Devil Side - Homelander

Capítulo 66

Uma coisa que a Vought me ensinou bem foi a psicologia reversa, como um antigo membros D'os Setes, se envolver com relações públicas era um dos mínimos detalhes, já que o povo sempre acreditou que eles eram os verdadeiros heróis. Fazê-los sentir remorso por algo que não cabia a eles sempre foi nossa ou melhor, minha responsabilidade e foi assim que ganhei a discussão com a Nick.

***

Passaram-se três semanas, nada de Jonh, nada de polícia, nada de nada. Minha consciência está tranquila, mas não limpa. Eu poderia dizer que gosto da vida normal, não cem por cento, mas gosto, só que saber que assim, homens irão se aproximar de Nick com segunda intenções me corrói por dentro. Em Nova Iorque, isso nunca aconteceria, pois eu era um herói, quase um rei, aclamado e temido e aqui eu sou apenas mais um homem com sua vida fútil.

Estamos sentados na B&C, Book and Coffeee, uma mistura de satbucks com biblioteca. Olho para o lugar, livros na estantes, mesas redondas com toalhas na cor rosa bebe e cinza, o cheiro de incenso paira no ar, não consigo decifrar o que é, mas parece ser bem brasileiro. Ryan está sentado na mesa grudado ao celular e saboreando seu milk-shake, por um instante acho que ele está fazendo uma selfie pela careta que faz em frente a tela do seu celular. Passam-se cinco segundo, o mesmo ri, bingo. Ouço os barulhos das mensagens, deve estar falando com sua amiga, se é que posso chamar sim.

Nick está com quatro livros nos braços, ela me mostra alegre, finjo interesse. Passo os olhos rapidamentes, todos são da Colleen Hoover, não faço a minima ideia quem seja, mas se ela gosta, eu gosto. Estamos indo ao caixa para fazer nosso pedido, a atendente da livraria era simpática, já as atendentes do caixa. Uma delas, a gorda de olhos claros e espinhas nas bochechas encara Nick dos pés a cabeça, logo em seguida fala algo para sua colega também gorda, mas branca e pele bonita e sorriso bonito, a ouço me elogiar, mas não fazem o mesmo de Nick. Engulo seco, pedimos nosso pedido e peço para Nick ir à mesa enquanto pago.

- Mais alguma coisa? - indaga a morena, seus olhos claros fixam nos meus, seu olhar é malicioso, seus pensamentos também.

- Não! É só isso! - digo a encarando, sei o que ela está pensando e não é nada disso. - Débito! - respondo rapidamente sua pergunta. O cartão aprova, retiro devagar da máquininha. Me aproximo bem lentamente dela e solto - Belo sorriso, se quiser mantê-lo assim é melhor cuidar o que fala da minha esposa.

Afasto-me devagar dela, seu sorriso malicioso some, sorrio de volta em saber que ela entendeu o recado. Viro-me e vejo Nick e Ryan me encarando, caminho até eles, sento na frente de Nick que parece estar incomodada com a situação, expressão séria, dedos batendo na mesa.

- Eu só pus ela no lugar dela. - digo à toa.

- Como assim? - ela indaga.

- Elas tavam de olho nele, te acharam feia demais para ele. - Ryan exclama - Ele ameaçou quebrar os dentes dela.

Ela olha para as atendentes, cerra os olhos, viro-me para elas, as duas desviam o olhar quando percebe que os três estão encarando-as.

- Vadias! - Nick exclama baixinho.

- Deixa pra lá! Isso é inveja Nick. - Ryan afirma - Pai? Nick? Posso convidar um pessoal lá pra casa? Pensei em fazer uma festa na piscina.

Nossos olhos se encontram. Nick não responde, olho para ela e peço sua permissão, mas a mesma apenas mexe no livro logo em seguida.

- É! Por mim, tudo bem. - não vou ser o pai chato, mas não vou mesmo - Se a Nick topar...

Olho para ela que parece dar de ombros com a minha afirmação.

- Olha - ela fecha o livro e começa - por mim, tudo bem, contanto que não entre drogas e bebidas alcoolicas, nada de orgia na piscina e que seja de dia.

- O quê? Festa na piscina de dia? - Ryan exclama com a voz um pouco alta - Não existe isso!

- Existe sim, sábado e domingo, de dia, o dia todo na piscina. Você escolhe, de dia ou sem festa.

Ryan revira os olhos, bufa, mas em seguida concorda.

- Tudo bem. Vou avisar a Cessy. - ele afirma com os dedos nervosos na tela.

- Quem é Cessy? - indago curioso por não ter escutado esse nome ainda.

- Cecília, minha colega, nós estamos planejando essa festa há um tempo.

Olho para Nick que encara Ryan com um sorrisinho maliciosa, ele nos olha e ri, sabe o que estamos pensando.

- Nós somos amigos e acho que não vamos passar disso. - ele exclama com a voz quase silenciosa.

- Como assim? - Nick indaga, agora está séria e preocupada, sua testa franzi e ela morde os lábios inferior.

- A mãe dela é legal e tals, mas o pai dela não. Os dois estão se separando e ele não gostou nadinha de ver ela comigo na saída da escola. Ela diz que não, mas eu vi alguns hematomas no corpo dela. Eu só não consegui ver quem foi o causador deles, mas ela não fala do pai dela, então acho que foi ele. - ele dá uma pausa, os olhos de Nick e eu se encontram ocasionalmente, em seguida, continua - E se nós fizemos como você fez com a Nick? Você dá o Composto V para ela e ela fica como nós, um Super e aí ela nunca mais vai precisar passar por isso e nós p...

- Não funciona assim filho. - digo falando baixinha para ver se ele abaixa o tom de voz -Vocês a recém estão entrando na puberdade e ela pode não...

- Em casa nós conversamos sobre isso.

Vejo Nick terminar a frase e acenar... Eu reconheço esse cheiro... Reconheço essas pisadas... Reconheço esse tom de voz...