem sei o que deveria dizer, poderia questionar se ele vai ser verdadeiro comigo ou se isso é um sinal para eu ficar de boca calada.
- Okay, isso foi estranho. - afirmo - Você tá bem?
- Você deveria aceitar o emprego.
- Aé? - questiono surpresa - E por quê?
- Assim eu posso ficar de olho em você.
Arregalo os olhos. Creio que ele não esteja brincando já que sabe do Nolan.
- Tudo bem. - afirmo.
Seu peito é estufado, seu rosto pomposo, é como se ele quisesse comemorar, mas sua marra não deixa. Sinto vontade de rir, mas me seguro, o momento não é adequado. O pior de tudo é que eu mudo na presença dele, fico nervosa, um pouco acelerada, mas ao mesmo tempo submissa, meu sangue quente, esfria e o deixo me controlar, não só mentalmente.
- Passo aqui mais tarde?
Ele pergunta indo em direção a porta, porque ele faz isso? Porta, janela, janela, porta? Ele respira fundo, acho que está tentando se controlar.
- É... Eu vou sair mais tarde. - digo baixinho, quase não sai o som.
Seu maxilar trava, sua língua passeia pelo seu rosto, vejo a marca o seu marco no lábio inferior, perto do queixo e bochecha.
- Um encontro? - ele futrica de costas para mim, minha estante com fotos, lembrancinhas e algumas bagunças.
- Não!
- Então, não vai. O tempo nem tá bom mesmo pra sair e eu quase nunca erro, não preciso explicar o porque, né?
Você voa. Reviro os olhos fortemente.
- Eu chego antes de você vir, sem problemas. - afirmo indo arrumar as lembracinhas que ele derruba com os dedos.
- Nicole, paus e pedras não vão quebrar meus ossos, mas atitudes... - ele aponta para mim fazendo sua careta clássica - Hummmm!!
- O quê? - questiono sem entender.
- Não faça eu me arrepender de estar aqui.
Ele dá as costas e em seguida voa janela a fora. Meus cabelos e cortinas balaçam, algumas fotos voam pelo quarto. As pego e vou organizando no lugar, como assim? Paus e pedras não vão quebrar meus ossos, mas atitudes? Isso é algum tipo de trocadilho? Se for, eu não...
Eu não posso ir hoje com Nolan, se for posso colocá-lo em risco. Não queria dermarcar com ele, eu curti seu jeito, sua vibe, mas talvez nós só tenhamos ficado por que eu precisava aliviar a cabeça e isso é errado. Ou talvez não, talvez eu goste dele. Será? É confuso, eu pedi um motivo para eu não abrir a boca e ele aparece hoje aqui e é óbvio que eu não abriria a boca. Eu blefei e ele acreditou, ou ele está fingindo porque precisa de mim, ele disse que precisava de mim, mas ele me beijou? Isso faz parte do plano?
Eu posso ligar para minha mãe e dizer o que está acontecendo, mas a velha surtaria, posso omitir algumas coisas e perguntar o que ela acha. Provavelmente ela vai pedir para eu seguir meu coração e que se der ruim, é aprendizado, mas esse aprendizado pode causar o meu velório, mas se ele quisesse me matar, já teria me matado, mas Bruto não, e Edgar não, eles me matariam, com certeza.
Pego meu celular, mando uma mensagem para Nolan.
Eu: Oi, e aí, como tá? Então, eu vou ter que desmarcar hoje, aconteceu um imprevisto.
Eu: Eu sinto muito, mas vamos nos falando. Quem sabe conseguimos conciliar um tempinho.
Eu: Beijo e boa folga.
Envio e bloqueio o celular, seja o que Deus quiser.
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Devil Side - Homelander
Fiksi PenggemarDe um lado, Nicole, uma jovem intercambista que vê suas férias desmoronarem quando sem querer acaba sendo testemunha de uma chacina. Do outro lado, Capitão Pátria, o almejado líder dos Supers, o herói narcisista e arrogante que pouco se importa com...